Para se saber da beleza da vida, tem que se conhecer suas escuridões. Ao contrário de quem tenta de todas as formas escapar das incertezas e tristezas que passamos de tempos em tempos, eu prefiro passar por essas dificuldades sempre pensando no que as mesmas podem me ajudar a ser mais forte no futuro.
Na teoria, essa linha de raciocínio pode ser muito madura, porém nada que planejo acontece exatamente igual como eu espero. Não se consegue prever o amanhã e muito menos controlar o que um dia sentimos e não lembramos, mais conhecido como gatilhos.
Ele se manifesta de diversas maneiras, mas certamente uma de suas piores formas é a convivência com a pessoa que te traz essa sensação ruim. E como no meu caso, esse indivíduo ser do núcleo familiar só torna as coisas mais difíceis e me encaminha para o costume com algo que nunca me fez bem. Natal, aniversários, redes sociais, festas. Tudo se torna um caminho para aflorar tudo que eu já sofri no passado, porque hoje mais maduro consigo controlar a convivência já mencionada.
Porém, nada apaga a total desatenção e falta de carinho que só essa pessoa conseguiu me demonstrar sem motivo algum. Desde o meu nascimento até a adolescência eu era apenas um número para esse parente. E tudo se torna mais evidente e triste quando o tratamento com os outros integrantes do meio familiar é exatamente o oposto e que em questões de segundos uma áurea de violência psicológica se torna uma ação em palavras. E com um detalhe chave : sempre quando ninguém vê.
O medo toma conta e a ameaça para que não se saiba disso acabava sobressaindo no meu psicológico, já que eu ainda não entendia o que realmente eram essas falas agressivas sem motivo algum. Ao longo dos anos, entendi o jogo mental praticado e ameaças não ocorrem mais, porém certas palavras nunca vão ter mais o mesmo sentido para mim.
- Cronista de Niterói
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