Baby Shark
quarta-feira, 27 de março de 2019
Ato Falho
Era mais uma tarde comum de terça-feira. Mas não àqueles jovens. Aquela tarde simbolizava o início de um novo na vida de cada um. Todos iniciavam sua vida acadêmica. Alguns, nunca pisaram numa universidade, outros, já tinham até mestrado. Tantas histórias a serem contadas, tantos sonhos a se realizarem. O que os levou àquele momento? Àquele curso de Jornalismo? Essa foi a pergunta que guiou todo o percurso da aula. Somos seres formados pelo pensamento, pelo consciente e pelo inconsciente, que nos leva a assumir atitudes e tomar decisões. Uma luta é travada a cada instante em nossa mente entre o prazer e a realidade, entre a emoção e a razão. Nossos instintos nos levam a determinados locais que nossa mente nos diz serem errados. E, então? O que fazer diante disso? Karina não soube definir. Seu interior travava uma luta cujo vencedor era desconhecido. Sua paixão era o Cinema, mas sua família temia seu desemprego. O prazer suplicava por algo que a realidade insistia em trazer ao chão. Optou por satisfazer sua família e cursar Jornalismo, embora o seu coração clame pela grande cineasta que sonha ser um dia. Então, entre tantas histórias contadas por colegas de classe, surge sua vez de contar seus motivos de estar ali. Explica todo o conflito que há em sua alma e, no seu inconsciente, está a tentativa constante de trazer a memória seu grande sonho e torná-lo real. Foi então, que num ato falho, seu grande prazer ultrapassou as barreiras que o prendiam e, ao concluir sua história, revelou: “E foi por isso que entrei em Cinema!” Ela mesma não notou seu erro, até que o professor a indagou sobre o curso de Jornalismo, o que a fez rapidamente corrigir sua fala. A turma caiu nos risos, mas em seu interior instaurou-se um conflito. Será que ela está realmente onde deveria estar? Será que não se precipitou ao entrar por influência externa? Talvez, questionou-se, aquele ato falho tenha revelado sua verdadeira identidade. Ela não sabia, mas estava disposta a descobrir.
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