quinta-feira, 13 de junho de 2019

Três Porquinhos

Corre corre na cidade grande. As luzes se refletem nos carros que passam, preocupados apenas em chegar em casa rápido. Vive-se no automático. Um momento de reflexão ou apreciação da vida não existem mais. Tanta gente passa por aqui e estou só. O século XXI vai transformando os humanos em máquinas, e o meu único refúgio nesse ônibus é o fone de ouvido. Abro meu Spotify e boto a minha playlist favorita no aleatório, mas nada me agrada muito. Eu sinto que não adianta muita coisa. Até que decido ouvir algo que combina com esse cenário urbano desumanizado: Pink Floyd.

Pigs (Three Different Ones) - Pink Floyd
Play, Pause ----------o-------------------------------- 11:25

Pra falar a verdade, eu não conheço tanto assim a banda e nem escuto rock progressivo - até porque não tenho três horas do dia sobrando só pra ouvir uma única música, se me permite a hipérbole. Eu sempre imaginei uns tiozões que frequentam moto clubes ouvindo esse tipo de música. Mas até que elas criam um ambiente de certo conforto em meio a tanto caos. Toda a parte instrumental nesses onze minutos de música são espetaculares, e misturados com os grunhidos de porcos ao fundo e a parte lírica sensacional, essa música se torna um clássico instantâneo aos ouvintes.

Consigo me imaginar apenas sentindo as notas musicais da guitarra e do baixo passando pelas minha pele, relaxando todos os músculos. Trazendo uma paz que sinto apenas quando escuto músicas no ônibus - que é uma das melhores coisas de se viajar por muito tempo. O vento sopra pela urbis e trás uma lembrança sua.

Mas estou só.

Já nem sei dizer qual parte do meu corpo dói mais: A mente ou o coração. Bate de repente um desejo de romper limites e sonhar,

Um sorriso de uma criança me observando no ônibus. Isso me anima. Me faz querer viver mais.

A força pra agradecer presente em poucas almas. 
Encontra-se nos lugarem menos esperados.  


E esquece a dor.
Viúva Negra

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