quarta-feira, 27 de março de 2019

Relógio

Tick tack. Desde o nascimento de uma criança, os pais pensam em seu futuro. Mal respirou já pensam em colégio, 15 anos, casamento, faculdade. E daí surge a tal pergunta: O que você quer ser quando crescer?
Respostas como "astronauta", "bailarina", "atriz", "médico", surgem. Poucos deles realmente se concretizam.
Tick tack. O tempo corre, as pessoas crescem e finalmente preciso responder a pergunta: O que eu quero ser quando crescer?
Sinceramente, não sei. Contudo, a resposta que realmente me interessa é a de quem foi a brilhante ideia de fazer com que jovens com menos de 20 anos escolham o que irão fazer pelo resto da vida.
"Não tem nenhum sonho?" Sonho? Bem... Quero ganhar dinheiro. Ter estabilidade, pelo menos.
"E quando era criança, o que queria ser? As vezes um desejo reprimido ajuda." Está brincando? Quem decide o que vai fazer desde a infância? Com oito anos eu comia areia, não dá para levar a sério. Queria ser famosa, independentemente de como.
Tick tack. Sisu está chegando ao fim, e ao menos preenchi os cursos. O coração bate acelerado há alguns dias. Minhas mãos suam toda vez que paro em frente ao computador. Uma súbita vontade de chorar me acomete. Esta é a minha única chance?
Fecho meus olhos e respiro fundo. Sempre há a opção de tentar de novo. Não vá pirar agora. Ansiedade pode exagerar.
Então penso: no que sou boa? Matemática, Deus me livre. Física nem pensar. Português... É, gosto de português. Escrita me encanta. Dou uma passada de olhada pelas grades de cursos variados e de repente, um me ilumina.

Jornalismo. É para pessoas bem comunicativas, né? Para tudo nessa vida há um jeito. De repente, me sinto mais leve por finalmente achar algo em que me encaixo. E se não for isso, tenho o peso tirado dos meus ombros por saber que posso tentar de novo. O relógio já não me assusta mais.
Capitu Oblíqua

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