terça-feira, 4 de julho de 2017

Tu

Quero segurar tuas mãos e guardar-te do
mal desse mundo. Quero banhar teus olhos com felicidade, limpar a tristeza que lhe escorre pela face e plantar em ti um sorriso leve. Quero abrigar-te em meus braços fracos, fazer morada em meu peito já tão cansado e rezar por ti enquanto sonhas com o inalcançável. O tempo anda meio sombrio, a esperança não preenche mais corações vazios e o que sobra de tudo é a dor por tentar manter-se de pé em meio ao caos já proferido.

Eu olho para ti e vejo que estás caída entre os destroços, não consegues mais livrar-se da angústia já instaurada, angústia que faz morada entre teus medos e teus anseios. Eu olho para ti e vejo que teus joelhos sustentam o peso de tua alma, sente-se sozinha em meio a todo o drama que deu rumo à tua vida neste momento. Mas como pode? Alguém tão doce como tu, que carrega no peito um coração maior que o mundo e que ama como se fosse a última das vezes?Alguém tão honesto como tu, alguém que personifica a bondade, alguém que já sofreu demais nesse mundo e ainda assim conseguiu manter-se de pé entre tantas outras tempestades? Como pode alguém tão forte como tu, que sempre destruiu barreiras, resguardou teus amados do perigo, perdoou teus inimigos e salvou da maldade desse mundo teus opressores? Como pode tu estar caída, como pode tu não levantar para defender-se? 


Quero abraçar-te agora, melhorar teus dias tristes e ser para ti a salvação desse mundo. Quero mergulhar em tuas agonias e lutar contra os monstros que tiram o teu sono, quero dar fim aos males que arrancaram de ti teu sorriso, minha fortaleza. Queimaram os teus sonhos, um por um, sem deixar resquícios ou lembranças.

Deixe-me segurar a tua mão. Deixe-me tomar as tuas dores. Quero entrelaçar meus dedos nos teus e manter-te segura, equilibrar teu corpo frágil quando algo vier a te derrubar. Tu diz que não me quer no perigo, que tens medo que eu vá me machucar. Mas tu não entendes que a maior de minhas dores é olhar para ti e ver-te chorar. 

Deixe-me segurar a tua mão.  

Louie Edmond

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