quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Luz

 


Seu pseudônimo chamou atenção. Afinal, quem gosta de cinema entenderia de primeira. Mas seria, além da paixão pela Arte, uma forma de julgamento?


Afinal, quais filmes gosta? Quais odeia? Quais respeita? Que tal o filme da Vida? Considera o mais importante?


Eu sei que deveria tentar te personalizar, decifrar. Mas, gostaria de questionar. Afinal, sempre busco perguntar e gerar dúvidas acima de ter certezas.


Que faça-se um trato: não se duvide mais então. Poderia tentar falar que você é insegura ou inseguro, focada ou focado, dedicada ou dedicado, humana ou humano. Mas você é você. Única ou único como todas e todos.


Engraçado é: escrevi essa ao sair da sala de cinema. Especial!


Por Dante Alighieri II

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Natureza Venusiana

 Na infinitude do céu passeia Vênus. Suporta sozinha, sem reclamar, o peso da leveza do amor. Insiste na beleza de amar contra toda a amargura que lhe esbarra, ainda que possa cansar. E cansa, eu sei. Por várias vezes já cansei. Amei, ainda sim. Amar é parte inerente de mim, de nós, desse imenso emaranhado de vida. Assumir o peso mesmo cansada, esse é o desafio. Não cabe a todos. Exige coragem, vontade e boa dose de amor ao Amor, instituição divina. É preciso querer cultivar. Do avesso para fora, do avesso ao avesso.

Compreendo seus receios, seus medos, suas angústias. Escrevo-lhe em tom de abraço e espero lhe alcançar. Escrevo-me em tom de lembrete e espero me alcançar. Cansaço, eu sei. Mas ao cansar falhei? Falhamos? Não é fácil viver nadando contra a maré amarga. Dói mais não deixar doer, garanto. Na dor também reside o sentido do ser. É preciso deixar. Como, sem descarregar o peso da leveza que nos faz continuar? É preciso suportar ou podemos soltar? Soltei. Saltei do bonde que me exigia agradar. Nem só de Vênus vive nosso sistema solar. Da sabedoria mercurial e jupiteriana extraio estratégias. Volto-me às energias de Marte e Saturno, famigerados maléficos. Injusta alcunha que vilaniza seus dotes. Neles encontro força para fazer a vida girar e frear quando precisar. E precisa sempre. A vida cobra com frequência o movimento de estacionar, de lutar e negar. Revolta é parte importante de amar. 

Me compadeço e me enxergo em suas dores, por isso arrisco opinar. Ame, odeie, sofra, seja. Abraçar as lembranças traumáticas e as vontades veladas a libertará! Só a entrega saciará a fome do ser, ainda que o jejum lhe pareça cair bem. Nunca cabe. Desfrute do banquete das possibilidades! Prove de tudo com sabedoria, antes que a jornada aqui acabe. Sua metamorfose te formará de forma extraordinária, posso apostar. Não há arrependimento pior que o de se censurar.



De Estrela Maria para Vênus, com carinho.


 Nunca na minha vida apostaria em pseudônimos. Publicar por pseudônimos soa como um

desvio na burocracia. A assinatura tem uma função burocrática. O nome que nos é atribuído

surge como uma marca a ferro quente, e desmorona ao som do sonho, ao passo que o

pseudônimo é fruto do atrito entre o desejo do outro e a assistência do diabo. Por isso dei

uma roubada. Escolhi aquilo que mais me fazia mexer os braços. O único pseudônimo que

faria graça ao grande Nome da música britânica. Que alívio a alienação. Ninguém sabia que

ela usava o rosto do jarro atrás da porta.

Por Drauzio foi ao Mercado

 Quando vi passar, vi breve e muito rápido. O nome: Uata. O canto de dez mil primaveras, tão breve quanto as alegrias da vida. 

Uata sente,

Uata canta.

Por mais que tente reduzir suas palavras, Uata não deixa de cantar (a não ser que o canto seja sobre o que não quer cantar).

Uata não tem muita altura, se eleva pouco mais que o chão. Uata não tem muita largura. Mas Uata canta (ah e como canta!), canta o canto de dez mil primaveras, tão breve quanto as alegrias da vida. Uns dizem que a la môme piaf se assemelha, outros que ao inhambu, eu já acho que o canto de Uata é nada parecido com eles, pois piafs cantam o amor, inhambus a saudade. Uata canta as verdades da sua vida, como o canto de dez mil primaveras.

Red (Taylor’s Version)

 Seu nome grita força e poder, e consigo ver o fogo ardente como o de seus dragões em cada opinião forte que ela tem. A armadura que veste é uma proteção não só em suas batalhas, mas também contra todos que ameaçam machucar seus sentimentos. O ferro é indispensável, e impede que suas feridas mal cicatrizadas sejam atingidas e que de seu corpo comece a jorrar sangue e lágrimas novamente.

Quando a vejo no horizonte, seus cabelos brilham com a intensidade de mil estrelas no mesmo tom de calor que forjou suas lâminas. De onde ela veio ou quem ela foi um dia não importa mais, porque Daenerys faz o seu próprio destino, entregando-se de corpo e alma em cada uma de suas batalhas. Ela é corajosa e decidida, e conquista tudo aquilo que quer com sangue e fogo.

A realidade pode ser dolorosa às vezes, então ela foge para o mundo dos sonhos sempre que tudo fica intenso demais. Nesses sonhos, ela rodopia por salões de baile por horas, visita todos os reinos do mundo, e se apaixona milhares de vezes, nunca se cansando da beleza do mundo que ela criou.

Certa vez, ela escreveu sobre chuvas da meia noite, mas a vejo mais como o primeiro raio de sol que ilumina o dia. Ela ama como se o amor fosse água, e ela estivesse vagando no deserto há dias. 

Daenerys é o fogo que faz crepitar a lareira. Ela é a intensidade de uma tempestade com a gentileza de uma garoa. Ela é a dualidade do Sol e da Lua. E tudo bem ser as duas coisas.

A você, Dany, deixo um comentário especial: Você é suficiente e não precisa de mais ninguém para ser completa. E não tem problema em deixar sua armadura de lado às vezes; nem sempre você precisa dela.


Apesar de qualquer coisa, continue alimentando esse fogo que existe dentro de você. Sempre.


Pela última vez,

Sanglard

A chama de luz na caverna

 Sabe Iris, só lendo o seu nome vejo muitas cores, mas não exatamente o arco-íris. Sendo sincera, não sei muito bem como colocar em palavras que façam algum sentido. Mas eu vejo uma forte chama de luz com bastante determinação, mas que, por algum motivo, ainda não encontrou a saída da caverna totalmente. Os seus textos me passam a sensação de que você tem muita perseverança guardada aí dentro de si, ideias lutando dia após dia, ansiando em sair vitoriosas de uma batalha interna consigo mesma que chega até arranhar a garganta.


     De certa forma, eu me enxergo um pouco em você também. Demais, para falar a verdade. No meu caso, reconheci recentemente que sou uma pessoa que até gosta de conhecer pessoas novas, na mesma intensidade em que também tenho dificuldade de puxar assunto com elas à primeira vista. Meu primeiro dia de aula, por exemplo, acabou sendo uma dor de cabeça, eu só pensava "Se eu não tiver coragem de falar com ninguém, vou acabar ficando sozinha" e tive que agir. Olhando para trás foi meio estranho, mas acho que hoje teria me arrependido amargamente se não tivesse o feito.

     Enquanto eu escrevo esse texto, acabei percebendo outra coisa. Iris é o nome dado a uma flor. E agora eu não consigo desassociar o roxo de sua pessoa. O que ele representa? Não sei exatamente, mas me ensinaram desde cedo que ele é a combinação do vermelho com o azul. Bom, agora provavelmente eu já esteja viajando muito. De qualquer forma, acredito que você seja uma pessoa que tem muito ao que mostrar, então, de verdade, se permita em não esconder sua voz. Tenha certeza que ela é valiosa e guarda coisas que muitos gostariam de ouvir, do mesmo jeito em que a Iris tem as suas pétalas roxas para mostrar ao mundo. A sociedade consegue ser muito cruel às vezes, mas precisamos continuar tentando.

                         Mais uma vez,

                                              Beca Rodrigues.

Reino dos Sonhos.

  Desde o nome em que carrega até suas crônicas publicadas, sua personalidade pode ser vista por mim, já que ele não parece tão distante do Sonhar. Sandman seria a própria descrição do personagem. Relendo suas crônicas eu apenas vejo uma pessoa com vontades, desejos e sonhos para realizar.

 
 Talvez ele seja uma pessoa que se tornou rígida com o tempo, com obrigações a para cumprir e uma boa vida para viver. Mas não acho que ele queira viver em um mundo monótono. Ou ele apenas quer sua liberdade. Sua libertação, no entanto, poderia ser prejudicial para sua criação, seu lugar onde é acolhido.

 Será que ele é apenas alguém que acha que sabe sobre si mesmo, mas quando está sozinho, percebe que não sabe nem metade de seus sentimentos? Parece que ele perdeu tempo tentando agradar outros que se perdeu, perdeu o tempo que ele teria com seus sonhos e vontades, que não foram realizadas no final, já que foram, provavelmente, sonhados por outros para sua realização. Para viver na vida de outras pessoas.

 No final, Morpheus se tornou uma pessoa muito dura consigo, parou de viver no Sonhar, se distanciou dos perpétuos, ficou só. No final, saiu perdendo seu amigo. O amigo que ele era para si no passado, é o que ele possivelmente sinta falta nesse futuro.

 Você deseja voltar para o passado? Ser a pessoa que era antes? Apenas em seus pensamentos e idealizações, onde não precisava realizar o sonho de outros.


 Espero que eu tenha conseguido te entender. 




De: Josephine "Jo" March :)

Para: Morpheus até Sandman, Dream ao Oneiros.

Análise.

 Escreverei agora sobre esse pseudônimo,que muitas vezes desconfiaram que poderia ser eu. Bom,não era.

Para começar essa última crônica irei fazer uma breve análise de cada crônica escrita por esse pseudônimo.
O primeiro tema que nos foi dado foi sobre Trauma, uma palavra que nos remete dor e angústia. Nessa crônica, Vênus descreveu seu trauma com um jogo de palavras que conseguiu transmitir a angústia vivida precisamente.
O segundo tema foi sobre um Desejo Reprimido,e dessa vez Vênus fala sobre o desejo como um pecado,e que não se importa de arder no fogo do inferno se o preço for apenas,matar seu desejo.
Já no terceiro tema precisaríamos falar sobre uma palavra escolhida na aula. Não me está vindo a memória qual palavra Vênus escolheu,mas o seu texto fala sobre uma moça e uma rosa. Ambas sozinhas em um quarto, singulares. A rosa trás lembranças a moça, a moça lembra de alguém vendo a rosa.
E no quarto tema, Vênus redigiu muito bem sobre um grande problema na sociedade. De longe,uma das minhas crônicas preferidas. Conseguiu comparar duas realidades muito diferentes de dois sujeitos com o mesmo nome. Genial.
Já no tema sobre Autossabotagem, um tema delicado para todos nós.Vênus falou sobre sua própria Autossabotagem,que parece mais um processo de metamorfose.

Não sei se todas as minhas análises estão corretas,não sei se entendi o que Vênus quis dizer em todas as crônicas. Mas,como o Professor Felipe Pena disse, o leitor reescreve a história do escritor.

Por Lou Clark. 

 Sanglard, 

Confesso que li poucas crônicas suas, entretanto as que eu li foram BEM marcantes.

Você fez muito sucesso com seu texto sobre um desejo, e isso não foi atoa né. A escrita foi tão boa que eu consegui sentir todas as suas emoções, foram tantos detalhes que eu consegui até imaginar aquilo acontecendo. Seu texto me trouxe uma verdadeira nostalgia de quando eu virava a noite lendo fanfics no Wattpad. 

Apesar de eu ter achado você muito corajosa por ter exposto isso, enxerguei em outras crônicas um lado tímido seu, eu te entendo porque também sou assim, aliás em uma crônica sua eu me vi perfeitamente. Acho que você tem muito de você pra mostrar ainda.

Sanglard, eu ainda não sei quem você (tenho um palpite, na verdade), mas espero MUITO que você se revele. 

Você é dona de uma das minhas crônicas favoritas. <3


Iris Granson

 Ela é Vênus! Um planeta completo, muito maltratada e desrespeitada. Vê a vida de forma diferente, se põem a prova, se culpa, se sabota e sofre. Como sofre a pobre Vênus.


  É frágil, mas precisou ser forte, sei que não aguentaria carregar seu fardo, você aguentaria?

  Com tantos traumas, suas palavras começaram a causar dor, elas descrevem a dor. Com simples frases ela se despe de tudo que a impede, e nos deixa livres para observá-la.

  Pensar em Vênus, é sentir o oceano, tão profundo quanto escuro e mergulhar nele sem cogitar a volta. 

  Apesar de sua natureza, a intensa repressão forçou a se esconder, se esconder em suas vestes, em suas falar e no que quer que vejamos. Seu medo a impede de desejar, ela fala do pecado, isso lhe foi imposto. Talvez eu saiba o que a fizeram, isso me amedronta. Sua voz me faz temer, de tanto viver com o opressor, a opressora agora é você.
  
  Com seus textos envolventes que poderiam ser lidos todos os dias ela me faz questionar o que é real. Ela conta histórias e é perceptível que preferia viver lá, é insuportável viver sua realidade, a sobriedade se torna um castigo. 
  
  Seu fardo é ser tão complexa em um mundo vazio. Ela não é só Venus, ela é um universo inteiro.



Por carol

 Você tem um ar de experiência. Tem uma personalidade que aparenta ser livre de amarras sociais. 

Te vejo como uma mulher madura que é livre para ser, viver, aprender e conhecer. 

Se você fosse uma música, seria do tipo MPB. 

Se fosse um gênero literário, seria a poesia. 

Se fosse uma categoria de escola, com certeza estaria no meio das artes. 

Você, que pode ser misteriosa e ao mesmo tempo tão transparente. Talvez seja por isso que te admiro mesmo não sabendo quem tu és. 

Suas palavras me lembram aconchego, mesmo que o contexto não seja doce. 

Meiga, mas firme. Sincera, mas não agressiva. Essa é minha visão sobre você, uma estrela cheia de personalidade. 


Por: Mona Lisa

Como eu imagino você



  

   Jude Flor: Esse nome me soa delicado, calmo e doce, principalmente por causa do “flor”. Eu amo flores, acho que isso que me faz gostar tanto do nome, flores para mim são sinônimo de beleza e amor, e a Jude consegue transmitir isso em seus escritos. Para mim, você é uma pessoa bem parecida comigo, talvez nem tanto em personalidade ou aparência, mas em gostos! Um dos títulos de suas crônicas era o nome da minha música favorita da minha cantora favorita, o que me fez achar que somos parecidas e tirar essa conclusão. 

  Penso que posso separar Jude Flor em duas, mas duas que se completam perfeitamente formando uma só. Jude é uma pessoa interessante,convicta de suas ideias, determinada e forte. Enquanto isso, Flor é tímida, um pouco insegura, muito empática, divertida e amável. Jude Flor tem todas essas características, que se encaixam formando uma só personalidade, cheia de nuances e originalidade. Eu consigo imaginar você. 

   Eu imagino você sendo aquela pessoa que mesmo se não falar onde está, fácil será encontrá-la em uma biblioteca, procurando um bom livro mas não ficando muito satisfeita com as opções existentes. Ela curte filmes mudos e aqueles curtas em preto e branco, que só pessoas muito conceituais gostam. Bem, conceitual poderia ser o sobrenome dela, Jude Flor Conceitual, seria interessante!

   Eu imagino você sendo alta, com cabelos pretos e olhos escuros, usando vestidos floridos, misturando saias jeans com camisetas de gatinhos e gostando de usar moletons de cores neutras para ficar em casa enquanto ouve no ‘repeat’ os álbuns da Taylor Swift. Gostando de usar sandálias abertas na chuva porque para você não tem problema molhar os pés, é uma conexão com a natureza e é divertido sentir as cócegas que os pingos de chuva fazem no pé. Também usando sapatilhas e tênis baixos, prezando pelo conforto dentro e fora de casa. Se você, Jude, fosse uma cor, seria marrom clarinho e se fosse um animal seria um coelho, daqueles pequenininhos que não crescem. Eu imagino você sendo minha amiga, e eu espero que, de fato, você seja! Até porque não teria pessoa melhor para se ter como amiga, senão Jude Flor.


Daenerys Targaryen

Admiração

 Ela foi machucada e não merecia isso. Foi vítima do egocentrismo de outro alguém. Sinto que todos nós já tivemos essa pessoa em nossas vidas, aquela que chega, traz esperança e depois nos destrói completamente fazendo com que nos transformemos em um outro alguém. E o pior é que essa pessoa sempre sai intacta, como se nunca tivéssemos existido. Em certo ponto, me identifico com ela.

É muito difícil se reconstruir depois desse tipo de situação, encontrar de novo seu valor e buscar outros motivos pra seguir saudável, mas ela conseguiu. Acabei vendo ela como um exemplo, pois mesmo depois de tudo, conseguiu deixar a tristeza e as pessoas ruins no passado e agir como se elas estivessem mortas. Talvez um dia eu também consiga atingir esse nível de autossuficiência e autocontrole e retirar de vez todas as pessoas que me menosprezam e só me trazem sentimentos ruins da minha vida.  

Por Eleanor Rigby

Minha introspecção (?)

 Chato, amargurado, caótico, dramático, frio e um alcóolatra angustiado. Estes definem

Dirceu da Cruz e Sousa. Talvez eu tenha pegado pesado demais com ele. Satírico,

sarcástico, brincalhão, alegre e comediante da sua própria vida. Ainda faltam palavras

para descrever essa caricata figura. Nossos laços se entrelaçam com regularidade, falo

por ele coisas que não teria coragem de falar, mas também, Dirceu fala por si coisas que

são necessárias. Me perco e ele também. Poeta, escritor, mago das palavras e sério.

Estes também o definem. A verdade é que Dirceu é tudo e nada ao mesmo tempo. Amor

e ódio habitam em seus textos. A medida que fala de amor, comenta também sobre

depressão. Ao mesmo tempo, escreve sátiras e as entrelaçam com assuntos importantes,

por exemplo, o narcisismo das pequenas diferenças. Dirceu escreve frases lindas,

cortejando a infinidade de um pôr do Sol, e ao mesmo tempo deprecia-se por este

motivo. Criei um monstro, não vou mentir. Ou o monstro sempre habitou em mim?

Talvez. Mais complexo que Durkheim, todavia é mais leve que uma pétala da mais bela

rosa. Dirceu é tudo e nada ao mesmo tempo.

Autoria de Dirceu da Cruz e Sousa

Dante Alighieri II

 Infelizmente, o título dessa crônica, como de costume, não será uns dos arcanos maiores do Tarot. No entanto, uma vez que estamos tratando de análise Junguiana, nada mais justo que utilizar essas cartas para de descrever.


Sendo sincero, assumo não ter lido suas crônicas antes, e que enorme surpresa foi ler cada uma delas. Me entreti desde da sua forma de escrever até o uso de cultura pop, para falar do tema e da escolha do pseudônimo.

Ao ler seus textos, a materialização da persona me veio por meio de três cartas do Tarot.

O louco, a única carta sem numeração, ela inicia a jornada do herói. No Tarot, o Louco simbolizando a descoberta de um mundo novo, uma nova etapa, como a entrada numa faculdade.

A segunda, o diabo, essa carta me remete bastante suas crônicas, não só pela escolha do autor, mas também  por ser uma carta de reflexão e muitas das suas crônicas eram reflexões sobre temas.

A última carta, o mago, mostra sua habilidade para lidar com os problemas que chegam até você, se utiliza do que tem à sua disposição para vencer as dificuldades. A exemplo, o uso dos personagens de avatar até o uso do autor da Divina Comédia para transmitir suas mensagens nas crônicas


O perfil que essa cartas me deram foi de alguém com capacidade para resolver as adversidades, que está entrando em uma nova etapa, no entanto acorrentado  por vontade própria, sendo vítima de suas obsessões. Evite agir por impulso para não seguir por caminhos que não são bons.



Sandman 

Carta para Steff Dom

     Quem é você, não sei. De onde surgiu steff dom? Como pensa você, como age? Sei que vê seu desejo como um meteoro e sei que se sente incapaz. Digo, portanto, deixe o meteoro te atingir e não deixe a incapacidade ser sua inércia.

    Não sei te enxergar e nem te imaginar. Queria saber mais sobre você, steff dom. Todavia, você tirou minhas palavras quando, talvez, não tenha conseguido encontrar as suas. Quando não deixou se atingir pelo meteoro da constatação da sua existência. 

    Entretanto, me compadeço de sua dor e de sua empatia. Espero que você consiga também.

    Afinal, quem é você, steff dom?

                                                                                                                   De Vênus, com amor.

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Atrasos pontuais, encontros remarcados

 Acordo atrasada. Na noite de ontem fui dormir pelas tantas. Sigo quebrando

religiosamente as promessas que me faço. As outras costumo honrar com louvor.

Pago em dia ou com juros, o que preciso for. Falo das outras, claro. As minhas,

adio. Dia a dia, pontualmente. Assisto o tempo passar bem na minha frente mas

tenho dificuldade em alcançar.

Os encontros do tempo e do espaço diariamente me chamam e eu sempre

quero ir. Quero estar! Em um gerúndio regular. Estar estando. Invés disso arrasto

minhas promessas por aí feito bolas de ferro que crescem progressivamente, presas

ao meu calcanhar. Deixo meus quereres mais profundos e genuínos em estado

sabático. Saboto-me sem pressa e sem hora pra parar. Estou exausta e parada no

mesmo lugar. A carga é pesada demais, machuca. O tempo não faz caminho de

volta. Nem a melhor reviravolta traz de volta o cronos que já foi. Já era. Eu que

ainda não fui. Revolta é a única volta que me sobra e me cobra urgência para

chegar.

Difícil apagar a dor de promessas que pontualmente já não cumpri. Mais

difícil ainda seguir não sendo, colecionando bolas de ferro que me soterram os pés

no chão. Preciso caminhar. Caminhando e cantando, seguindo a canção. Pra falar

de flores, assumo a dívida de deixar minhas águas me guiarem. A imensidão que

reside em mim teima em confiar. Confia porque precisa, porque é a única saída

precisa para deixar jorrar. Preciso acatar. Prometo não mais só prometer, prometo

ser e estar. A pagadora de promessas se atrasou mas mandou avisar que chegará

para ficar.


Estrela Maria

 Eu gosto dela, mas não consigo falar. É sempre assim eu nunca consegui dizer isso, tem uma trava em mim. Todos se sentem assim? O que será que acontece? A raiva me consome por não conseguir dizer uma simples frase, dizer que a quero

m e t a m o r f o s e

     Essa palavra é áspera ao pé do meu ouvido. Autossabotagem. É grande, é feia e odeio sua construção e fonética. Todavia, odeio mais ainda porque me remete ao que eu gostaria de fingir que não existe. A primeira vez que a ouvi essa semana, me senti morrendo por dentro. Não só pelo fato da palavra ser feia, mas como também a causadora de um rabisco mental de todas as vezes que agi contra mim. Queria esquecer, queria lembrar e queria arrebentar o mundo com o grito preso na garganta de alguém que trama contra si. 

    Talvez eu esteja exagerando, mas peço perdão aos meus interlocutores, pois hoje não sou um mero indivíduo. Hoje sou poeta. Peço licença para exagerar e derramar minhas dores numa construção que talvez só faça sentido para mim. 

    Voltemos ao tema, então. 

    Eu lembro que essa semana eu acordei todos os dias assim como fiz em todas as outras. Escovei os dentes e tomei banho como todas as outras. Entretanto, confiei como fiz em todas as outras também. E, no fim, chorei, mas não como fiz em todas as outras. Senti queimar a dor na minha garganta não como todas as outras. Dessa vez foi diferente e posso explicar a razão: a dor é ímpar. Essa dor é salgada como todas as outras dores foram, mas difere em sua essência. A dor de se sabotar e de se destruir de maneira consciente é diferente. De qualquer maneira, a consequência e a causa foram as mesmas, as circunstâncias outras. O resultado é a dor salgada do crime contra si. 

    E por que confio, afinal? Por qual razão corro esse risco? Confio porque amo e amo porque me traio. 

    Por outro lado, segunda-feira sempre chega e o Sol nasce todo dia. Minha traição é parte do meu processo de  m e t a m o r f o s e.

                                                                                                            Vênus.

Incapaz

 Todas as vezes em que algo próspero chega na minha vida, sinto-me incapaz de perceber que por algum motivo, essa bênção trazida pelo universo foi remetida por um engano dos divinos.

Não é como se eu pudesse controlar. É involuntário. Mesmo que eu tenha batalhado tanto por uma certa conquista, há uma voz do meu subconsciente que me faz entrar em negação, tão em negação que só me deparo com a autossabotagem quando ela de fato põe empecilhos no meu caminho. Vão de comparações até o questionamento de "será que realmente você foi capaz disso?", "e se for uma ilusão?". E quando paro pra refletir após o episódio, me pergunto se isso seria uma forma da minha cabeça, tão acostumada com fracasso, amenizar dores de possíveis frustações criadas por ela mesma. Entretanto, diante da convivência diária, a partir de um certo momento nossa mente acostuma com a presença desse inimigo de longa data.
Na minha concepção, essa é uma questão muito complexa para ser resolvida, mas reflito com certa frequência sobre esse tópico tão sensível em busca também de sair desse buraco. Penso como minha vida poderia ser diferente, lembro de diversas oportunidades perdidas devido à incapacidade de me reconhecer como digno de sucesso. 
Hoje, essas coisas servem de inspiração para eu compreender que eu nunca me sinta incapaz de ser feliz novamente.



Steff

Autossabotagem

Lembrou-se que vivia um dia de cada vez. Sem medos, sem desgaste, sempre seguindo em frente nos planos que tinha, sempre feliz. Afinal, como iria uma criança sabotar a si mesma?

Era o que diziam.

Mas, sim, tinha medos que o desgastam, desgastes que o impediam de seguir seus planos, planos incompletos que o entristeciam. Era uma criança, não um bobo alegre como pensava que o enxergavam.


  1. Sabotagem


Ao longo de sua vida, seus problemas foram naturalizados e internalizados. Sempre que tomava uma decisão, se arrependia. Mesmo que o resultado desta estivesse ali em sua frente, favorável, bom, ele desistia. Se estava feliz, algo devia estar errado. Fugia de si mesmo. Fugia dos outros. De amores. De oportunidades. De pessoas, pois achava que se magoaria e as magoaria. Fazia coisas extraordinárias, que, aos poucos que mostrava, surpreendia. Mas nunca era bom o bastante. Até porque, se ele sabe, qualquer um aprende, não tem nada de mais nisso… 


  1. Depressão


Sabotou-se tanto que em um momento se viu sozinho, vagando, fora da sua própria realidade. Já não era mais ele. Já não era mais vivo. Desceu em espiral ao reino dos mortos e repousou na penumbra de uma árvore sem folhas iluminada por um sombrio sol que nascia e morria várias vezes ao dia. Não queria comer. Não queria beber. Pensava que já não valia mais a pena. Sabotava-se mesmo sentindo que não vivia mais. Já não sabia nem mais quanto tempo estava ali. Tudo passava muito rápido ou muito devagar. Queria sair de onde estava mas achava que não tinha forças. Queria ir para outro lugar mas acreditava que não havia outro lugar para si se não fosse aquele que se pusera. Temia esquecer até de seu nome, mas se os outros esqueceram por que ele não faria o mesmo?


  1. Levante


Um dia, de repente, não sei quando com exatidão, se levantou daquele chão frio. Olhou o sol e pensou “não” e repetiu o pensamento em voz alta “não”. “Viverei com medo mas não sem coragem, me desgastarei, experimentarei meus planos que não deram certo e os consertarei, ficarei triste e sentirei essa tristeza mas nunca mais permitirei que ela me derrube. Seguirei.”


  1. Volta


E pela septuagésima primeira vez naquele dia o sombrio sol nasceu. E, à medida que o sol nascia no oeste, naquele campo pedregoso onde nada habitava além dos secos galhos de sua árvore morta, ele se levantava, fraco de corpo e mente mas não de anima. Desfez a espiral e voltou à vida. 


|Abriu os olhos, levantou da cama, pus os chinelos, cumprimentei meus pais, enchi a caneca com o café fresco que algum deles fez naquela manhã, bebi um gole que queimou a lateral da minha língua.| 


  1. Sabotagem

 

Mas no fundo de seus olhos, refletindo sua mente, centenas de milhares de figuras com olhos tão áureos quanto o dia mas a pele tão cinza e fria quanto o mármore se agarravam aos bons pensamentos que tentava focar para se manter de pé, tal como a serpente se agarrou ao sacerdote e seus filhos, e elas - as figuras - gritavam “NADA QUE ALMEJAS ALCANÇARÁ NADA QUE QUERES VAI LHE CHEGAR NADA BUSCAS ENCONTRARÁ MESMO QUE EU ME DESTRUA”.


Vincenzo Carlo DellaVoce Rizzo Mancini


 Eu sei que eu devia parar de escutar aquela voz no fundo da minha cabeça dizendo que eu não vou conseguir, mas ela parece tão certa. Sinto que comigo tudo vai ser diferente.

Estava indo tudo bem, mais um dia como qualquer outro, até que derrepente senti o meu coração batendo mais forte, minha respiração um pouco mais falhada e quando percebi já estava de novo com aqueles pensamentos negativos de novo, não vou conseguir, não sou capaz, não sou inteligente como os outros.
E quando não é isso é a pura arte de procrastinar, tento de tudo para focar e cumprir o mais rápido possível com as minhas obrigações, mas essa sensação de impotência dificulta tanto, parece ser um peso que nunca vai parar de me atrapalha.

Uata.

O cale-se

  Depois de tantos anos, posso dizer que me encontro em um relacionamento sério com o famoso "rir para não chorar", como diria o sábio Cartola. Ao invés de desabar, prefiro levar todas as minhas angústias na esportiva até chegar o momento em que eu simplesmente não for aguentar mais. 

       Sabe, acredito que o pior lado de se auto-sabotar é reconhecer exatamente quando você o está fazendo, e mesmo assim, não fazer nada para mudar. Eu poderia ficar horas e horas aqui enchendo linguiça sobre todos os momentos possíveis que me vieram à mente, mas prefiro contar sobre algo que ainda me afeta constantemente.
       O ato de se auto-silenciar inconscientemente é um fardo que eu tento me desvencilhar por completo dia após dia. Dependendo da situação, uma simples sugestão de ideia entre amigos às vezes conseguia ser um motivo de insegurança. Então eu me calava. Penso que me não me levariam tão a sério. Infelizmente, esse comportamento esteve presente comigo por um longo tempo que passei a naturalizar, apesar de me sentir bastante desconfortável quando ainda acontece.
       O lado bom é que eu tenho me ocupado com um refúgio longe de toda essa bagunça. A arte. Dizem que ela tem o poder de extrair o melhor de nós. Bom, eu posso comprovar. Fazendo o que mais gosto, me distraio momentaneamente desses pensamentos chatos e sinto que estou a um passo de me libertar dessa prisão mais conhecida como mente humana.

Beca Rodrigues.

Qual foi o momento em que deixei isso passar?

 Está tudo milimetricamente planejado em minha mente: ela irá me ver logo que chegar, vai sorrir, e, então me abraçar firmemente, para eu poder transmitir o conforto que ela precisa. A abraçar para saciar essa saudade.

Daí, paro e penso: e se ela não me ver? Se não me reconhecer, se simplesmente me ignorar, por que quis?

Tenho medo de que dê errado, então tento jogar esse receio de escanteio e preparo a minha pose mais confiante, só que não o chutei o suficiente e acho que minha guarda caiu.

É justamente com medo que tiro o meu boné vermelho da cabeça e penteio meus cabelos, com os dedos, para trás.

Justamente no momento em que apenas sinto o frio de sua passagem. Ela já está há passos de mim e sequer cruzou seu olhar com o meu. Como que eu fosse um fantasma. Me atravessando, quebrando meus ossos.
Qual foi o momento em que deixei isso passar?
Não desisti, tentei de novo. E, ainda assim, esperava por seu abraço caloroso.

— Moranguinho, você está com uma cara péssima.
Era realmente isso que eu queria falar? Ou o intuito aqui era me desculpar? Não sei bem como chegar nela, não sei como fazer isso, como fazê-la me entender. Tenho a sensação de que ela nunca vai saber dos meus sentimentos verdadeiros, já que há essa sombra que nos bloqueia.
Aliás, é ela que me sabota, ou sou eu mesmo?
Tudo bem, ou não. Ela não pareceu ligar quando fui sério, mas acabei estragando tudo de novo. Palavras erradas em um momento errado.

Qual foi o momento em que deixei isso passar?


Ela não está mais na minha, acho que não fui capaz de mostrar o que realmente sinto por ela. Talvez a grande mentira que espalharam sobre eu gostar da melhor amiga dela, e não dela, tenha contribuído.
Mas será que ela entenderá se eu explicar que enquanto procurava amor em Quinn, encontrava nela? Minha moranguinho. Foi ela que sempre fez o meu coração palpitar e Quinn apenas uma distração para não me entregar de vez à ela.
Mas agora já é tarde. Pode ser que enquanto deixei meus sentimentos pela Morango de lado, com medo do que poderia acontecer, eu acabei errando.
E nesse meio tempo outro cara surgiu.

E mais uma vez pergunto, qual foi o momento em que deixei isso passar?

Alguém me ajuda?


Eu estava lá, parada há uns 5 minutos,  precisando de ajuda, mas sem coragem para pedi-la. Eu tentava, juro que tentava, mas parecia em vão. Eu ia e vinha, de um lado pro outro, buscando coragem pra pedir ajuda pra alguém. 

"Vamos, não é tão difícil. Você só precisa falar com ela."  Eu sei que eu só preciso falar, e aí é que tá o problema, falar com as pessoas, eu simplesmente travo, não consigo, algo me impede de fazer isso, eu me impeço de fazer isso.

Apesar de tentar ir contra essa situação, de tentar me desprender dessas amarras, parece que algo me puxa pra estaca zero, na qual falar com uma pessoa estranha é um dos meus piores pesadelos. É sempre a mesma história, correr quando preciso pedir informação ou qualquer outra coisa que seja, falar com desconhecidos é um verdadeiro pesadelo pra mim.

Mas voltando pro lugar onde eu estava, eu só precisava perguntar como mexer em uma máquina, eu continuei tentando ir até a pessoa mais próxima para pedir ajuda. Até que enfim eu consegui fazer alguma coisa.

Desbloqueei meu celular, abri o tik tok e busquei nele "como mexer na máquina tal". Ele me ajudou, mas eu não me ajudei nesse caso.



Por: Iris granson

 Querida pessoa,

Escrevo essa crônica como uma carta porque minha vontade era de que você a lesse. Mas a realidade é que ela nunca chegará até você.

Você é uma pessoa muito amada por mim, e nossa amizade sempre foi muito sincera. Tenho a lembrança de te conhecer aos dez anos de idade e te achar incrível. Você sempre foi muito talentoso em tudo o que fazia, e por um tempo pensei que o que eu sentia em relação a você era uma certa inveja das suas habilidades. Aos poucos, fui percebendo que na verdade era uma grande admiração e uma vontade reprimida de te ter.

Quero deixar claro que o jeito que eu te quero não é como meu namorado. Eu sei que jamais daria certo, e não é autosabotagem quando digo isso. É que realmente somos diferentes demais, queremos coisas distantes demais, e acho que quase posso dizer que vivemos em universos alternativos.

O que eu quero mesmo é te beijar. Passar uma noite contigo e sussurrar no teu ouvido que você é uma das mais belas pessoas que eu já conheci - por dentro, e por fora. Quero te dizer que você é arte, e em seguida ouvir sua risada descrente antes de você responder que eu sou louca por pensar assim.

Toda vez que nos encontramos, eu passo horas tentando te impressionar sem nem perceber. Tento tocar em você a cada chance que eu tenho, e nem me dou conta do que estou fazendo. Enquanto conversamos, olho para os seus olhos, para a sua boca, para os seus olhos, para a sua boca. Não penso em nada, mas o fundo da minha mente não consegue parar de pensar em como quero te beijar.

Mas não sei se daria certo. Tenho medo. Nossa amizade já dura muitos anos. Não quero estragar isso. Não quero parar de te ver, e não quero que a nossa dinâmica mude.

Ao mesmo tempo, não consigo sustentar uma conversa com você. Desvio o olhar a cada segundo, com vergonha. Ou então, encaro o fundo de sua alma tão bonita por uma eternidade. Não tem meio termo. 

Quando conversamos, passamos mais tempo em silêncio do que falando. Existe uma tensão gigantesca entre nós dois, um sentimento que eu nunca consegui desvendar por completo. Você também sente isso? Não, provavelmente é coisa da minha cabeça.

Não tem tensão nenhuma. Nunca daria certo. Não posso te beijar.

Ou posso?

Não posso.

Somos amigos, nunca daria certo. As coisas nunca mais seriam as mesmas entre nós.

Ou seria?

Posso?

Talvez posso.

Não, não posso.

Quero muito te beijar.

Mas não posso.

Quer saber, deixa pra lá. Esquece que eu escrevi isso, finge que não leu.


Com amor,


Sanglard.

A chuva da noite

   Eu mal acordo em um sábado ensolarado e já tenho a notícia: “Não vou te ver hoje, nem amanhã." Como que um relacionamento que começou tão lindo e puro se tornou tão frio e sem vida? 

  A gente se conheceu numa festa e eu fiz de tudo pra chamar sua atenção, até que você me notou! Começamos a conversar todos os dias e a sair sempre, dias de semana e finais de semana, inventando vários programas diferentes. Mas, pra quem não está acostumada com um relacionamento tranquilo, tudo estava muito estranho. Porque ele ainda não tinha ido embora? Depois do primeiro mês eles sempre vão embora! Com certeza ele está bolando um plano bem maldoso que vai me fazer sofrer o triplo do que sofri antes, então, tenho que acabar com isso antes de dá-lo a chance de me fazer sofrer. Foi aí que as brigas começaram. Todo dia uma discussão diferente, iniciada sempre por mim.

   Já era quase meia-noite, a chuva não parava, fomos das conversas amenas para discussão em meros 5 minutos. Não conseguia me conformar que você não queria me ver sofrer. Você ficou três horas sem me mandar mensagem e para mim aquilo já era o começo do fim. Você me deu boa noite e eu não retribui, na hora apontei o dedo e criei um clima pesado por causa das três horas sem mensagem.

  Acordei e tinha seu bom dia, ainda chovia. Eu me culpava por ontem mas a primeira coisa que fiz foi acusar que você não ligava pra mim e tinha dormido brigado. Há um dia atrás estávamos comemorando 2 meses de namoro e planejando uma viagem para São Paulo, onde que começou a dar errado? Estava tudo perfeito demais, faltava eu estragar tudo. E eu estraguei. 

Naquela manhã você falou que não me veria mais e não me viu, alegou que eu brigava demais. Desde então, me arrependo todos os dias por ter estragado minha alegria, no fundo eu queria que desse certo mas o medo ganhou a corrida. A verdade é que a dor é minha amiga e a felicidade só é suficiente se for acompanhada de uma tempestade feroz. 


           Daenerys Targaryen

 Comecei com uma introdução, olhei algumas referências, vi alguns vídeos e pensei no que ia escrever. 

   Preciso começar agora, falei. "Agora? mas  você acha que vai conseguir?" Não sei, mas eu anotei algumas ideias, olha aqui. E ainda tem essa introdução, tá boa, não tá, não? "3 linhas de introdução só? você nunca vai conseguir terminar esse trabalho" você acha? mas eu pensei que estava... "não, talvez dê certo, eu acho" ótimo, vou continuar pesquisando e pegando mais informações, me preparando mais e outro dia eu começo.
   No dia seguinte e menos uma linha na introdução. Acho que agora dá para começar, me preparei bem, só vou refazer essa introdução e...  "se você começar agora vai ficar ruim" certeza? Já é para daqui uma semana esse trabalho... "certeza. O que você sabe sobre o assunto? não é o bastante, não é?" Eu pesquisei durante semanas.. mas é, vou esperar mais. 
  Uma semana depois, 2 linhas de introdução e uma pessoa que só pensava no porquê deixou isso pra última hora. Então, faço o trabalho correndo e pensando "isso vai ficar péssimo, mas fazer o que? é a única coisa que posso fazer agora." E quando recebo o retorno, só penso "é, isso não é culpa minha, é somente porque fiz de última hora..." e quase como se fosse um suspiro de alívio: então não sou boa nem ruim? mas no fundo eu sei a verdade. é só medo de errar. 

Jude flor