Entre patas
e beijos
Olha, como o dia tá quente hoje
hein! O calor é tanto que eu tenho que beber água toda hora e mesmo assim não
consigo fechar a boca por um segundo sequer. Enfim, tava aqui olhando para trás
e percebi que tudo passou muito rápido né. Afinal as coisas sempre passam
voando quando são marcantes, principalmente no lado positivo. Bom, você que
está lendo não deve saber nada sobre mim (pelo menos eu acho), então vou lhes
contar brevemente a minha história. Vou começar voltando no tempo em um
determinado dia a mais ou menos sete anos, quando o conheci. Naquele dia, que
me lembro como se fosse hoje, ontem ou qualquer outro recente, o famoso e tão
comum 'inesperado' aconteceu. Na verdade, sendo mais específico, foi a noite
daquele dia (sem nenhum tipo de trocadilho) que fica na minha memória, e de
outros também, até o presente momento.
Eu estava vagando pelas ruas,
inocente que era (ainda sou, mas nem tanto), procurando alguma coisa pra comer,
até o momento em que fui atropelado perto da minha atual casa. Até hoje eu
tenho sequelas disso. Meu pai (não o biológico, mas o adotivo) foi quem viu a
cena. E o grito\choro de dor que eu dei na hora foi tão alto que alguns dos
vizinhos ouviram de dentro de suas casas.
A partir de então eu fui levado pelo
meu pai (adotivo) pra casa, onde resido atualmente e sou muito feliz. Sei que
apronto demais às vezes, fugindo do banho e fazendo coisas onde não se deve
fazer, mas sou muito grato por eles terem me adotado e sinto que todos gostam
muito de mim. Sinto que sou parte deles, dessa família. Eles cuidam de mim com muito carinho, tanto quando estou
doente como quando não estou, e isso me faz sentir bem.
Eu só queria que meus colegas
tivessem a mesma sorte que eu tive. Não é qualquer um que tem a família que eu
tenho. Muitos não tem nenhuma e estão sós por aí como eu estive antigamente.
Quem sabe um dia eles consigam um lar, onde sejam felizes e gratos como eu sou.
E também para que possam abanar o rabo para algúem pois isso faz bem pra gente,
além de ser legal demais. É, quem sabe né...
Senhoralguém