Emoção para
falar de arte e
um tempero forte para falar de crítica
Inesperado. Quando lemos a introdução escrita por Felipe
Pena de uma produção que reúne diversas obras e autores nacionais, o Geração
Sub Zero, a última coisa que é esperada é uma crítica negativa à literatura
brasileira. Mas logo o choque passa e Felipe revela se tratar de um pensamento
antigo e injusto. Não apenas, se redime com o compilado de obras que aguardam o
leitor nas páginas seguintes.
Apesar da ousadia – será que qualquer um que folheia e se
depara com um primeiro parágrafo tão incisivo se apeteceria a levar o livro até
o final? –, o formato e a ideia caíram como uma luva a quem teimasse em seguir
com a leitura tendo em vista a proposta da obra, a começar pela reviravolta
inicial, momento em que revela ter se precipitado ao botar todos os autores no
mesmo saco. Em seguida, o Pena trouxe uma crítica a própria crítica, a certo
nicho de autores, à Academia, além de pautar, a própria crítica literária no
Brasil em si – o tal gancho do livro.
A introdução poderia parar ali, naquelas seis
páginas narradas de forma crescente, envolvente e de fácil leitura, como o
próprio defende. Mas foi necessário o próximo trecho, mais protocolar, e que
acabou esfriando o andamento até então regado de emoções mesmo que acompanhado
de bons argumentos. Mais a frente, este foi retomado pela criatividade do
Manifesto Silvestre e seu tempero marcante. Feliz é aquele que tem se depara
com leituras acessíveis, por isso a proposta e a introdução de Felipe Pena têm
seu papel no status quo literário. Nunca mais seu leitor tomará chá, digo, ler
da mesma forma.
Jackie Tequila
Um bom texto, só não me agrada muito a aproximação que você tenta fazer com o leitor, através de perguntas soltas...
ResponderExcluirGostei do texto, mas não gostei dessa pergunta solta no meio... parece um certo "exagero de intimidade", um pouco forçado.
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