Quando a gente é criança, os limites são inexistentes. Barreiras são feitas de isopor e obstáculos são de algodão. Acreditamos firmemente nas palavras de Walt Disney: "Se você pode sonhar, você pode fazer". Assim, pintamos o cenário com cores ainda não vistas e construímos o mundo que imaginamos. Fechamos nossos olhos e um milhão de sonhos são desenhados em nossa cabeça.
Para Júlia, cada manhã em sua cidade era diferente. Cada nascer do sol era a certeza de algo novo poderia acontecer. Ela saía de sua casa com um olhar curioso, perspicaz e profundo. Estava sempre atenta a tudo que acontecia e deixava comunicar notícias para as pessoas. Por isso, desde pequena Júlia desejava ser jornalista.
Com este anseio vibrando em seu coração, Júlia decidiu se reunir com alguns amigos do bairro para produzirem um jornal local e assim causar uma diferença no lugar onde moravam. Eles se reuniam diariamente para escrever matérias sobre os novos acontecimentos de cada esquina. Nada fugia dos olhos daquela fervorosa escritora. Matérias sobre os cachorros abandonados do bairro, o aumento no preço de alguns alimentos nos mercados, assaltos que ocorriam, os problemas da mobilidade urbana em sua cidade. Júlia e seus amigos eram intensos, precisos e eficientes.
Então, chega um dia em que tudo começou a mudar. Chegou o momento de ingressar na Universidade. Uma nuvem de sentimentos cerca o coração dessa futura jornalista. Alegria pela conquista, medo do novo e de como tudo será, ansiedade para enfim cursar o que sonhou desde sua infância. Agora é uma etapa distinta em sua história. Júlia escrevia matérias sobre os episódios do seu bairro, mas em breve estará escrevendo sobre eventos ocorridos no mundo todo.
Todos podemos aprender com ela. Talvez disseram a esta pequena sonhadora sobre a dificuldade de sua profissão ou mostraram a ela que seguir o jornalismo era tolice, mas a aspiração que pulsava dentro de seu coração era maior do que qualquer realidade apresentada. Júlia não deixou de sonhar e agora cada dia na Universidade Federal Fluminense será um passo para mais perto do seu sonho.
Quando as noites não traziam as estrelas, ela fechava os olhos e enxergava as galáxias. Quando o outono levava as flores, ela já pensava na primavera. Quando os ruídos sussurravam em seus ouvidos, ela escrevia uma nova canção. Ela não desistiu. Ela não desistirá. Portanto, como já dito na canção de Justin Hurwitz no filme "La La Land": "Um viva aos loucos que sonham por mais malucos que possam parecer ser".
Joey Tribbiani
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