quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Traumas

 Aos 10 anos, Mya apanha de seu pai pelo seu “jeito masculino”. Mya, criança, não sabia da profundidade social que existia em uma menina amar jogar futebol. Seu pai, pastor, a proíbe de brincar com meninos.

 Aos 15 anos, no auge da adolescência, Mya se olha no espelho e não se reconhece. O vestido e os cabelos igualmente longos refletem a longevidade de sua repressão vivida dentro da igreja. A verdadeira Mya não existe, ou melhor, ela é escondida.

 Aos 20, com o cabelo raspado e usando “roupas masculinas”, Mya se sente Mya. A sua verdadeira essência exposta teve como consequência o afastamento dos pais. Afastamento dos pais ou de seu trauma? Ou ambos? Mya não quer saber, apenas viver jogando futebol.

- Mya Hill


Nenhum comentário:

Postar um comentário