terça-feira, 1 de novembro de 2016

Desejos e desafios
Falar sobre educação é um desafio. Afinal, comecei e recomecei esta crônica pelo menos umas dez vezes. Sinto que palavras não parecem ser realmente o suficiente. É um desafio bem democrático: acredito que todos têm essa dificuldade. E incluo até mesmo os professores, pois são aqueles que praticam a educação diariamente mesmo em meio aos obstáculos e caos.
Tem uma pergunta que Ana Julia, a estudante secundarista que discursou em defesa das ocupações em escolas públicas na tribuna da Assembléia Legislativa do Paraná em outubro de 2016, que permeia meus pensamentos neste momento: “De quem é a escola? A quem a escola pertence?”. A resposta aparentemente é simples, mas engloba muitas questões. Questões essenciais que motivam e definem um futuro.
O ser humano anseia pelo pertencimento. Em especial, a juventude. A maioria das crises existenciais de um adolescente, gira em torno de uma enorme necessidade de buscar pertencer a um lugar, um grupo. Alguns realmente encontram, outros apenas se iludem, e tem aqueles que nunca conseguem efetivamente. E a escola tem papel essencial neste processo. Seria perfeito se o jovem realmente se sentisse pertencendo a escola para construí-la a partir da sua realidade, com um toque de sua personalidade, enfim, se identificando com ela. Assim, veríamos um empoderamento. Empoderamento do conhecimento.
Admito que falar sobre educação me deixa nervosa. É um tema tão complexo que me dá a sensação que só especialistas devem falar sobre. E que eu devo apenas escutar. Na verdade, esse sentimento de inferioridade é conseqüência de um sistema que possui como fundamento a hierarquia de poderes num mundo acadêmico fechado e nem um pouco igualitário. A educação é pra quem é capaz. E, para o sistema, capacidade, é igual a dinheiro. Assim, o acesso a ela é restrito e cheio de dificuldades.
Eu penso que a educação é a solução de todos os problemas que a sociedade vive. Mas, se eu, uma mera estudante, não consigo nem ao menos desenvolver uma boa crônica sobre o assunto, quando que ela vai realmente resolver todos os males sociais? Eu desejo que me escutem, que escutem meus colegas estudantes e que todas as vozes possam ser ouvidas. Assim, a perfeição de uma escola que pertença ao jovem e que seja para o jovem se tornará realidade.


Lyss 2743 

11 comentários:

  1. Toda sua confusão acerca da escola mostra bastante sobre o que estamos vivendo. O pov é de quem está escrevendo, isso não é limitador, mas poderia ser mais trabalhado. Algumas partes em que você se perdeu na escrita me parecem a turbidez por não se localizar. Tem pontos muito importantes e reflexivos, mas predominou a confusão.

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  2. Ao contrário da maioria dos textos, esse apresenta um pov mais confuso, menos ativo. Gosto das críticas ao sistema nessa crônica, achei que a escolha linguística trouxe sentimento ao que estava sendo retratado.

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  3. Apesar de ter achado o texto um pouco confuso acredito que isso em si acabe passando uma ideia do que nós sentimos quanto a esse assunto. A dificuldade para falar sobre isso também acho muito verdadeira. No entanto, acho que o texto podia ter sido melhor estruturado.

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  4. Apesar de ter achado o texto um pouco confuso acredito que isso em si acabe passando uma ideia do que nós sentimos quanto a esse assunto. A dificuldade para falar sobre isso também acho muito verdadeira. No entanto, acho que o texto podia ter sido melhor estruturado.

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  5. Abordou muito bem o tema, escola e pertencimento é um dos grandes problemas que enfrentamos hoje na educação brasileira. Achei o texto um pouco confuso algumas vezes, mas gostei das ideias que colocou no texto

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  6. Achei inovador o fato de você ter explorado um POV que a maioria de nós não usou em sua maioria: o de nós mesmos, estudantes de comunicação tendo que se encontrar de alguma forma nessa situação tensa que vivemos pra encarar uma crônica.

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  7. A escolha do POV foi realmente muito boa! E eu concordo que tem sido muito difícil falar em educação.

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  8. O texto é bom, mas não entendi muito a função do POV não. Levanta questionamentos bem interessantes.

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  9. Clodoviu viu e nao acha a maneira de utilizar o POV do proprio escritor algo muito especial, mas sei como é complicado encontrar uma outra pessoa para fazer essa função e vc redigiu o texto muito bem

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  10. Gostei da crítica e da simplicidade do texto, gostei mesmo. Bom trabalho

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