Mais uma parada.
Mais um número indeterminado de gente entrando no transporte.
O lugar ao meu lado no ônibus não demora muito a ser preenchido, e o silêncio é rompido segundos depois. A garota pequena de cabelos cacheados que havia ocupado o espaço perguntou se aquele ônibus estava indo mesmo para Niterói, e eu disse que sim. Sem perceber, havia dado brecha pra menina desatar a falar
Descobri que estava indo para faculdade, seu primeiro dia, e, apesar da viagem de Rio Bonito para Niterói, estava ansiosa e deveras animada. Passou para jornalismo, e brincou dizendo que sua escolha foi motivada pela família a chamando pelo sobrenome de sua xará que já ocupou a bancada do Jornal Nacional.
Fiquei sabendo de suas expectativas, dos seus veteranos, das aulas que estava animada para ter. Eu nem reparei que tinha a escutado falar por mais de uma hora quando ela disse que seu ponto era o próximo. Também não tive tempo de desejar boa sorte, pois ela levantou tão rápido quanto sentou-se ao meu lado. Entretanto eu tinha certeza que ela não precisava de sorte para ter um bom período, pois aquela menina tinha garra pra ela mesma fazer isso acontecer.
Nix
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