terça-feira, 1 de novembro de 2016

Filhos da cidadania
Após um dia cansativo e gratificante de trabalho com meus alunos, acessei o facebook pelo celular deitada em meu leito e assisti a um vídeo. O conteúdo do vídeo em questão era sobre uma aluna do ensino médio do Paraná, Ana Júlia, que representou no Congresso os alunos que ocupam escolas em todo o Brasil.
Caí no choro ao assisti-la, porque comecei a me observar externamente e refletir sobre a diferença que eu e meus colegas de profissão conseguimos despertar em nossos alunos. Eles geralmente chegam nas salas de aula “crus”, tomados de senso comum sobre os fatos ao seu redor e, a cada aula dada por nós, refletindo, questionando, debatendo fatos atuais, aliados às tarefas em sala de aula, percebemos nitidamente o desenvolvimento da autonomia e da criticidade em pensar o mundo e as coisas ao redor.
No entanto, nunca imaginei que nossos estudantes poderiam abraçar nossas lutas por condições melhores na educação agindo conosco nas ruas, em congressos e agora nas ocupações. Agora sei muito bem que com eles podemos contar até onde for preciso, mesmo que a presença de outros membros da sociedade tentem influenciá-los sobre nossas ações nas ruas, nos igualando à baderneiros e vagabundos.
Com isso, reitero a vocês que meus dias corridos e cansativos são bem recompensados quando compareço à algumas escolas ocupadas e aplico oficinas, questões do Enem e palestras pros meus alunos sem ganhar nenhum lucro por minhas ações. Entretanto, eu as realizo por acreditar na bandeira da educação. Ocupação é reivindicação, sim.
Portanto, aquela menina do vídeo me afirmou que a luta continua. Que todos os dias quando entro em salas de aula ou compareço em assembleias é por saber que sou exemplo de cidadania para os meus filhos. É por saber que o futuro dessa geração enxerga nos ideais de nós, docentes, a importância de perseverar na esperança da conquista dos direitos de melhores condições para nossas escolas.
Agora vou dormir, pois amanhã é dia de encontrar meus alunos e partir para a luta, novamente.


João de Santo Cristo

13 comentários:

  1. Achei interessante o pov ser de um professor e da importância dada ao movimento. Concordo com todo o papel do professor que descreveu. No entanto, discordo no trecho em que diz que os alunos chegam "crus", em sua grande maioria. Acredito que nós alunos chegamos presos às raízes do senso comum, e não necessariamente isso é ser cru. O professor, por sua vez, estimulará a ampliação de nossas perspectivas, para que articulemos uma complexa rede de interconexões de diferentes realidades. Ele irá incentivar, buscar conosco a compreensão da multiplicidade de mundos. Mas é uma decisão nossa dar espaço ao processo desfamiliarização para pensar o mundo de amplas e diferentes formas.

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  2. Interessante o POV da professora, mas tem algumas coisas restritas no texto. O desenvolvimento é bem linear e não me chamou muita atenção. É importante ressaltar que o final parece atrelar a luta estudantil aos ideias dos educadores (como uma ligação direta de pautas). A luta pela educação tem que, exatamente, perder a vinculação com apenas professores e alunos. Educação é de toda comunidade social, e é um dos principais pontos levantados nos movimentos. Concordo com o Sam Castiel, no parte em que fala "crus".

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  3. Também tive essa percepção de que o texto, ao tentar abordar o pov da professora acabou se limitando a certas ideias e deixou outras um pouco confusas.

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  4. Uma boa ideia, como todos pontuaram, foi botar o pov como de uma professora. No entanto, concordo com o que disseram, que a narrativa não chamou muita atenção.

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  5. O fato de o POV ser o de uma professora foi ótima, mas acredito que isso poderia ter sido mais aprofundado e melhor aproveitado. O texto acabou ficando muito "morno" e não prende o leitor à narrativa.

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  6. É um texto muito sério e engessado, faltou um incentivo maior de continuar a leitura.

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  7. Lindo texto, não achei que limitou nada, parabéns!

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  8. A escrita tá boa, mas acho que faltou mais conteudo, sabe? tipo, equilibrar os pensamentos do POV e acontecimentos que se desenrrolam durante a leitura.

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  9. O texto é bom, assim como a escolha do POV da professora, que é um importante fator dessa luta, mas o conteúdo não é muito dinâmico, e não consiste numa leitura que flui tão facilmente.

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  10. Clodoviu viu e achou muito interessante a escolha do POV com um professor, dando valor a luta estudantil, porém como disseram, nao foi um texto que prendeu o leitor aqui

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  11. eu achei que seu texto ficou bem escrito, mas não muito original

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    1. embora seja bem escrito, em certos aspectos concordo com a lyss2743

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