A forma como se comportava em público, em seus shows ou em entrevistas, onde frequentemente demonstrava certo desdém pela mídia e pela imagem de rockeiro sujo que essa queria atribuir a ele, o pintava como apenas um garoto de 15 anos rebelde em um corpo adulto.
Kurt não era apenas um punk viciado, com ódio de tudo e todos, que se vestia de forma desleixada para exibir a todos o seu lado “cool”. Era sim um artista com problemas, estes que todos nós temos, e que procurava viver sua vida da forma mais simples possível, longe do grande espetáculo midiático e do universo de vaidades da música pop. Em suas próprias palavras, gostaria de ser amado como John Lennon, mas com o anonimato de Ringo Starr.
A última música de In Útero é All Apolagies, extremamente simples e sincera, que muitos dizem ser uma homenagem a sua filha, Frances Cobain. Não sabemos quais são exatamente as desculpas da música. Talvez desculpas a própria Frances pelo forma como Kurt decidiu dar fim a sua trajetória; talvez ao mundo da música por ter perdido uma personalidade tão interessante; talvez a si mesmo, por não ter sabido como lidar com seus próprios distúrbios. A única coisa que podemos ter certeza é que Kurt não precisava se desculpar, pois sua contribuição à música e a nós, que hoje lemos suas letras, já foi suficiente. Paz, amor, empatia.
Por velvet67underground.