sexta-feira, 27 de agosto de 2021

No Brasil, a culpa é sempre dos outros.


  “Qual é o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?”, indaga então o ministro da Economia Paulo Guedes. Não há problema algum, ministro, no caso para pessoas da sua classe. Para indivíduos da minha classe socioeconômica existe uma série de problemas. Dentro do Brasil existem diversos outros mundos, diferentes realidades, e a sua realidade, está longe de ser da maioria dos brasileiros.


  Ora, o Brasil é o país com maior reserva hidrográfica do planeta, e estamos passando por uma crise hídrica? Será que é devido ao meu banho quente de 10 minutos, onde eu fico reflexivo e choro por todas as desgraças que vivo? Ou por causa do agronegócio? Acho que é mais por causa do meu banho mesmo... O agronegócio só representa 70% do consumo total de água. 


  A culpa disso tudo são dos indígenas que não estão fazendo a dança da chuva, e estão aqui em Brasília manifestando por seus direitos! Por isso que a conta de luz vai vir mais caro que o anormal. Onde já se viu índio ter direito por aqui? Só porque já viviam nessa terra antes de 1500 acham que isso significa alguma coisa... Para mim, caro leitor, isso é o que se passa na cabeça dele, e de todos os participantes desse Governo. 


  Mas por que essa relação dos índios com a crise hídrica e conta de luz? Parece não ter nada relacionado, mas tem. Eles sempre foram expulsos de suas áreas conforme o tempo foi passando, sendo obrigados a irem para o interior do país. Assim começou a demarcação injusta de suas terras, todo o processo de grilagem, de caça e assassinato para poder roubar seus territórios, inundar esses locais para que o agronegócio possa operar. 


  Agro é Pop. Agro é Tech. Agro devasta e consome Tudo.





                               -Apolo.gia.

Queremos vacina para todos: viva ao SUS

Segundo Levantamento feito junto a secretarias de Saúde dos estados, chegamos a marca de 60,02% da população ao menos vacinada com a primeira dose  e 27,7% dos indivíduos já completaram a vacinação no país. 


A vacinação contra o covid-19 já está sendo ministrada na população jovem  e o ministro da Saúde (Marcelo Queiroga) já confirmou o reforço para idosos acima de 70 anos. Porém não temos motivos para comemorar, visto o número de 577.605 mortes  registradas por covid no país.


O cenário continua obscuro, as incertezas, a miséria só crescem, no mesmo compasso do nosso inimigo invisível mais letal (Covid-19) e suas variantes.


 Diante disso tudo, pedimos um sopro de esperança, um acalanto, uma luz no fim do túnel, não vejo outra solução do que termos vacina para todos, um direito de cada cidadão para enfrentar essa jornada em meio ao caos. 


Mas nem tudo está perdido, porque em nosso país temos privilégios com institutos e fundações respeitáveis cientificamente como a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e Instituto Butantan. E sem contar o Sistema Único de Saúde para enfrentar a Covid-19 com excelência. "Viva ao SUS"!





Dy Jornal

 

Mamãe no céu tem luz? E morreu.

Dizem que a falta de itens básicos é um sinal concreto de uma má administração. É o que dizem.


O nosso Brasil está a beira de um verdadeiro colapso. A gasolina custando quase 7 reais o litro. Alguns cortes de carne passando os 40 reais o kg. E agora estamos a beira de um apagão.


Quando diziam que estavamos entrando em tempos sombrios eu não achei que fosse no sentido literAAIII CAR4LH0 ACERTEI MEU MINDINHO NÃO TEM LUZ   AAAAAAAHHHH



A partir daqui não haverá mais Luz. 
A Luz se apagou.
E para o caso de não nos vermos mais: bom dia, boa tarde e boa noite.

Light Yagami.


Qualquer coisa me bota na prisawn

Qualquer coisa, é só botar na prisão,que ele sai mais 70x7 vezes.

Qualquer coisa, nem reconhecido como ladrão ele é. Branquinho, olho azul, lorão… Não

tem nem cara de bandido!

Qualquer coisa, ele rouba de novo uma bicicleta, a culpa é sempre do preto que comprou

com o suor do seu trabalho e está só esperando a namorada, em um domingo, sair do

shopping. Qualquer coisa diz que foi uma coincidência, afinal, preto com a mesma bicicleta

do branco? Só pode ter sido roubada!

Qualquer coisa colocam ele em regime semiaberto, já é a oitava vez que ele visita a cadeia,

por que não a nona? Papai tem dinheiro, lourão faz o que quiser. Diferente de quem só

queria tirar onda com a sua bicicleta.





Noite Estrelada

Dono e proprietário do que?

 Quinhentos e vinte e um anos depois



quatrocentos de oitenta e oito anos depois, é que puderam chamar de seu o que já era mais por pelo menos quinhentos e vinte dois anos depois


Propriedade que é tirada


e é dada


por aqueles que nem antes nem agora 


respeitam os valores das terras


minimamente perto daqueles que só querem viver nela


e por ela



e que também não respeitam a etnografia nem desses


nem daqueles


nunca respeitaram


quiçá respeitarão



Calam


Para dar voz


Nem curso de dublagem fizeram


e querem dizer aquilo que pensam que gostariam de dizer


aqueles que verdadeiramente deveriam dizer


e deveriam ter dito


se tivessem deixado



As ameaçam mudam


Antes jesuítas


Donos de terras


agora chamam de proprietários rurais


que querem, mesmo que aqueles que ousam nos dar voz martelem o contrário


nos desapropriar da terra que é nossa


o que sobrou daquilo que eles apropriaram


 








--

Don't call me Madam. 


'                               Prazer, 

                                                                               Perua. 

Onde termina o drama?




Com passos lentos tudo é queimado, as mentiras históricas chegam no fim e a verdade vem à tona, iluminando as dúvidas e confirmando as poucas certezas. Não é difícil imaginar como chegamos aqui, mas será que foram nossas escolhas que nos levaram ao caos, ou tudo foi uma grande piada de um destino do mal?

Estratégias clichês e baixas foram utilizadas, como a sombra do ódio ter tirado sarro, chamar atenção e se eleger. Frases sem sentido escondiam intolerâncias, mas enxergaram uma necessária interpretativa salvação. Contudo, se cristalizou com o sagrado, cortando as asas monstruosas daquelas que peruavam. As vidas invisíveis ficaram de fora, então não houve pena quando o alvo se tornou aquelas que utilizavam ametistas, incluindo até as pessoas que não eram tão sinceras, mas que agora deveriam ter cautela sobre o que falar, pois até o astro amarelo parecia vigiar.

As fuligens já estão por um tempo sendo levadas pela correria do vento, antes, na natureza, mas agora elas tomam conta de toda a cidade pela morte de antigos monumentos. Tais figuras não fazem mais sentido, pois nasceram e morreram para aquele período, o tempo não para. O que resta é a visita ao passado, assim poderemos ter uma ideia do que aconteceu, com interpretações diferentes, mas partindo, talvez, de uma realidade mais presente.

Não há necessidade de se prender ao antigo, mas as consequências podem assombrar o futuro. Na verdade, essa marcação temporal não é uma surpresa porque, desde o começo, eles procuravam demonstrar lados de si reprimidos, mas esse ecossistema também tem seu limite.

E no final, existiu algum bem ou mal?

Aliado ou inimigo?

Humildade ou egoísmo?

Genocídio ou patriotismo?

Feridas tocadas ou curadas?

E as câmeras!?

Elas registraram ou estavam desligadas?

Ciclos históricos assombram aqueles que conseguem perceber. O que engaja é aquilo que nos ataca, por isso ninguém se importa com a exploração de um povo histórico quase em extinção. A casa do vizinho pode pegar fogo, afinal, ele sempre foi alguém grosso. A família dele está lá dentro? Ah! O tempo de Deus é diferente. A sua família também está na casa? A vida é realmente uma desgraça.

Assim então surge o último enigmático, arrogante, confuso, intenso, caótico e dramático suspiro: se o que define o início é quem veio para extinguir a vida, quando é o verdadeiro nascimento daqueles que estiveram sempre no mesmo lugar?


Espero um dia encontrar a resposta,

Melodramático.

Xuxa, sashay away!

 


Imagine a situação: “Um jovem que sempre sonhou em ser drag, sentado no sofá de casa assistindo uma competição de drags no reality show ‘Drag Race Brasil’. No início da primeira edição brasileira do programa estadunidense ‘RuPaul 's Drag Race’', as cortinas na passarela se abrem e quem vem desfilando? Xuxa Meneghel!”. O que você acha que se passou pela cabeça do jovem? 

“Xuxa como apresentadora do Drag Race Brasil, tudo bem, mas… o que ela sabe sobre Drag?” é a pergunta de vários fãs do famoso reality show, ao receberem a notícia da seleção da Xuxa para o programa. O mesmo que sempre exaltou o carisma, singularidade, coragem e talento de várias drags, já começou falhando na sua edição brasileira ao colocar uma pessoa como apresentadora que não faz drag e que não tem nenhuma representatividade na arte drag. Não que ela não seja boa em fazer o seu trabalho, mas seria importante colocar alguém do meio.

Encontrar uma pessoa que faz e gosta das mesmas coisas que você, que possui as mesmas características, em um papel de destaque faz com que você se sinta motivado a assumir quem você é. Isso provavelmente é muito difícil de ser compreendido para quem nunca precisou questionar nada com relação aos meios de entretenimento.

Nesse sentido, havendo tantas estrelas como Pabllo Vittar e Gloria Groove que ganharam prestígio e fama, mostrando que a cultura e a presença drag não é passageira e deve ser respeitada, foi uma decepção ver a preferência por uma pessoa fora desse meio. É clara a falha inicial na edição brasileira de "RuPaul 's Drag Race”, um programa que ajudou tanto a impulsionar a arte nos últimos anos. 

Por que colocar logo uma pessoa que não entende a história e a luta do movimento drag como apresentadora? O apoio do mercado publicitário compensa essa falta de representatividade? Bem, o mínimo que podemos esperar agora é uma co-apresentadora drag e outras drags no júri, o que ainda é pouco e lamentável.


Mundo Ressonante


DENTRO DO JOGO

 A população brasileira ama os esportes e tem um grande potencial para torcida. Nesse cenário, surgem às olimpíadas como única maneira de unir um povo que anda tão dividido nos últimos tempos. Famílias reunidas nas salas torcendo tanto para o Brasil que até esquecem, por alguns minutos, da caótica situação atual. Só assim para conseguir sentir um mínimo de orgulho de ser brasileiro.

Como seria incrível se houvesse mais investimentos para os atletas, mas como esperar isso de um país que a cada dia que passa vem retrocedendo mais e mais  em modalidades fundamentais como, saúde e educação, mas em outras como discurso de ódio e conservadorismo não para de marcar o primeiro lugar nos pódios da vida real.

Enquanto lutamos para sair minimamente da realidade ignorando por instantes os noticiários, governantes decretam sem pudor que o governo atual não se preocupa  e nem é feito para os pobres. Ganhamos medalha de ouro nesse âmbito. Somos induzidos a acreditar por um ministro da economia que estamos “dentro do jogo” de modo que uma inflação de 8% é considerada por esses um índice “ok” comparado com outros países que atingiram esse nível por meio de motivos distintos dos nossos e com realidades completamente diferentes. Vivemos uma crise política, os alimentos estão mais caros diariamente e a fome não para de crescer. Ao caro Paulo Guedes, estamos sim “dentro de um jogo”, mas um jogo que afunda cada dia mais um povo, um jogo que atinge só os mais pobres, desleal e desumano. Que possamos o abandonar e nunca mais levar o ouro do atraso para o Brasil.





Evelyn Hugo.


O sete

 E hoje, 25 de Agosto de 2021, o número 7 não foi um motivo de tristeza para os brasileiros,

como tem sido desde 2014 com a triste derrota para a Alemanha por 7x1 na Copa do Mundo

e, em 2018, quando a população brasileira deslumbrada por um falso messias foi as urnas e

apertou o 17, elegendo o atual presidente Jair Bolsonaro.

Hoje, depois do primeiro dia das Paralimpíadas de Tóquio 2020, nossos atletas trouxeram

quatro medalhas para o Brasil, nos colocando assim, no 7º lugar do ranking mundial.

Todas essas medalhas foram na natação; tivemos Gabriel Bandeira, nadador de 21 anos,

estreiando na sua primeira Paralimpíada e conquistando o ouro na modalidade 100m

borboleta da classe S14 (para atletas com deficiência intelectuais), incluída pela primeira vez

no evento.

Gabriel Araújo, nadador de 19 anos, que também teve sua estreia nas Paralimpíadas em

Tóquio 2020, conquistou a prata na modalidade 100m costas da classe S2 (para atletas com

deficiências motoras).

Phelipe Rodrigues, nadador de 31 anos, que hoje subiu ao pódio pela oitava vez em

Paralímpiadas após conquistar a medalha de bronze na modalidade 50m livres da classe S10

(também para atletas com deficiências motoras).

E Daniel Dias, nadador paralímpico mais vencedor da história, conquistou nessa manhã, no

auge dos seus 33 anos, a medalha de bronze nos 200m livres da classe S5 (também para

atletas com deficiências motoras); é o vigésimo quinto pódio na carreira do nadador.

Parabéns aos nossos atletas por tantas conquistas e vitórias, principalmente, a conquista de se

tornarem atletas nesse país tão carente de investimento nos esportes. E obrigada por trazerem

um pouquinho de alegria aos corações dos brasileiros em meio a esse cenário nacional tão

caótico e triste.





Fada Amarela e Rosa

Bicicleta aquática

Eles não escutam nunca. Eu não sei o que acontece, mas parece que eles vivem numa

realidade paralela. Quando a realidade que eles querem que aconteça não é real, eles preferem

acreditar na própria ficção. Essa ficção doentia se torna uma realidade inflexível, uma

realidade de comunistas, mitos e que, na verdade, só tem pobreza, miséria, ódio e

desesperança.

Consigo imaginar uma conversa desesperadora entre duas pessoas, mais ou menos assim:

“A gasolina tá cara, né? Mal tô conseguido sair de carro.”

“Ah! Isso aí é culpa dos governadores, pô. Culpa dos caras, não abrem mão de um imposto, é

incrível.”

“Sabe de uma coisa? Até que é bom.”

“Como assim?”

“É que com a gasolina cara, a gente tem que caminhar mais, andar de bicicleta. Muito mais

saudável. É tudo para a gente ficar mais forte.”

O problema é que não é só gasolina que fica mais caro. É carne, é ovo, é arroz, é feijão, é

toda a comida dos nossos pratos. O agronegócio comemora de felicidade o aumento do dólar,

mas não é o agronegócio que alimenta o brasileiro.

Eu fico extremamente triste. Nas minhas memórias, não era assim antigamente. Talvez era

assim e eu não sabia, mas perceber todo esse ódio, essa onda extremista, essa insegurança,

me deixa abalado e perdido.

Eles não se mostram arrependidos. Não dá para explicar sem ter medo de ser agredido, de ser

chamado de vários nomes como “comunista!”. Quando eles me mandam ir para outro país, eu

só me pergunto: será que existe uma bicicleta aquática?




Asa Monstro
 

Não é um quintal

“Qual é o problema agora que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?”

É, Uniqua, fiz a mesma cara que você quando li isso. Tipo, essa foi uma pergunta séria? É, eu entendo.

O Brasil está passando por um dos piores períodos da história, com fome, seca, animais assumindo o Poder (nem sabia que a Constituição permitia, descobri em 2018), e o Ministro achou que seria de bom tom soltar essa frase na Câmara dos Deputados. Tá achando que tem um mundo inteiro no quintal pra brincar como quiser, só pode.

Falando aqui, de humana pra… o que a Uniqua seria? Um alien? Uma formiga? Enfim, de humana pra bicho rosa, ele tava esperando receber uma lista dos problemas, ou o quê? Porque se estiver, é como diria Gil do Vigor, “tá lascado”. Tem problema pra mais de metro.

É fácil, pra alguém que tem todos os tipos de benefícios possíveis e inimagináveis, perguntar qual o problema de se pagar mais caro em uma conta. Mas a realidade da massa mesmo, é diferente. Pra quem ta tendo que comprar osso de boi, ou “substituindo a carne pelo osso” como dizem, aumentar o preço de uma conta de eletricidade é tirar algum alimento da mesa, ou deixar de pagar alguma outra conta. A vida real não é um quintal onde a gente pode inventar realidades diferentes e fingir que tá tudo bem.





Sienna Vettra


Pedido de Impeachment

Quarta-feira, dia vinte e cinco de agosto, foi rejeitado pelo presidente do Senado, Rodrigo

Pacheco, o pedido de impeachment feito por Jair Bolsonaro contra o ministro do STF,

Alexandre de Moraes. Bolsonaro considera que o ministro está agindo contra o que está

dentro da constituição.

Quando soube da decisão de Pacheco, Bolsonaro logicamente não aceitou a recusa. Disse que

Pacheco “agiu diferente do que estava agindo antes” e que ele está “praticamente sozinho”.

Além de abrir os portais de notícias para saber sobre o assunto, resolvi abrir também meu

Twitter. A título de curiosidade, entrei nos perfis bolsonaristas e não me surpreendi. Por

incrível que pareça, já esperava o que li.

Alguns pediam o fechamento do STF, outros destilavam insultos e ódios contra o ministro

chamando até de ditador e outros chamavam a população para a rua no dia sete de setembro.

Segundo essas mesmas pessoas, elas irão a rua contra o STF e a favor do presidente.

Entretanto embora eu veja essa recusa como uma vitória, algo me chamou ainda mais atenção

nessa história: A quantidade de pessoas que seguem ao lado de Jair e ajudam a propagar as

narrativas frente ao STF. A quantidade de curtidas e retweets, além de vídeos mal-

intencionados para emplacar uma justificativa vexatória.

Se tem algum impeachment que precisa ser aceito, sem sombra de dúvidas é o de quem hoje

governa esse país. E obviamente não veremos os perfis de direita pedindo isso. Afinal, é mais

fácil e vantajoso para eles criarem bot’s criticando a recusa desse impeachment, pedindo o

fechamento do STF e chamando a população para a rua no dia sete de setembro.





Mamicota Júnior

Cíclico

 Tudo é cíclico. As queimadas provocadas na Amazônia e no Pantanal

para criar pasto e plantação de soja, que alimenta os bois, emitem gases do efeito

estufa. O desmatamento desses biomas diminui as chuvas. A redução das chuvas

prejudica a produção de energia das hidrelétricas. Com a redução da capacidade de

produção das hidrelétricas, as termelétricas são usadas e com isso mais gases do

efeito estufa são emitidos. Quanto mais quente o planeta se torna, menos chuva.

Quanto menos chuva, mais facilidade do fogo espalhar-se e menos chance de

recuperação dos biomas. E o ciclo se repete.


Um dia esse país não teve políticas ambientais. Com muita luta dos

ambientalistas e dos povos indígenas, legislações e órgãos que protegem o meio

ambiente foram criados. Mas, como tudo é cíclico, o Governo Federal está

desmontando as políticas ambientais. E o desmonte dessas políticas favorece a

crise hídrica. A crise hídrica encarece a conta de luz.


Durante o mandato do presidente que se elegeu prometendo que a

bandeira jamais seria vermelha, a bandeira da conta de luz está vermelha e não tem

previsão de mudar, por conta da baixa produção das hidrelétricas. O secretário de

Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, ao sugerir que o consumidor

economize energia elétrica para ganhar uma premiação, coloca-o em posição de

palhaço. A plateia, que ri freneticamente do palhaço, é composta de latifundiários,

de grandes investidores da bolsa de valores e de membros do Governo Federal.

Tudo é cíclico ou tudo é circo?




Euridice Gusmão


.

Na verdade é cansativo e triste digitar aqui sobre isso, porque não é sobre algo que vi no

dia 25, é exatamente algo que não vi.

Tampouco meus irmãos notaram, nem meus vizinhos perceberam. Não culpo eles, tenho

exatamente a quem culpar.

Perdeu espaço nas manchetes para as grandes 'notícias' sobre A fazenda e sobre o MC

Poze

Fosse a uma baleia que encalhou no leblon, em minutos se espalharia a notícia para que

todos fossem ver

Mas esta, a, mas quem se importa com esta ? A quem importa essas vidas ?

Estão os levando. Mas ninguém se importa. Não fazem parte deles.

Pensei que o papel do jornalista fosse lutar contra isso, mas também não culpo eles. Talvez

meu eu do futuro, com mais experiência de vida e jornalismo, esteja rindo se em algum

momento pensei em culpar a classe.

Talvez os culpados se reuniram nos sindicatos dos patrões para decidir não dedicar muitas

linhas a essa luta. Talvez essa maldade, que me causa um horror a ponto de eu notar

minha existência e insignificância e ir e voltar ao céu e ao inferno ao mesmo tempo, foi pura

coincidência desses seres abomináveis.

Falam que o mundo está morrendo, mas parece que quando eu nasci ele já estava morto, e

essa semana ele morreu de novo, e semana que vem está programado para morrer mais

uma vez.

Pelo menos essa notícia, se agora se interessarem em pesquisar, chegou até vocês.

#MarcoTemporalNao





Larajenha 

Relacionamento fracassado

Pelo visto, nosso Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não está conseguindo ver quem está

bem ao seu lado. Em meio ao surgimento da variante Delta, que deveria ser sua prioridade,

que deveria estar recebendo toda a sua atenção, ele é atraído e desvia sua atenção para o Uso

Opcional De Máscara. Esse uso chegou para atrapalhar de vez esse relacionamento, já

complicado, entre Marcelo e a variante.

Delta ficou desolada. Tinha esperança que, depois de polêmicas com sua versão anterior, ela

seria diferente. Porém, não foi isso que aconteceu. Marcelo se mostrou, mais uma vez,

inconstante e incompatível com ela e, tendo conhecimento da ocupação profissional dele,

esperava-se que eles fossem um match perfeito. Consumida pelo desgosto da traição, Delta

saiu por aí... e as consequências desse ato foram fatais.

O Uso Opcional, por sua vez, sofreu diversas críticas. A maioria delas foram direcionadas ao

desserviço que ele apresenta ao surto da Delta. A culpa então recai sobre Marcelo, que nunca

deveria ter se vinculado a esse Uso imprudente; deveria ter condená-lo e ter punido quem se

relacionasse, irresponsavelmente, com ele. Mas, no mundo dos relacionamentos, as

expectativas e a realidade são coisas completamente diferentes. Até agora, Marcelo continua

defendendo seu relacionamento com Uso Opcional; argumenta que cada um ter livre arbítrio

para decidir o que fazer.

Nessa história de decepção e traição, espera-se que Marcelo perceba o mal que fez, agindo

com imprudência e negligência, ao deixar Delta correr solta por todo lado. Mas, se o chefe de

Queiroga nunca tivesse conseguido seu cargo e, portanto, Marcelo nunca tivesse sido

contratado, talvez, ninguém estivesse sofrendo com as péssimas escolhas do Ministro.





Estagiária do Profeta Diário

São Paulo e sua poluição

As queimadas recentes na região metropolitana, aliadas ao tempo seco da e a já conhecida poluição do ar na região fizeram a combinação mais aguardada da temporada - fumaça. Foi possível avistar em alguns locais específicos uma grande nuvem de fumaça poluente. 



Recorde histórico!



Foi a primeira vez em 22 anos que a qualidade do ar esteve tão ruim, chega a ser uma daquelas notícias que ocorrem logo após alguém dizer “Bom, o que pode dar errado agora?”, a resposta veio. É sabido que a emissão de gases poluentes no ar é uma questão antiga a ser resolvida, não só na cidade de São Paulo como no mundo inteiro. Parece que chegou ao limite. Chega a ser melancólico pensar que na situação em que vivemos, uma nuvem de fumaça servirá exatamente para seu propósito: Esconder, disfarçar e ofuscar os problemas enfrentados por esse povo sofrido.



A previsão é de que a situação se resolva até sexta com a chegada de uma frente fria que promete dispersar toda a poluição. Até quando? Não sei. Uma hora acabará esse limite em que a natureza será capaz de reverter a situação feita por nós. Espero que não o atinjamos.








Lawzineo, mas dessa vez um pouco menos positivo e esperançoso

Adoro o cheiro de colonizador queimado pela manhã

Sem sombra de dúvidas, Apocalypse Now é um belo filme de um retrato de guerra e sociedade bem feito, e a frase do cheiro de napalm pela manhã é emblemática demais. Pois bem, em tempos de assassinos no poder e um mito que se autodestrói, não há nada mais emblemático do que destruir um passado sangrento, ou pelo menos a representação desse passado sangrento. No dia 25 de agosto de 2021, a estátua de Pedro Álvares Cabral que fica no Largo da Glória, zona sul do Rio, foi queimada. Acredito que não preciso lembrar que foi esse tal de Cabral, seu peso para a construção histórica desse país e a dita figura de “herói” ao redor de seu nome.

 Contudo, o que realmente me intrigou nessa queima da estátua foi o protesto por trás do gesto. Há de ser realizado um julgamento no Supremo Tribunal Federal que define se as demarcações de terras indígenas seguirão o marco temporal, onde os índios só poderiam reivindicar territórios que estavam previstos antes da Constituição de 1988. Belas palavras que podem deixar o futuro da comunidade indígena largado às traças, mais do que já vinha acontecendo nas mãos da necropolítica, e esse é um rastro de ódio que vem desde Cabral, deixando o povo nativo desse país lutando para obter o que restou do seu lugar. Colonialismo, imperialismo, capitalismo, como esse povo ainda consegue resistir a tanto? 

Pois bem, a estátua de Pedro Álvares Cabral do Largo da Glória queimada é muito mais que vandalismo, muito mais que desobediência civil. É liberdade para o índio, liberdade para esse país, é liberdade verdadeira. Eu bem que tentei fazer uma crônica mais engraçada e divertida, mas de alguma forma, a violência é bem mais interessante que a paz. Se o pessoal que colocou fogo na estátua será pego? Ainda não se sabe, mas o cheiro de colonizador queimado pela manhã é realmente prazeroso.





Desértico Joe

 

Buffets imaginários para quem tem fome de verdade

 Faz algum tempo que não vou ao mercado, desde que a vida se fechou lá fora — ou deveria ter se fechado —, mas eu ainda escuto as notícias sobre o preço do arroz ou sobre como mal dá pra comprar um frango inteiro ultimamente. É preciso parcelar o alimento como se parcela a paciência e organizar bem o que tem no armário da cozinha para ele não parecer tão vazio. E o engraçado é que Guedes disse que a inflação não está fora de controle, mesmo agora que nós temos uma lenda urbana em forma de nota de duzentos reais e vários outros problemas. 

A lista é quase infinita, mas a questão é: um país de verdade não pode se alimentar com esperança e falas sem fundamento. Escutar que a inflação não está fora de controle não é nenhum consolo, principalmente quando “inflação” não é uma palavra presente no dicionário de muita gente. Foi só ontem que eu descobri o que isso realmente queria dizer. Mas comida, pelo contrário, é uma palavra tão conhecida que se desenrola pela língua com a mesma calma de quem acaba de acordar num domingo de preguiça e cada sílaba tem um gosto diferente quando pronunciada. 

Gosto de saudade, de tristeza, de medo e de uma esperança quase extinta dentro do pote de sorvete sem sorvete e sem feijão, porque as compras do mês vão se reduzindo cada vez mais e a cozinha vai sobrevivendo aos poucos. Um país de verdade, de gente de verdade, de carne e osso e que tem necessidade de sobreviver mais um dia, não pode se alimentar das falas de alguém tão pouco confiável no jornal e sentimentos infelizmente não enchem o estômago. A inflação pode não estar fora do controle, mas há algum tempo a vida está. Faz um bom tempo que não vejo o dono do mercadinho da esquina sorrir também.


Todos amam tomates


Sociedade do Espetáculo

 


Hoje fui ao circo

Mas era um muito diferente

Uma grande plateia ansiosa para o espetáculo

No camarim, uma loucura!

“Seu cabelo deve ser assim, use esta roupa, sorria dessa forma”

Depois me deparei que os palhaços eram filhotes de gente

Prontos para agradarem o público

O circo também era diferente em outra coisa

As pessoas não viam mais com os olhos 

Mas através de microcâmeras, de seus aparelhos que a todo momento saiam um som estranho

Acho que era uma forma de interação 

E então os pequenos chegaram, finalmente!

“Olha que gracinha! manda um beijo! faz essa pose! diga isso!”

E o faziam

Já não sabia mais se eram palhaços ou macacos de imitação 

Percebi outra coisa, ao mesmo tempo que o elenco estava ali para ser visto

Eles recebiam muitos flashes e gargalhadas

Mas nenhuma atenção que não fosse mediada por esse tal aparelho, que estranho!

Saí do espetáculo, pois senti que nunca acabava

Mas pra quem gostar, o nome é Instagram


Lua Nova


Falta vacina, sobra laranja

    Laranja, segundo o dicionário online, é um fruto redondo e rico em sumo produzido pela laranjeira. Tão popular atualmente, a laranja vive estampando capa de jornal, aparecendo em noticiários televisivos, protagonizando em sites de notícias. Em nosso país, a laranja pode ser cultivada em qualquer época do ano, oque é um bom ponto para apontar o motivo de sua popularidade. Há quem diga que nossa bandeira, antes tão defendida da cor vermelha, está numa coloração quase laranja. Mas por que será que de um tempo pra cá essa fruta se tornou tão popular? Bom, parece que o governo atual gosta bastante de laranja. Basta se informar, o presidente e sua família adoram, contando o pai, os filhos, o cachorro e o papagaio. É um caso bastante curioso, alguns diriam que é alguma coisa na água que a família bebe, outros chegam a comparar com um vírus. Se a cura de todos os vírus fosse extraída de laranjas, acho que o governo não cederia uma laranjinha sequer, não abrem mão! 

    A índia é um país localizado no continente africano, caracterizado por um clima de monções, podemos encontrar regiões tropicais e subtropicais, temperadas e até alpinas. Mas o que a Índia tem a ver com isso? O governo das laranjas estava negociando, com a Índia, a compra de vacinas... mas onde estão elas? Por aqui não chegaram, o negócio nunca foi concretizado de fato. Mas o fato é que rolou muito dinheiro, uns 1000% a mais do que deveria. Estranho, não? No meio disso ainda tinha gente cobrando um real por vacina, custo entender uma situação dessa. Ah, não poderia faltar: mais laranja. Parece que a pobre da fruta também foi envolvida nessa história, ela não tem paz! Vai ser difícil de explicar pras gerações futuras como um governo amante de laranjas chegou ao poder e matou tanta gente. Pois é, os laranjeiros também são genocidas. Algo difícil de engolir, confesso, mas com um suquinho de laranja talvez desça, afinal, o governo pode ter sido extremamente incopetente e criminoso na demora das aquisições de vacinas, mas laranja nunca esteve em falta.









Cabide Esculhambado




Jogos Vorazes

Era uma quarta feira de manhã e eu acordava mais uma vez no Brasil, olhava as notícias, dava comida para o cachorro e saia para procurar um emprego, porém até chegar ao meu destino eu passava por diversas fases, como se fosse um jogo. 

 

A fase 1 era escolher quais contas pagar nesse mês, porque o dinheiro não dava para pagar tudo.

 

A fase 2 era pegar o dinheiro que “ganhei” no Kwai para pagar a passagem de ônibus. 

 

A fase 3 encarar a fila da CAIXA, para pegar 600 reais que o benevolente governo deu 

 

Na fase 4 eu passo no mercado, só passo em frente mesmo porque o preço dos alimentos do jeito que está comprar está cada vez mais difícil 

 

Na fase 5 entrego meu currículo em algumas lojas que nunca entram em contato 

 

Na fase 6 encontro uma pessoa em frente ao ponto de ônibus e vendo uma cafeteira que tinha anunciado pela OLX, e uso esse dinheiro para voltar para casa 

 

Na fase 7 o gás acaba e eu não tenho dinheiro para comprar outro, pois o gás está muito caro 

 

Na fase 9 dou graças a Deus que vendi minha moto no início da pandemia, pois com esse preço da gasolina jamais teria dinheiro para andar 

 

Na última fase do jogo a décima, eu PERCO, pois ligo a TV e o Ministro da Economia diz que a inflação está dentro do jogo, pena que nesse jogo da vida eu perdi, pois não tenho mais nada para apostar.

 

 

 Sinceron@.com

 

 

 

 

 

 

 


Império


 Naldo, tem 78 anos, é branco, roteirista, escreveu diversas novelas, porém não faz questão de colocar atores negros. Quem dirá protagonistas negros. 

Beyoncé, tem 39 anos, é negra, cantora, compositora, atriz, modelo, dançarina, empresária, produtora, diretora, roteirista e mãe de três filhos. Beyoncé é o maior símbolo de representatividade para os negros de todo mundo.

Naldo criticou Beyoncé por usar um colar de diamante da Tiffany, pois em sua cabeça, pessoas negras só podem ocupar papéis servis. Naldo projeta na Beyoncé tudo que ele mesmo é, alguém da elite branca opressora que não tem intuito nenhum de ajudar pessoas como Joelly. Pessoas como Naldo se sentem ameaçadas com pessoas pretas sendo protagonistas, sentem medo pois acreditam que seu lindo sistema capitalista se romperá de alguma forma e tentam rebaixar as “minorias”, invisibilizando negros, indigenas e pessoas LGBTQI+.

Ninguém se incomodou quando a Lady Gaga usou o mesmo colar no Oscar. O problema não está no valor do colar, e sim na figura que o carrega no pescoço, ver um preto no topo incomoda. Infelizmente existem muitos Naldos em nossa sociedade, como o Naldo do “somos todos iguais então pra que o movimento negro”, o Naldo do “os negros estão fazendo a mesma coisa que os brancos fizeram com eles” ou o Naldo do “esse negócio de cotas está tirando o lugar do meu filho”.

Sabe o que me passa na cabeça quando leio notícias como “Naldo critica Beyoncé por usar colar de diamante”? Revolta.

Espero que Naldo ainda se incomode muito nessa vida, pois o povo preto ainda ocupará as cadeiras que pessoas como ele se sentam.

Agora de George para Naldo, vamos cair um pouco na real, tá legal?

 



George Amarelo


Faz parte do jogo

Ainda no período colonial, exploradores - eufemismo para invasores - requeriam empréstimos da Coroa Portuguesa para financiar suas atividades e instaurar a primeira grande crise em território brasileiro.


Em 1822, temos o governo de Dom Pedro I inaugurado por uma dívida de dois milhões de libras esterlinas, usadas na “compra” efetiva de nossa independência.


Nos primórdios da República, Rui Barbosa, ministro da Fazenda de Deodoro da Fonseca, acaba por cometer o equívoco dos economistas mais leigos: aumentar a fabricação de papel-moeda para facilitar a concessão de financiamentos no setor industrial. Ledo engano. Empresas fantasmas e clones corporativos são o (óbvio) resultado do plano infalível.


Nas grandes “eras” Vargas e JK, o dilema do desenvolvimento autônomo e a proteção da economia de base; terminamos em projetos mal elaborados, oscilações desenfreadas do mercado, corrupções políticas e bastante caos. 


Aqui, o ano era 1985. O auge da “década perdida”. Ir ao supermercado tornou-se um evento para as famílias médias. Os encartes de produtos saíam mais do que os jornais - era melhor checar o preço do arroz antes que duplicasse no dia seguinte. 40,7%. É a taxa de desemprego recorde daquele ano. Em Brasília, nossa frágil democracia caminhava à passos lentos, como quem se recupera de um longo e atordoado coma induzido.


Dali pra cá, a memória não permite falhar o colapso de 2002, 2008, 2014, 2016… Reparem que listei só os mais gritantes. E depois? Depois vocês já sabem. Repete. De novo. Mais uma vez. 


Odeio admitir, mas, no fim das contas, Guedes está certo. A crise, a inflação, o desemprego e a miséria estão mesmo “dentro do jogo”. Sempre estiveram.







Bic Cristal. 


sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Tragicômico

 A política brasileira poderia ser uma sitcom: os personagens são estereotipados, problemáticos, engraçados e satirizados. Alguns deles prometem acabar com a violência, mas compõem a bancada da bala. Outros fazem discursos com as palavras mais rebuscadas para atacar seus adversários. A maioria muda de lado de acordo com quem assume o poder executivo.


Em sua 195ª temporada, a Câmara dos Deputados coloca em votação uma emenda para instituir o voto impresso, no país que tem a tecnologia mais avançada de votação. O Presidente da República é um dos maiores defensores dessa mudança no sistema eleitoral. Se Bolsonaro defende algo, o exército também defende. E é por isso que, no dia em que os deputados votam a favor ou contra o voto impresso, o exército faz desfile de tanques de guerra.


Típica cena de sitcom: velhos e fumacentos tanques percorrem Brasília, como forma de ameaçar e pressionar o Congresso a votar a favor da proposta. O que deveria causar medo, vira motivo de risada para o público. Aquele humor que faz a plateia contorcer-se um pouco de vergonha alheia.


A política brasileira poderia ser uma sitcom, o problema é que, diferente de Modern Family, nossos personagens políticos não são sátiras.


Euridice Gusmão

Cortina de fumaça

Um breve saudosismo eu diria, recordar 1964 nunca foi tão tenebroso e tão real. A mobilização dos tanques na Esplanada dos Ministérios soou como uma grande intimação e exibição de poderio militar, e já se viu isso acontecer uma vez há mais de 50 anos.





Esse grande movimento na verdade tinha um significado maior, mascarar e poder distrair um evento por trás, que seria muito maior: a votação pela instauração do voto impresso. O nosso amado Presidente e seus apoiadores recentemente se mostraram defensores do voto impresso. Talvez para copiar um modelo americano de desenvolvimento da democracia? É... Acho que não. Bolsonaro é gado do Tio Sam, mas não. É mais uma tentativa de tentar se manter no poder, porque graças a sua devida insegurança e instabilidade política, - e emocional- ele não é capaz de agir na pureza ou exercendo a função de seu cargo: Que é fazer o mínimo que se espera de um presidente.


Portanto, ele está em busca de maneiras alternativas de fazer a manutenção dele no poder nos próximos anos, através do voto impresso?! Mas por quê? Ah meu caro leitor... É tão lindo e tão único a forma que existem as expressões "jeitinho brasileiro" e "tem jeito para tudo, menos para a morte". É impressionante pois no Brasil tem como corromper e se dar um jeito em tudo, menos para a morte ( entretanto acredito que até isso o Bolsonaro tenha conseguido fazer, pois ele está fazendo hora extra aqui na Terra ). Por conseguinte, se hoje já é possível observar fraudes nas urnas eletrônicas, como não imaginar que o mesmo acontecerá no voto impresso? Será que para ele a ingenuidade do cidadão é realmente tão grande assim? Quem ele pensa que é? Ele realmente pensa assim? Ele realmente pensa? Me preocupo com a sanidade mental desse homem, se Bolsonaro fosse um objeto de pesquisa científica na área da psicologia, todos iriam se surpreender devido a vastidão do inexistente dentro daquela mente. 


Mas enfim... A sua imaturidade democrática nos evidencia um grande medo, e a constância de suas ações antidemocráticas, é na verdade uma busca para ganhar mais atenção, pois foi assim que conseguiu juntar tantos simpatizantes em sua campanha eleitoral. Porém agora é diferente, com o pretexto dos tanques para distrair a população de uma causa maior, ele trouxe o centro das atenções para sua figura política. A cortina de fumaça não é devido aos tanques serem antigos, mas sim porque sua imagem terminou de ser queimada, Vossa Alteza.


Apolo Gia

Eu votei 17!

Deixa eu te contar uma história... eu votei 17!







O ano era 2018, haviamos eleições presidenciais. Sou completamente averso às ideologias de esquerda. Não sou igual a maioria dos alunos desse curso. As vezes até fico rindo na aula de que o professor da disciplina faz questão de estampar seus ideais políticos (por exemplo, quem guarda um livro na estante com a capa virada para frente, professor? kkk). E sim, eu votei em Jair Messias Bolsonaro. Havia uma esperança naqueles que viram seu candidato ganhar a eleição. Não era uma pessoa fora do cenário político mas era sua primeira disputa presidencial. Tinha aquele "vai que" tipo em 2002.


Não demorou nem um ano para a máscara desse sujeito cair. Se é que algum dia existiu. Mas brasileiro não desiste nunca, pelo menos é o que dizem. Para além de promessas típicas de políticos que não foram cumpridas, esse estelionatário eleitoral que ocupa a presidência da República conseguiu arregimentar uma massa de idólatras igual ao seu "rival", Lula. Pessoas completamente cegas e ignorantes que apenas sabem repetir o mesmo chavão: Deus, pátria e família.


Família: seus filhos e agreGADOS.

Deus: qual deles? Meu Deus não é o mesmo do Edir Macedo$$.

Pátria: os EUA? (apenas com Trump)


Parece que as coisas vão indo cada vez mais ladeira abaixo.

Um país completamente sucateado, estampado em nossas grandes demonstrações das Forças Armadas.

Já vi veículos melhores na OLX. Preferia desfilar um uno com uma escada em cima do que passar essa vergonha.


Que tipo de papel essas pessoas que ainda defendem o miNto querem pagar?

Querem que imprimam essa derrota em 2022?


Desculpa, infelizmente tenho de parar de escrever por aqui.

Meu voo já vai sair. Finalmente descobri a saída do Brasil.

Aeroporto.


Light Yagami 

O Brasil e o retrocesso: voto impresso x urnas eletrônicas

Nos últimos dias, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) e apoiadores, fizeram inúmeros ataques à segurança das urnas eletrônicas brasileiras, incentivando a volta do voto impresso.


Para entender esse cenário, convido aos senhores, a mergulhar nas lembranças do passado. Os processos das eleições por intermédio de células de papel eram demorados, fraudulentos e ocorriam anulações. Sem contar no sentimento de angústia e incerteza nacional. 

Vejamos, por exemplo, em 1989, nas eleições de segundo turno que elegeu Fernando Collor de Mello para presidente do Brasil. Fato esse que ocorreu o resultado oficialmente em 3 dias. Um fato que me remete a comparação, com a última eleição que elegeu Bolsonaro à presidência do Brasil, feita na urna eletrônica (que tanto questiona), mas que após o fim da votação lhe deu a vitória em apenas 2 horas.


Vendo por etapas, o processo de eleição era agoniante (quando me lembro dá sono), para cargos executivos (prefeito, governador ou presidente) o eleitor tinha em suas mãos uma cédula que  marcava com um X o seu candidato. E para eleições legislativas (vereador, deputado estadual ou federal e senador) tinha que escrever o nome ou o número do seu candidato. Logo após concluir o voto, o eleitor colocava a cédula em uma urna de lona, onde após a votação eram fechadas e lacradas.  Ao final da votação as urnas eram  levadas geralmente para ginásios esportivos, através de escolta da polícia militar em ônibus reservado pela justiça eleitoral.


A premissa do uso da urna eletrônica veio para agilizar o processo da votação, como no exemplo acima, algo que no processo de papel dura 3 dias, no processo eletrônico pode levar 2 horas, gerando mais transparência no combate na contagem dos votos. Também, não foi comprovado até o momento nenhum meio de fraude nas urnas eletrônicas, nem algo que justifique os ataques feitos por Bolsonaro e apoiadores.








Dy Jornal

Lógica do absurdo

A história se repete. O passado se veste de presente como a melhor solução para problemas futuros. Para alguns as eleições já serão fraudadas e precisamos desde já fazer algo sobre isso. Provas? Nenhuma.



Em meio ao caos sem precedentes neste país, paramos para discutir voto impresso. Esse é um problema que já tem solução. Há tantas coisas mais importantes que necessitamos discutir. Como as pessoas se deixam levar por discursos tão absurdos a ponto de acreditar em lógicas irreais e inimigos inexistentes?



Podemos assumir que é uma cortina de fumaça, que atrapalha  nossa vista dos problemas reais. É também uma tentativa de ganhar uma batalha perdida. Aqueles que querem a qualquer custo quebrar os pilares da nossa democracia tentam desesperadamente se manter vencedores. 



O retorno do voto impresso é uma imensa demonstração de fraqueza e reconhecimento de derrota. São fantasmas antigos, famintos por destruição, que nos assombram à espera do momento certo para nos invadir. O verdadeiro inimigo se pinta de vencedor e abusa da lógica do absurdo. 



Tela Azul

Melodia de uma Nação Polarizada

 

Ó grande povo brasileiro

Sua coragem acabou?

Se rendeu aos prisioneiros

O retrocesso os levou

 

Ó grande pátria idolatrada

Esse amor não foi demais?

Desfilando suas tropas

Viva o preço do gás!

 

Escolhemos quem abraçar

E não é certo questionar

Raça, sexo e grana, bases da crítica

Então morte à militância, o bem governará

 

Precisamos avançar

“Dois passos à frente, seis para atrás”

Quem foi que isso falou!?

Viva a morte do inimigo!


Deus preserve a ignorância

O sobrenome prevalece

Esse país verde e amarelo

Quem avermelha, se padece

 

Essa nação é pequena

 O amor é toda à pátria

Chega da corja de canalhas!

Que Deus cuide da verdade

 

Não precisa estar aliado

A vontade do povo

Mas não permita

Como o passado

De novo.




- Melo, mas nem um pouco dramático.