Silêncio. Nele eu escuto tudo. Me entrego. Ouvindo nada, escuto a mim mesmo, meus pensamentos, meus desejos.
Deixo fluir, e a cada ir e vir vejo a imensidão de possibilidades. Não me prendo a nada, flutuo entre as ideias. Permeio o que denominariam de impossível e insano. Aqui, no silêncio, eu posso tudo.
Sinestesia ampla, extrema, completa e complexa. Sinto tudo agora. Cada mínimo detalhe, aqui, nesse espaço em branco, nessa calmaria, não me passam desapercebido.
Pensando em cada uma dessas palavras, eu já viajei tanto...Pensei no que tenho que fazer hoje pensei propriamente em lhes escrever. Imaginei como seria viajar para a Itália. Olhei para a televisão e vi o programa da Fátima Bernardes, aff...Voltei ao meu real.
Mas imaginei mais uma vez...O que as pessoas dessa recepção estão pensando de mim. Deve ser algo como, "ele tem assunto né", "que geração, só sabem se comunicar usando celular". E em partes, podem estar certos. Já que estou escrevendo na sala de espera do dentista, anotando tudo no bloco de notas do celular. Tudo isso porque, o Spotify não queria abrir minha playlist, para que eu pudesse me inspirar. E que contradição, pois cá estou, inspirado.
Um momento...o que é isso que estou escrevendo.? Pra quem escrevo.? Eu não estou no aeroporto indo para a Itália.? Que cheiro de consultório é esse aqui.? Que barulho irritante de motor. Que revistas velhas e de decoração aleatórias são essas aqui.? Tudo isso na sala de embarque.?
Meu sexto sentido, agora, me diz que sou um mero escritor numa epifania de criatividade. Será.? Me perdi...foram tantas idas e vindas, pra tantas consciências, em diferentes lugares, quantas sensações...Em um simples silêncio.
Percebi que no silêncio, mora a loucura, o desespero, os sonhos perdidos e distintes. É no silêncio que enxergamos tudo e ficamos calmos. Até perceber que é nele, que mora o caos da nossa sinestesia.
Na simples ausência de tudo. Só eu, aqui, comigo mesmo me descobri mais sinestético do que jamais imaginaria. Toquei-me ou na verdade, tocaram-me de que, somos sensação, sentido, imaginação, sonho, acaso. Somos tudo, somos subjetivos, anfigúricos e infinitos"Es".
Shakespeare Iludido
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