Quanto mais eu vejo, menos eu sei. O tempo me mostrou que as
coisas não são como sempre achei saber e tomei como verdade. Vivo em uma
sociedade condicionada a pensamentos e atitudes que não são questionados por
comodidade. A maioria da minha família, pessoas mais velhas, tem uma única
ideia do mundo e das coisas, e tem uma extrema dificuldade em se libertar dela.
Essas ideias foram reproduzidas a mim e a muitos, tomei como verdade. Se essas
pessoas mais vividas dizem isso, deve ser verdade. Porém, nem sempre
experiência causa sabedoria, não quando se vive numa bolha.
Eu sempre me questionei, desde pequena não entendia certas
coisas, não entendia porque um dia teria que me casar, porque eu tinha que
escolher apenas uma profissão pro meu futuro, ou porque devíamos seguir regras
de um livro sem provas de quem escreveu mas diziam ser sagrado. As pessoas me
davam respostas rasas como: é assim que funciona, você precisa ter seu dinheiro
um dia, você precisa de uma companhia e filhos, ele existe e todos sabem disso,
as coisas são assim. Mas por que!? Essas respostas apenas me geravam mais
perguntas. Minha fase de porquês não era apenas bobeira de criança, eu
realmente queria uma resposta! Queria respostas simples e claras, mas essas
respostas não existem.
Por sorte minha conhecia alguns questionadores que não julgavam
meu ato como errado. Por isso continuava sem entender ou aceitar algumas
imagens que me passavam, mas, ainda assim, as lições eram intensas e eficazes,
a sociedade conseguiu me fazer condescendente e reprodutora de seu discurso por
um bom tempo. Até me encontrar em uma geração empática e desconstrutora que
abriu meus olhos novamente. Nos livrarmos das superficialidades de nossas
crenças é um processo trabalhoso e confuso, mas um vez que nos livramos dessas
construções, nossa visão se torna mais clara, nossa vontade de saber só aumenta
e percebemos o quanto sabemos pouco. Esse é um processo esclarecedor, mesmo que
não pareça. O complexidade do mundo e da vida é algo bonito e hipnotizante.
Você sempre quer conhecer mais, entender mais, e isso é ótimo, pois, como disse
Shakespeare, existem mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar
nossa vã filosofia. Portanto force-se a abrir os olhos, questione-se, reprograme-se.
E apesar de tudo, lembre-se: a única mente que você tem o poder de controlar é
a sua.
Marie Brown
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