quarta-feira, 12 de junho de 2019

Bohemian Rhapsody

Oh, mama mia, mamma mia! Não, calma, a Meryl Streep não vai começar a cantar ABBA. Aqui eu estou falando daquela banda da terra da rainha. Qual é o nome mesmo? Ah sim, Queen. Até que faz sentido. Mas a primeira vez que ouvi Bohemian Rhapsody não foi através dos vocais de Freddie Mercury, ecoados pelos solos de guitarra do Brian May, foi através de Glee. E a criança louca que eu fui cresceu achando que a versão da série era melhor que a original. Podem me julgar. 
2017. Não foi a primeira vez que fiz vestibular, mas agora estava ficando sério. Eu já tinha a roupa que usava em todas as provas, só faltava a música para ouvir antes. Mas não podia ser qualquer música. Precisava ser uma que me deixasse calma e agitada, no hype para fazer a prova e concentrada, tudo ao mesmo tempo. Aquela mistura perfeita de jazz e rock, passando pelo pop e a ópera. A música de gosto agridoce, que não é preta nem branca, que consegue ser lisa e áspera, que tem o cheirinho do bolo da vó na infância e do cigarro da faculdade quando adulto. Pronto, achei. 
2018. Ano do vestibular. Vamos lá, Jussara. Sem ouvir Bohemian Rhapsody, hein. Agora é só em novembro. Eita, porra. O filme do Queen vai ser lançado no final de semana do ENEM. Pronto, já sei o que vou fazer para relaxar antes da prova. Vou aproveitar e voltar a ouvir minha música. Oh, merda. Só um lado do fone está funcionando. Não vai dar pra ficar ouvindo “Gallileo” em cada ouvido. Assim estraga metade da experiência. Primeiro final de semana foi, agora só falta mais um. Ai, caralho. É sério que essa semana só vai tocar Quenn? Pelo amor de Deus, gente, essa música tem 30 anos, parem de ficar loucos por ela agora. Só ouvir mais uma vez e acabou. Acabou! Acabou! É tetra! É tetra! 
Is this the real life?/ Is this just fantasy?. Nos últimos meses eu fiquei pensando sobre qual seriam as 10 músicas que fariam a playlist da minha vida e descobri que essa é uma tarefa muito difícil. Primeiro você pensa: não tem como eu botar só 10 músicas, tenho muitas. Depois você fica: será que essa música realmente representa minha vida? Mas o primeiro consenso que cheguei foi na música que marcou o período mais difícil que já vivi até agora. Escolhi uma música em inglês, a primeira língua estrangeira que a aprendi. Uma música que ouvi na série que mudou meu jeito de consumir televisão. A música que eu tenho que cantar no karaokê, senão nem vou. A música cujo o nome é difícil de falar, mas eu aprendi. Acho que vocês já sabem qual é. 
Jussara Sri Lanka 

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