Zuleica sentia que estava esquecendo alguma coisa. Revisou todas as placas e faixas que havia prometido fazer para a passeata das Diretas Já. Desde que atravessou a ponte e se matriculou na faculdade de História, ela sempre participou de todos os eventos estudantis possíveis. De repente se recordou, o lenço vermelho, presente de seu pai quando ela foi aprovada, era isso que havia esquecido. Ela usou ele para prender o cabelo com o laço. Carregando as placas, saiu às ruas para gritar pela democracia.
Elis sempre gostou de se maquiar, mas desde que aprenderá a usar os pincéis, nunca havia passado tinta cinza no rosto. Ela e os amigos haviam combinado de ir às ruas protestar, sua pós graduação em Economia sempre disse que os planos de calor não poderiam dar certo. Ela passou a mão pela barriga, seu filho parecia estar animado com a passeata também, pegou o lenço que sua mãe havia a presenteado quando descobriu a gravidez, parece que era uma herança familiar usada em momentos difíceis. Amarrou no pescoço e foi para as ruas
Vladimir acordou o seu namorado, eles estavam atrasados. Seu primo já havia o ligado para avisar que só faltavam os dois. Desde as eleições do ano passado, Vlad temia por momentos assim. Ser gay e estudar em uma faculdade pública já eram um afronta gigantesco, tudo isso cursando Jornalismo? Ele se vestiu, marcou um x no calendário, dia 30 de Maio. Ele pegou o lenço vermelho em cima da mesa, amarrou com um laço em volta da boca, e foi para a rua.
Elis sempre gostou de se maquiar, mas desde que aprenderá a usar os pincéis, nunca havia passado tinta cinza no rosto. Ela e os amigos haviam combinado de ir às ruas protestar, sua pós graduação em Economia sempre disse que os planos de calor não poderiam dar certo. Ela passou a mão pela barriga, seu filho parecia estar animado com a passeata também, pegou o lenço que sua mãe havia a presenteado quando descobriu a gravidez, parece que era uma herança familiar usada em momentos difíceis. Amarrou no pescoço e foi para as ruas
Vladimir acordou o seu namorado, eles estavam atrasados. Seu primo já havia o ligado para avisar que só faltavam os dois. Desde as eleições do ano passado, Vlad temia por momentos assim. Ser gay e estudar em uma faculdade pública já eram um afronta gigantesco, tudo isso cursando Jornalismo? Ele se vestiu, marcou um x no calendário, dia 30 de Maio. Ele pegou o lenço vermelho em cima da mesa, amarrou com um laço em volta da boca, e foi para a rua.
Eclipsa B
Oi, Eclipsa!
ResponderExcluirQUE TEXTO FOOOFO! Achei muito criativo e original você contar a "história do lenço" através das manifestações e tal.
"Francisco não sabia o que sentir, se recordava dos discursos acalorados de Vargas, de como ele encheu a ele " ---> A repetição do "ele" aqui ficou bem confusa, dava pra ter substuído por outro pronome.
Essa é a única crítica mesmo :)
Beijos <3
P.S.: Vladmir é muito nome de vampiro (quem concorda respira). Desculpa, mas eu imaginei o personagem no estereótipo do vampiro mesmo jakdjad