quinta-feira, 22 de agosto de 2019

O livro “Geração Sub20” aborda um problema de bastante relevância para a produção literária no Brasil, o qual pode ser compreendido como a supervalorização, por parte da crítica, de obras feitas por autores que tem como objetivo escrever “bonito”, o que para estes é quase um sinônimo de escrever “difícil”, meio parnasiano não?
O fato é, que a abordagem da introdução da obra em discussão, feita pelo jornalista e escritor Felipe Pena, é muito esclarecedora e coloca uma questão relevante em pauta: A falta de identificação e de acessibilidade das obras aclamadas pela crítica. No Brasil hoje, e em seu contexto de disparidades socioeconômicas, o acesso a serviços básicos como a própria educação já e de extrema dificuldade, então imaginemos o acesso á literatura, que em sua forma clássica é difícil, lenta e cheia de significados que só um professor de literatura poderia ensinar (mas como dito anteriormente a educação não é uma realidade para todos).
Por fim, vale ressaltar que é sim interessante, como mostra a parte introdutória do livro analisado, valorizar autores que conseguem estabelecer um diálogo com o seu público e que isso seja leve e interessante para estes leitores, que se sentem inseridos no meio imaginário criado, já que isso cativa muito mais do que escrever apenas para massagear o ego do “intelectual” ,e com um claro espírito parnaso ,autor que os elabora.
Aurélia Sen
Neste livro intitulado “Geração Subzero”, o autor Felipe Pena faz, em sua introdução, uma reflexão sobre como uma parte significativa da literatura brasileira contemporânea desprestigia o leitor comum, em prol apenas de satisfazer os seus caprichos intelectuais e linguísticos que serão interpretados de maneira semelhante apenas por um singelo grupo de leitores eruditos, perpetuando assim uma estratégia de poder através da escrita.
Essa reflexão do autor, feita de forma categórica, gera uma interessante discussão acerca da verdadeira importância da comunicação entre autores e leitores e de que forma ela pode ser feita e interpretada para que haja uma harmonia entre esses agentes, sem depreciar qualquer perfil de leitores. No objetivo de mencionar autores que fogem ao padrão criticado, Felipe cita autores como: Rodrigo Lacerda, Fernando do Molica, Homero Senna, Tatiana Salem Levy, entre outros.
Outro ponto importante que é destacado nessa introdução do livro é a ideia de se ter mais entretenimento nas histórias contadas pelos autores, de maneira que elas se tornem mais atrativas e se comuniquem de forma mais intrínseca com os leitores, sem perder a sua estrutura e sem deixar de serem bem escritas. Um livro não é tido como bom pelo alto patamar do uso de palavras, mas sim como elas têm a capacidade de mexer na mente e na alma de cada leitor através de uma boa história.
Ipojucan
Ao começar o texto o pensamento do organizador Felipe Pena sobre os escritores fica bem claro, deve-se  isso aos adjetivos que ele atribui aos mesmo como chatos e bestas.Porém  os adjetivos não são utilizados desnecessariamente,pois o organizador utiliza-os como artifício,uma vez que polemizando ele chama atenção para o verdadeiro propósito que é a formação de um publico leitor no país.
Felipe levanta essa questão com o intuito de abrir mais espaço para uma literatura cujo seu objetivo é o entreterimento,visto que a própria ficção é vista por ele como “eleitista e pretenciosa” qual ‘’só se dar valor o que está na elipse’’,a própria academia tem grande contribuição com isso pois diminue obras de linguagem mais simples,menos robusta,vê o Entretenimento de forma perjorativa,onde os próprios escritores utilizam a linguagem acadêmica  como “estratégia de poder”.
O organizador defende sua ideia muito bem pois apresenta seus  argumentos de forma convincente e trás outros escritores como o professor Émile Faguet e outas obras como ‘’Manifesto Silvestre’’ para sustentar sua argumentação contribuindo ainda mais para sua tese.O intuito do livro é apresentar autores que possuem essa linguagem simples e são bem visto pela opinião popular e não são tão aclamados pelos críticos devido o uso de uma linguagem menos robusta.Portanto pode se dizer que Felipe consegue seu objetivo que é provocar a discursão literária sobre o uso da linguagem com jogos de linguagem e a  linguagem simples e o valor que é atribuído a elas e ainda  ajuda a disseminar uma ideia de literatura mais inclusiva e menos preconceituosa.
Harry Potter

Resenha - Geração Sub-Zero

Na introdução do livro "Geração Sub-Zero", organizado por Felipe Pena, vemos claramente uma crítica à um pensamento enraizado na literatura contemporânea brasileira. Uma crítica à forma de escrita dos autores que mostram estarem mais preocupados em escrever um texto que satisfaça sua vaidade intelectual do que um texto que realmente faça o leitor compreender o seu conteúdo com excelência.

Em algumas ocasiões, esses autores são "forçados" à defender essa elitização literária para que não sejam rotulados pela crítica. A mesma crítica que demoniza textos "fáceis" e exaltam textos "difíceis". Mas em outros momentos, os próprios autores preferem criar obras literárias com uma linguagem rebuscada, pois acreditam que fazem parte de um grupo seleto de gênios escritores, e se negam a escreverem de forma simples, pois de fato acreditam que dessa forma não estarão escrevendo um bom texto.

Portanto, no momento em que os críticos, as editoras e principalmente os escritores compreenderem que a qualidade de uma obra não se mede pela sua linguagem, a busca pela literatura há de crescer, trazendo para esse universo mais leitores e também escritores.
Astronauta Azul

Resenha da Introdução do livro, Geração Subzero, 

de organização de Felipe Pena

A introdução do livro, Geração Subzero, de organização de Felipe Pena, veio trazendo uma proposta ousada ao solicitar, como diz na capa do livro, autores congelados pela crítica. O livro é composto por diferentes autores que conversam com intimidade com a grande massa a da população.
Tratar de um público alvo que tem uma educação básica nem sempre é a prioridade dos autores. Em geral, os autores pensam em demonstrar o quão estudados e graduados eles são e é justamente sobre isso que a introdução trata.  O texto apresenta cuidado com a população em massa ao não utilizar palavras ou expressões de alto índice de estudo. Portanto, tudo isso deve ser considerado para que um grupo não seja menosprezado por aqueles que devem promover a leitura em massa. Considerando que a leitura é a paixão dos autores, promover acessibilidade a todos os grupos deve ser uma prioridade como é ressaltado na introdução.
Logo, deve-se compreender não só o seu grupo do cotidiano, mas principalmente aquele que menos se sabe para que a ideia seja divulgada a todos. Interagir com as mais diversas esferas da sociedade é a chave. A introdução do livro defendeu o seu posicionamento com clareza e prudência esclarecendo a sua visão logo de início e sem dar voltas, embora tenha repetido diversas vezes a mesma ideia abordando de forma diferente. Por isso, é considerável um livro com uma proposta acolhedora para todos que se interessarem e quiserem prestigiar tal trabalho.
Darlene Cook

Subzero, crítica aos críticos

Felipe Pena é jornalista, roteirista, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e é o organizador do livro Geração Subzero, organizador porque, na verdade, ele uniu textos de 20 autores diferentes, que tiveram a liberdade de escolher o texto de sua escolha, e os juntou em um único livro, abrindo espaço para um novo tipo de literatura que rompe com os molde dos clássicos.
Alguns dos autores tinham seus livros entre os mais vendidos, porém não contavam com a aprovação dos críticos e era exatamente isso que o organizador procurava. Ele foi em busca de autores falados em diferentes espaços mas que tinham em comum a linguagem simples, a despretensão nos julgamentos estéticos e o foco em entreter o leitor a cada página, não para passar o tempo e sim para despertar sentimentos a cada página, trazendo prazer e cumprindo o papel de ser algo compreendida desde o pobre ao rico.
Diante disto, o livro é uma provocação aos críticos que preferem os clássicos, que possuem uma linguagem de difícil compreensão ao público popular, sendo uma literatura excludente. A proposta de Felipe Pena no livro foi corajosa, por entrar em conflito com a crítica que tem seus leitores e autores que usam palavras rebuscadas em um jogo de egos e por abrir espaço a uma literatura marginalizada, tratada com julgamento. O simples não é superficial, e sim, inovador. A literatura é para todos.
Ben Buendia


Um livro que já em sua capa, mostra sua premissa: "geração subzero 20 autores congelados pela critica, mas adorados pelos leitores". Organizado por Felipe Pena, que desde o início utiliza de seu status como doutor, para tocar numa ferida polêmica: a necessidade que muitos autores brasileiros têm de elitizar suas obras. Tal tema por si, só,  é de difícil discussão, devido a polarização que o mesmo causa. Porém, o organizador quis abrir a introdução com sua opinião direta e agressivamente: "os autores não estão preocupados com os leitores mas apenas com a satisfação de sua  vaidade intelectual”. Após tamanha sutileza  em sua opinião sobre o mundo literário atualmente, ele se volta à apresentação do conjunto de histórias que tem o objetivo -segundo ele, tão polêmico- de entreter o leitor.
Com o intuito de criar um livro bem chamativo para as classes menos acostumadas com a literatura, sua construção foi milimetricamente calculada, como por exemplo na escolha do nome de seus personagens sendo feita a partir de publicações em redes sociais. Tudo com o objetivo de aproximar pessoas aos livros, tentar entender os gostos do leitor e fazê-lo se apaixonar pela história, sempre com narrativas bem feitas e acompanhadas de uma linguagem simples.
 Nesta introdução o entretenimento, que é visto com tão bons olhos em outros tipos de arte, como o cinema ou a musica,  é apresentado como  um verdadeiro tabu entre grandes autores e críticos. Ele é o principal meio que pode ser usado como comunicação com todos os indivíduos, independentemente, de sua formação. Principalmente com a parcela da população que não tem o hábito de ler, conhecimento técnico ou formação na área literária e nem pretende ter.  Porém, essa mesma população leiga é  a que pode fazer da  literatura atual tão popular. Mas, infelizmente, essa popularidade não é bem quista, pois, remeteria a uma igualdade de intelecto entre doutores e leigos -algo que seria um sacrilégio- com isso, muitas obras de arte acabam não saindo de seus nichos devido a dificuldade de ser atrativa para outros grupos sociais. E, assim, gera o desinteresse de grupos exclusos destes nichos.
Carinha que mora logo ali

     "Geração Subzero", livro do jornalista Felipe Pena, reúne 20 autores com diferentes estilos com o mesmo objetivo: o entretenimento.As narrativas propõem ao leitor o prazer, o entendimento e a fluidez textual.O principal alvo de Pena são os críticos literários, que desvalorizam a escrita simples e que convencionam que só tem valor narrativas eruditas.
     Em seu livro, ele busca cumprir seu papel como acadêmico, a fim de tornar o público brasileiro leitores frequentes,já que a literatura corre o risco de não participar mais da vida do indivíduo.Assim, ele traz em pauta o preconceito em cima desses leitores que defendem o entretenimento na leitura e o desprezo,por parte da academia,por gêneros de terror e fantasia.
     Visto isso, Geração subzero torna-se de extrema importância para aproximar a sociedade da inclusão literária, valorizando autores que se preocupam com o prazer do leitor, e não apenas com o elogio da crítica.Além disso, é necessário para encorajar escritores a defenderem o entretenimento, indo contra o "pensamento dominante".

Wizard Ravenclaw


Em “Geração Subzero: 20 autores congelados pela crítica, mas adorados pelos leitores”, o autor Felipe Pena evidencia uma problemática ainda recorrente dentro do universo literário: a democratização e popularização da leitura. Sempre enfatizando a pluralidade existente entre os leitores, Pena faz duras críticas aos academicistas, apontando-os como os principais responsáveis pela impopularidade da obra impressa no país, onde o valor do texto é mensurado pela quantidade de “palavras bonitas” que, quase empoeiradas de tanto tradicionalismo, ganham mais importância do que a própria história, por pura vaidade de uma elite pretensiosamente erudita.
Essa resistência se dá pois historicamente, o acesso à leitura (e a produção de cultura em modo geral) se restringiu a determinadas classes, e durante décadas foram essas classes as responsáveis pela legitimação do que era considerado “digno” ou não dentro de seus parâmetros. O que Felipe Pena traz em seu livro é uma nova ótica a respeito das produções populares, que vão contramão da crítica e ressignificam a leitura como entretenimento acessível, compreensível e atual.
Bluesgirl

  A introdução do livro “Geração Subzero”, organizado por Felipe Pena, levanta uma discussão bastante interessante: a de que a falha no desenvolvimento de um público leitor no Brasil é culpa dos escritores. Pena argumenta que, o uso excessivo de uma linguagem mais rebuscada na literatura contemporânea visa agradar somente aos críticos e a um seleto grupo de  leitores, além de inflar o ego dos autores que desvalorizam narrativas mais simples e rápidas, afastando o público geral.
  A fim de comprovar sua tese, Felipe foi em busca dos autores mais comentados em blogs, redes sociais e grupos de discussão onde a imensa maioria dos leitores não possuem formação acadêmica em letras. Com isso, observou-se que esses autores optam por narrativas mais interessantes, rápidas e simples, ou seja, não correspondem àqueles mesmos que estão no topo das críticas.
  Sendo assim, pode-se concluir que nem sempre a melhor leitura é a melhor criticada ou a mais conceituada, já que os livros dependem dos leitores e, a grande maioria desses, demonstra maior interesse por obras de maior entretenimento e envolvimento com a narrativa. Desse modo, a tese e a ideia de Felipe Pena de montar esse livro são muito válidas pois, consegue comprovar o seu ponto de vista e, além disso, coloca em evidência autores subestimados pela crítica, mas que são valorizados pelo público.
Shrek Fiona

Resenha Crítica da Introdução do Livro “Geração Subzero”

A presente resenha tem como objetivo analisar a introdução do livro “Geração Subzero”, publicado em 2012 pela Editora Record e organizado pelo Doutor em Literatura, Felipe Pena. A obra reúne 20 autores desvalorizados pela crítica, mas adorados pelo público, selecionados segundo alguns critérios estipulados pelo organizador. O foco da obra está em enaltecer a literatura do entretenimento, sustentando a ideia de que é preciso escrever mais fácil, chamando atenção do leitor pela história e não por palavras bonitas de difícil compreensão. 

Partindo-se dessa proposta inicial, o organizador apresenta o conceito demonizado de entretenimento em literatura, que seria a capacidade de envolver o leitor e seduzi-lo pela palavra escrita. Para atestar sua tese acerca da necessidade de narrativas mais cativantes e acessíveis, ele menciona opiniões de escritores e críticos de diferentes épocas, como Tzvetan Todorov e C.S. Lewis. Em suma, eles são contra literaturas que não se envolvem com o indivíduo, não agarram o leitor e se limitam a conquistar o elogio da crítica. Além disso, o organizador também se baseia na obra “Manifesto Silvestre”, que defende narrativas que formem leitores e sejam menos elitizadas.

A obra analisada é uma importante fonte de conhecimento acerca do cenário da literatura contemporânea brasileira para o público em geral. Em virtude da coerência dos argumentos apresentados, é possível concordar com Felipe Pena e perceber total relevância em sua tese. Cada vez mais os escritores se moldam ao padrão requisitado pela crítica e renegam sua própria opinião e  seu estilo de escrever. Dessa forma, o livro é uma forma de parabenizar aqueles que já escrevem para o público e incentivar os que ainda se limitam a crítica. É preciso maior valorização de uma literatura brasileira popular e envolvente.
Alice Gold

Os livros que são considerados erudita no Brasil são aclamados pela crítica e pouco lidos pela populaçao.,na verdade, os autores esqueceram que os textos são criados de autor para leitor, e não de autor para autor .A introdução do livro "Geração Subzero",feita por Felipe Pena, é um alerta compreensível de uma  indústria literária saturada de obras pouco acessíveis a população leiga,da qual  não utiliza tantas palavras rebuscadas no seu  dia a dia .O livro não só encaminha o leitor a criticar a postura isoladora de acadêmicos na criação de suas obras, mas também nos oferece  autores que divergiram dessas posturas, de modo a defender uma linguagem clara e abrangente,que não maginalize aquele que não entende os jogos de palavras usados pelos tradicionais escritores. Com efeito, Felipe confrontou de maneira direta o monopólio da escrita,onde antes livros eram criados para fomentar o ego do autor e não para promover entretenimento para a população,ele mostra o outro lado da bifurcação contemporânea da leitura- o leitor. A importância da obra Geração Subzero é a de mostrar aos novos leitores uma leitura simples e  envolvente.
Levi Silva
“Geração subzero: 20 autores congelados pela crítica mas adorados pelos leitores”, é um livro organizado pelo professor doutor Felipe Pena, que buscou reunir uma coletânea de textos de autores pouco aclamados pela crítica acadêmica, mas amados por um público leitor mais “leigo”, no ponto de vista dos ditos especialistas. O professor, por meio de redes sociais, blogs, salas de aula e rodas de discussão, fez a seleção dos autores mais comentados, e pediu a eles que enviassem seus contos de acordo com seus respectivos desejos, podendo ser o conto inedito ou não. Felipe também cita os signatários do Manifesto Silvestre, um grupo que defende enredos ágeis e cativantes, com o objetivo de valorizar as narrativas que captam leitores e popularizam a literatura.
A partir dessas vertentes, o organizador e aqueles que auxiliaram na publicação do conteúdo, sem qualquer preocupação com estética dos textos, trouxeram para o público leitor do livro, uma importante reflexão sobre entretenimento na literatura, sobre a limitação dos textos aclamados pela crítica de especialistas, essa mesma crítica que na continuidade desse trajeto, acaba restringindo a área da literatura para os mais privilegiados, numa certa segregação por parte dos mais acadêmicos. Outro importante conceito que traz o livro é o de “Escrever fácil é muito difícil”, uma vez que os escritores preteridos pelos “especialistas” são os mais comentados pelo público, enquanto aquele conteúdo ao qual o leitor “comum” é segregado, nem sai para além dos comentários do mundo acadêmico.
Apesar de todo a reflexão que faz o autor, vale destacar que, de certa forma, ao selecionar apenas 20 autores, ele acaba caindo naquilo que mais critica, que é limitar os demais escritores ditos como “comuns”, como fazem também aqueles à quem faz suas críticas ao longo da introdução. Ainda assim, a publicação é um excelente material para novos leitores, observo que atingiria com efeito tanto os mais jovens quanto os mais velhos, ambos na busca por libertação da ideia de literatura como algo chato, para os mais intelectuais, de uma linguagem mais rebuscada e pouco atrativa. Partindo dessa liberdade, tornando a área literária algo cotidiano e popular, torna-se mais fácil a formação de novos escritores, tanto para o gosto dos mais especialistas quanto para os mais simples leitores, nesse imenso território chamado Brasil.
Brócolis Verde

Resenha da Introdução do Livro: “Geração Subzero”.

 O livro organizado por Felipe Pena: “Geração Subzero” é um conjunto de contos escritos por autores conhecidos pelo público, mas ignorados pela crítica literária, como a própria capa da obra expõe. Mas as perguntas sobre as motivações do organizador para realizar tal trabalho e os argumentos acerca da proposta estão devidamente respondidas e organizadas no capítulo de introdução.
A primeira subdivisão do capítulo tem como objetivo explicitar e desenvolver o conceito por trás da ideia de gerou o livro. Trata-se do pressuposto que a literatura brasileira contemporânea não estimula ou favorece a leitura. Os autores, simplesmente buscam favorecer seus egos e comprovar determinada “genialidade” perante uma crítica erudita sem dialogar com o público geral. Ou seja, criam obras que trabalham uma retórica rebuscada e de difícil compreensão sem se importar com o leitor em si. Tudo isso por conta de acadêmicos e crítico que defendem um cânone único e indiscutível do que é “a literatura”. Nesse sentido, como exposto pelo organizador, o objetivo de “Geração Subzero” é abrir caminho para um outro tipo de literatura. Aquela cuja proposta inclua um conceito já massacrado pela panelinha intelectual: o entretenimento.
A segunda subdivisão é sobre o processo de seleção dos autores e critérios para escolha dos contos. Em primeiro lugar, o autor deveria ter uma obra publicada em “gêneros” menosprezados pela crítica. Depois, seu nome “deveria constar” em discussões de leitores que não fossem especializados em literatura, ou afins. Em terceiro lugar, deveriam seguir os preceitos do “Manifesto Silvestre” que seguia a lógica dessa “outra literatura” a ser trabalhada no livro. E por fim, a organização seguiu a proposta da diversidade, evitando repetições de lógicas narrativas e temas. Um “processo seletivo” coerente com o conceito explicado anteriormente.
A terceira subdivisão contou com a exposição do Manifesto Silvestre em si. Muito dele foi citado direta e indiretamente, ao longo da introdução. Trata-se de uma parte do discurso de Isaac Singer durante a premiação do Nobel, no qual ele defendeu a responsabilidade dos contadores de histórias em entreter. Praticamente a mesma proposta descrita na exposição do conceito para a obra em questão. De forma inusitada, a última subdivisão da introdução é uma crônica curta que cria uma metáfora entre os assuntos retratados anteriormente, envolvendo cânones, crítica, leitores e os “conceitos de literatura”.
O breve capítulo introdutório consegue desenvolver de forma clara e organizada, todos os parâmetros usados por Felipe Pena em sua tarefa se organizar a obra e também o que pretende alcançar e quais ideias defender no livro em questão. É praticamente uma metalinguagem: trata-se de um livro que defende a formação de novos leitores, ao passo que os incentiva a conferir os contos reunidos no volume. 
P.J. Souza
   A anti-antologia de Felipe Pena, professor de Jornal 2019.2, busca a ressignificação de entretenimento e critica o papel dos escritores da contemporaneidade, que se preocupariam apenas com a vaidade intelectual de suas obras, e não com quem as lê. Trata-se de "Geração Subzero'', uma seleção de contos e autores que, apesar do apelo popular, andam na contramão em relação às críticas literárias.

   Eu diria que atribuir aos doutores acadêmicos a completa culpa à falta de interesse comum pela leitura é um pouco precipitado. A crítica, elitista por natureza, de fato contribui para que autores insistentes em retomar os experimentalismos e eruditismos dos séculos passados sejam elevados a um patamar acima daqueles que escrevem sobre completar 15 anos de idade; mas isso não ocasiona - nem ao menos impede - o sucesso ou fracasso de um ou outro. Paulo Coelho, por exemplo, é o escritor mais vendido de língua portuguesa de todos os tempos, e, com um eufemismo hiperbólico, não é muito bem visto pela crítica em geral. Ocorre assim, no livro, uma supervalorização da importância atribuída à crítica literária. Contudo, concordo que a própria imagem intelectualizada que se criou em volta da literatura, na verdade, é o que a afasta das grandes massas. Pena, portanto, propõe seduzi-las pela palavra com enredos ágeis e cativantes - o que não significa superficialidade, afinal, "escrever fácil é muito difícil" - e assim criar uma nova base de leitores e escritores a partir do "Manifesto Silvestre".  

   Há quem não saiba que um livro pode ser tão legal quanto uma novela ou um vídeo no Youtube, e que você não precisa ter lido toda a obra de Machado de Assis ou saber a biografia de todos os heterônimos de Fernando Pessoa para mergulhar nas letras e se afogar em uma boa história. A "Geração subzero" é uma oportunidade para descobri-lo. E quanto aos críticos, uma solução diferente, ao invés de tentar mudar suas opiniões enraizadas a partir de anos de estudos e preconceitos, seria simplesmente ignorá-los. Deixemo-los em suas cátedras de mogno, contanto que haja espaço para banquinhos de carvalho. Quem sabe um dia todos possam sentar.
Adam Sandler

Emoção para falar de arte e 
um tempero forte para falar de crítica
Inesperado. Quando lemos a introdução escrita por Felipe Pena de uma produção que reúne diversas obras e autores nacionais, o Geração Sub Zero, a última coisa que é esperada é uma crítica negativa à literatura brasileira. Mas logo o choque passa e Felipe revela se tratar de um pensamento antigo e injusto. Não apenas, se redime com o compilado de obras que aguardam o leitor nas páginas seguintes.
Apesar da ousadia – será que qualquer um que folheia e se depara com um primeiro parágrafo tão incisivo se apeteceria a levar o livro até o final? –, o formato e a ideia caíram como uma luva a quem teimasse em seguir com a leitura tendo em vista a proposta da obra, a começar pela reviravolta inicial, momento em que revela ter se precipitado ao botar todos os autores no mesmo saco. Em seguida, o Pena trouxe uma crítica a própria crítica, a certo nicho de autores, à Academia, além de pautar, a própria crítica literária no Brasil em si – o tal gancho do livro.
A introdução poderia parar ali, naquelas seis páginas narradas de forma crescente, envolvente e de fácil leitura, como o próprio defende. Mas foi necessário o próximo trecho, mais protocolar, e que acabou esfriando o andamento até então regado de emoções mesmo que acompanhado de bons argumentos. Mais a frente, este foi retomado pela criatividade do Manifesto Silvestre e seu tempero marcante. Feliz é aquele que tem se depara com leituras acessíveis, por isso a proposta e a introdução de Felipe Pena têm seu papel no status quo literário. Nunca mais seu leitor tomará chá, digo, ler da mesma forma.
Jackie Tequila

A voz dos autores sem voz


  O escritor, roteirista de TV, jornalista e professor da universidade federal fluminense,
Felipe Pena é organizador da coletânea Geração Subzero, que traz contos de autores
como André Vianco, Thalita Rebolças, Eduardo Spohr, entre outros.
 O livro se compromete com o objetivo de dar o devido crédito e valor a autores que
os leitores realmente sentem prazer em ler, mas são insignificantes para os grandes
críticos que idolatram o luxuoso jogo de palavras perfeitamente arquitetado e difícil
dos autores clássicos.
 O menosprezo pelos escritores subzero chega a ser ininteligível, já que o propósito
de existir livros é para que sejam lidos, e o interesse de formar mais e mais gerações
de leitores assíduos deveria ser comum a todos. Ninguém deseja inferiorizar os
tradicionais manuscritos, porém é preciso admitir a raridade de que sejam eles a
conquistar um jovem leitor leigo. A escrita simples é atrativa e seduz como Pena deixa
claro no livro em questão, e é ela que tem poder de inserir as pessoas no mundo da
palavra escrita, não por ser superficial ou “fácil”, mas por ter fluidez.
Faço das palavras de Felipe minhas, e convido a todos a darem uma chance a esses
escritores construtores de base para a leitura, sejam leigos ou experientes no quesito
ler. O livro Geração Subzero vem a ser uma ótima oportunidade para isso.

Margo Blue
A introdução do livro “Geração Subzero” questiona o elitismo formado por escritores que, por muitas vezes em suas obras, exigem uma leitura que é extremamente difícil para quem não faz parte dessa elite, e deixando de lado o simples prazer em ler. Com isso, há o afastamento das camadas mais populares dessas obras que são julgadas mais nobres, e a busca por livros com uma leitura que tenha a capacidade de entreter acima de tudo, e não impressionar com termos rebuscados e histórias enroladas.
Há ainda exposta a questão dos gêneros literários que são, em sua maioria, julgados de forma negativa pela crítica que ainda preza pelo refinamento da obra, mas que são os que mais agradam e atraem leitores que buscam o entretenimento como prioridade da sua leitura. Afinal, do que adianta comprar um livro que é aclamado pela crítica, se o seu conteúdo será de difícil entendimento, trazendo apenas dor de cabeça e desinteresse?
Portanto, é de extrema importância o trabalho realizado pelo organizador do livro, para que as novas gerações, que notavelmente estão cada vez mais se desinteressando pela leitura, sejam apresentadas a autores que tem como objetivo agradar a quem está lendo. E com mais jovens adquirindo o prazer de ler, é possível pensar em uma sociedade com mais educação e capazes de desenvolver pensamentos críticos e se livrarem de alienações.
Nathan Drake
Felipe Pena, jornalista e professor da Universidade Federal Fluminense, é também responsável pela autoria de uma série de livros. Dentre eles, destacam-se ‘’O marido perfeito mora ao lado’’ e ‘’Teoria do jornalismo’’. No ano de 2012, o romancista comprometeu-se com a organização da obra ‘’Geração Subzero’’, cuja proposta foi fundamentada a partir da reunião de textos de autores que, apesar de terem sofrido congelamento por parte da crítica especializada, conquistaram popularidade entre os leitores.
A introdução do livro, também produzida por Pena, coloca em pauta a relação estabelecida, pela maioria dos críticos, entre a linguagem de difícil compreensão e a qualidade do produto. Do ponto de vista do autor, esse preconceito dificultaria a disseminação da leitura no país, pois esses textos - repletos de jogos de linguagem - são acessíveis somente a uma parte da população. Isso também atuaria como um fator inibidor da diversidade das obras nacionais, visto que alguns gêneros como a fantasia e o terror são menosprezados pela academia, que vê o entretenimento de forma pejorativa. Considerando essa visão, conclui-se que essa parcela de escritores que busca o fazer literário para provar sua erudição, relega o seu verdadeiro destinatário: o leitoraquele que consegue encontrar partes de si nas palavras de outros e, assim, cultiva o verdadeiro propósito da literatura.
Nota-se que a introdução apresenta com clareza o propósito da obra, contando com argumentos de autoridade e explicitando os critérios utilizados para a seleção de seus participantes - pontos que contribuem para a credibilidade da tese defendida. Portanto, pode-se dizer que o livro alcança seu intuito de provocar significativas reflexões tanto quanto acerca das consequências desse assunto convenientemente pouco debatido, tal como da grande importância da valorização de todas as linguagens. Dito isso, ao final do prefácio, entende-se necessária a popularização da leitura, não só para que haja a formação e a contemplação a variedade do público leitor, como também para que o fazer literário consiga alcançar seu objetivo primordial: estabelecer conexões. 
Annie Drao

“Em literatura, entretenimento é sedução pela palavra escrita.” Esse é um dos principais conceitos em que se baseia a coletânea “Geração Subzero”, organizada por Felipe Pena, jornalista, roteirista de TV, romancista e professor, e publicada em 2012. O livro reúne textos de vinte autores de ficção populares entre leitores não especializados com o principal objetivo de contar histórias, visando o entretenimento do leitor, algo que, de acordo com Pena, é desprezado pela crítica brasileira. Assim, a obra pretende criar um espaço no cenário literário do país para um tipo de literatura que seja popularizada a fim de formar um público leitor frequente.
Na introdução da obra, o jornalista discorre sobre a atual situação da literatura no Brasil, que não contemplaria a formação de leitores e sim academicismos, utilizando uma linguagem erudita que tornaria as obras inacessíveis para aqueles fora do círculo acadêmico. Desse modo, a partir da revalorização do entretenimento, ele planeja abrir espaços para autores que, com uma escrita simples e compreensível, priorizem seus enredos, popularizando a literatura. É importante ressaltar que Pena deixa claro que acessibilidade não equivaleria ao empobrecimento da narrativa, assim como obras que priorizam apenas experimentalismos linguísticos não perderiam sua qualidade.
Dessa maneira, “Geração Subzero” exerce um papel necessário na difusão da ideia de que entretenimento através da leitura não se configura como algo superficial e sem valor literário, mas sim como um instrumento capaz de introduzir o hábito de leitura em um meio onde a sua escassez é clara. Portanto, certamente é uma obra importante do ponto de vista teórico, já que expõe uma problemática extremamente relevante, apresenta uma tese contundente e sua possível solução. Além disso, é igualmente recomendável do ponto de vista do entretenimento, devido ao seu conteúdo diversificado, aprovado pela opinião popular e, principalmente, determinado a seduzir o leitor.
Souza Queiroz

Resenha da introdução do livro “Geração Subzero”

O livro do autor Felipe Pena demonstra uma preocupação com a vaidade intelectual dentro da literatura brasileira, na qual existe a ideia de que a obra só tem relevância a partir do momento que utiliza uma linguagem elitista e pretensiosa. Essa característica afasta a literatura do grande público, que busca o dinamismo das narrativas na leitura. Nesse sentido, o entretenimento dentro da literatura é visto como uma forma escrever superficial e sem valor.
A obra busca evidenciar o trabalho de autores que trabalham com narrativas acessíveis, de modo que exercem um envolvimento e uma sedução nos seus leitores. Para isso, o livro ainda vai identificar características do “Manifesto Silvestre”, um movimento que procurou negar as qualidades academicistas da literatura, visando à valorização de enredos ágeis com narrativas sedutoras e uma escrita mais simples. Essa valorização ocorre a partir da ideia de que “escrever fácil é difícil”.
Dessa forma, o livro de Pena mostra como o egocentrismo e a linguagem rebuscada da academia afasta o grande público da literatura brasileira, mas também apresenta uma série de autores que conquistam esse público por meio das suas narrativas eficientes, distanciando a noção de entretenimento na literatura da ideia de superficialidade. Logo, a leitura de “Geração Subzero” leva a uma confirmação acerca da necessidade de uma discussão sobre a acessibilidade da literatura brasileira.
SUSHI SASHIMI

Resenha: Introdução do livro “Geração Subzero”

     O livro Geração Subzero, estruturado pelo autor Felipe Pena, tem como proposta reunir 20 nomes de autores aclamados pelo público, porém odiados pela crítica. Mediante uma seleção muito bem pautada e organizada, conseguiu agrupar aqueles que usam o entretenimento como norte para a escrita. Felipe Pena utiliza-se da introdução do livro para posicionar-se a favor da escrita de fácil entendimento, de modo a democratizar a literatura ficcional. Contrapondo-se, assim, à forma como doutores universitários se expressam em seus livros, nos quais prezam sempre a linguagem erudita com vocábulos e construções frasais difíceis.
    A introdução do livro é dividida em 4 partes, de modo a estruturar e exemplificar a ideia central do autor, a popularização da literatura. Críticas, ponderamentos e valorização rodeiam esse texto. A busca pelo novo vai de encontro ao pensamento elitista que permeia o nicho de escritores célebres, já que os mesmos veem o “fácil” como superficial. Ideia essa refutada por Pena, pois, para ele, a escrita fácil é muito difícil. De tal forma que utiliza-se de um manifesto a fim de pontuar e destacar os  objetivos e a importância de se ter uma escrita que alcance diferentes grupos sociais, não só aqueles que portam um diploma de nível superior. Para isso, recorreu a uma espécie de pesquisa de campo com a finalidade de saber quais eram os autores mais mencionados pela população em geral. Uma seleção do povo para o povo.
      Portanto, a rigidez na qual o, também jornalista e roteirista, Felipe Pena critica aqueles que, normalmente, estão em posição de críticos faz com que o leitor se sinta à vontade para questionar os valores clássicos da escrita. Sendo um dos pilares desse texto a tentativa de posicionar a literatura - em seus diversos gêneros - como bem comum a todos na sociedade. Desta maneira, autores que prezam pela simplicidade e agilidade na leitura voltariam a ter espaço tal como a elite literária e este livro serve como ponto de partida para alguns.
- OBLÍQUA  MATOSO

            Resenha crítica da introdução de Geração Subzero

Cirúrgico, provocante e influente. Utilizo todos os três adjetivos sem nenhum receio para definir a introdução de Geração Subzero. O organizador do livro começa com uma apresentação curta e grossa de sua intenção ao reunir os nomes subalternos da literatura contemporânea brasileira, desconstruindo o conceito de entretenimento e reinventando seu significado de maneira ácida a fim de cutucar o leitor a embarcar na leitura das obras de seus autores selecionados os quais podem oferecer muito além de uma experiência erudita.

A maior parte da apresentação gira em torno de discutir a questão do conceito de entretenimento. Embora pareça que o organizador esteja com o intuito de proclamar um manifesto contra os cânones consagrados da literatura nacional atual à la Paulo Coelho, seu esforço crítico concentra-se mais em dar voz a escritores talentosos que nunca teriam chance no ambiente de “especialistas” que muitas vezes esforçam-se em voltar ao parnasianismo impondo uma métrica rígida para definir o que supostamente seria a arte digna de apreciação do público. Por isso, sua proposta não seria elevar o gosto do leitor popular, mas tecer um novo olhar sobre a ideia de entretenimento a qual, dentro da literatura, se parar para analisar aproxima-se muito mais de um jogo de sedução que cativa o leitor e o faz entrar em uma narrativa e evocar as mais diversas emoções. Sua ousadia vai mais além quando traz como argumento de autoridade o ilustre C.S. Lewis que melhor que ninguém poderia até mesmo traduzir a literatura como algo “puro e simples”.

Vale destacar também os três critérios de seleção que deu para gêneros execrados pela crítica bem como escritores desconhecidos a margem necessária para a exposição de sua imaginação à luz do “Manifesto Silvestre” que invocaria o naturalismo imprescindível para cada obra.

De modo geral, a introdução de Pena cumpre de maneira satisfatória seu dever de influenciar o leitor não especializado a embarcar no seu discurso e dar chance a escritores não cânones, pois nada melhor do que mostrar o quão próximo do seu cotidiano pode ser a escrita de uma geração fora do panteão dos “deuses” da literatura, deuses que mais parecem escrever para si mesmos do que para pessoas comuns e ordinárias.
DON DRAPER

Geração Subzero e a necessidade da queda  

de paradigmas na literatura

       "Geração Subzero",obra que reúne diversos autores que rompem o tradicionalismo literário,foi publicado em 2012 pela editora Record e organizada pelo escritor,roteirista de TV e professor da Universidade Federal Fluminense,Felipe Pena.O livro tem papel essencial na desconstrução de muros criados pelo eruditismo da literatura atual,que dividem os autores e afasta os leitores.
         Com uma função social cativante,uma vez que é diretamente acessível aos moradores do Complexo do Alemão,a obra possui um tom de ironia,visto que marginaliza o conservadorismo adotado por autores que utilizam uma linguagem complexa para pertencerem a uma elite intelectual.O livro reúne escritores adorados pelos leitores brasileiros como André Vianco e Eduardo Spohr.A obra segue um caminho de pensamento que valoriza o entretenimento e como fruto populariza a literatura nacional.
         "Geração Subzero" é um manifesto que retrata como a linguagem erudita e contos complexos contribuem com a periferização da cultura de leitura no Brasil.Um livro que deve ser lido e divulgado por todos,com o intuito de evitar que o fundamentalismo literário seja banalizado e aproximar os brasileiros de sua literatura.

Somália Sucessada

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Resenha crítica da introdução do livro "Geração Subzero"

      O livro “Geração Subzero”, organizado por Felipe Pena, apresenta vinte autores que, embora sejam adorados pelos leitores, são desprezados pelos críticos. Para selecionar tais escritores, Felipe foi atrás da opinião popular em busca da diversidade de textos com linguagem simples, mas de diferentes gêneros literários. Assim, procura defender seu principal objetivo: provar que a linguagem não-rebuscada deve ter seu espaço na literatura, a fim de propagar uma realidade com mais leitores, contrariando a crítica literária atual.
     A verdade é que o organizador do livro foi muito bem sucedido em tentar provar sua tese, pois, ao selecionar textos indicados pela opinião pública, fundamenta e valida seu próprio ponto de vista como popular e não apenas individual. Vale lembrar que sua tese foi baseada e inspirada em outras obras e autores como, por exemplo, o “Manifesto Silvestre”, obra que defende a popularização da leitura, através da escrita acessível. Outro exemplo seria Tzevetan Todorov, escritor que prega a ideia de que a literatura mundial deve participar da formação afetiva do cidadão, assim como Felipe Pena, que defende que a literatura não deve servir apenas como autoafirmação de genialidade do próprio escritor, sem que se tenha uma boa história pra se contar. O organizador também defende que críticos deveriam valorizar a escrita que foi feita para ser lida. Em outras palavras, prezar pela escrita acessível.
     A obra de Felipe Pena se mostra muito inclusiva e convincente, se tornando assim, recomendável e necessária para conscientização do mundo literário. É importante que leitores passem a valorizar obras pela opinião própria e não de acordo com aquelas aclamadas pela crítica, para que se torne possível o combate da elitização cultural. O livro “Geração Subzero” encoraja, conscientiza e comprova que, no cenário mundial da leitura, precisa-se de inclusão.

DESCEU QUADRADO
A leitura do capítulo inicial do livro “Geração Subzero” organizado por Felipe Pena é observada a crítica aos escritores que tendem dificultar a popularização da leitura. Pensando nesse momento, o Brasil passa por uma crise intelectual e a busca por rebuscar ainda mais a leitura afasta os “populares” de uma excelente forma de entretenimento e busca por conhecimento.

A culpa pela elitização da literatura recai sobre a acadêmia e pelos críticos que preconceituosamente excluem os chamados “gêneros” voltados para o simples prazer de ler uma boa e simples história. E assim, os novos escritores buscam marcas estilísticas para agradar a elite intelectual do país e esquecem que a literatura é feita para todos.

Dessa forma, as editoras devem valorizar os trabalhos que buscam a simplificar com qualidade a literatura brasileira. E os críticos, como os do cinema e música, olhar para esses escritores com o mesmo olhar que é olhado para os intelectuais. Com isso poderemos ter uma literatura agradável e prazerosa para todos.

João Danado
Apesar de cotidianamente reproduzida, a premissa de que “não se julga um livro pela capa”, de modo denotativo, é muitas vezes ignorada, já que muitas pessoas são induzidas a comprar um livro só por causa de um nome que desperta o interesse. O título de Felipe Pena –Geração Subzero- brinca com o título do livro de Nelson Oliveira –Geração Zero Zero- que reúne os mais importantes nomes da literatura brasileira contemporânea , enquanto Felipe Pena reúne autores que tenham como principal objetivo um conceito como ele mesmo diz “demonizado pela crítica”: o entretenimento. 
O livro tem como proposta apresentar autores com trabalhos de qualidade mas desvalorizados por não utilizarem uma linguagem erudita ou por não terem como foco um público leitor elitista e acadêmico. Há uma variedade de escritores que desejam agradar à crítica e impressionar outros com o mesmo estilo de escrita, ficando imersos em um panorama em que só eles se entendem, se leem e se elogiam. Pena faz uma crítica a tal modo de escrita na crônica “A invenção do cânone”, presente na introdução do livro, mostrando que algumas pessoas são induzidas a gostar de algo só porque esse foi elogiado por fontes conhecidas, porque se aproximam do que já foi anteriormente considerado bom, ou até mesmo porque são caros e geram um sentimento de pertencimento a uma elite intelectual.
Como o próprio organizador do texto deixa claro, o livro não é uma antologia, apenas reúne escritores que foram escolhidos a partir de alguns critérios explicados no enredo, mas que em geral com a condição de que  todos tinham que pelo menos focar no prazer que a leitura pode gerar se for tratada como forma de entretenimento. Desse modo, o livro reúne crônicas com temas diversificados que por si só são a personificação do que a  literatura elitista, rotulista e segregacionista brasileira critica e repudia.
METAMORFOSE AMBULANTE