maiores vêm sendo construídas, nunca estivemos tão isolados uns dos outros. Não, não
estou falando do encontro físico, isso aí a globalização já se encarrega de fazer. Falo
aqui sobre a relação emocional, sobre a construção de laços interpessoais; voltamo-nos
tanto para os nossos sentimentos e preocupações que esquecemos o próximo. Não
conseguimos lembrar nem dos nossos vizinhos, olha que absurdo.
A partir disso, não posso deixar de refletir sobre a verdadeira harmonia, presente na
natureza. A orla do Gragoatá se transforma em uma grande tela, em que podemos
assistir ao show do pôr do sol tocando as sofridas águas da Baía de Guanabara. Ao lado,
a ponte de 14 km leva à cidade maravilhosa, todavia a maravilha já se encontra bem ao
meu redor. As aves que sobrevoam a região, os ventos que sopram as folhas verdes das
árvores, tudo em perfeita cooperação, deixam a experiência corrida de um universitário
um pouco mais prazerosa. Tais elementos naturais estão interligados intrinsicamente, se
completam. É isso que falta entre nós, seres humanos, olhamos muito para o nosso
umbigo, não pensamos no todo, entende? Estamos fisicamente próximos, como animais
enclausurados, mas nossas mentes estão em desarmonia, meu caro leitor.
Enfim, deveríamos aprender um pouco mais com o meio ambiente. Não foi à toa que o
poeta John Donne nos mostrou que “nenhum homem é uma ilha, completo em si
próprio; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo”. A natureza
representa, na sua beleza, a manutenção da paz por intermédio da conciliação legítima e
plena entre seus componentes. Assim, logo quando notarmos tais ensinamentos, não
precisaremos de pontes maiores, apenas mais rígidas, firmes, pois a essa hora já
seremos, de fato, unidos, de fato, felizes.
Rômulo Zaragoza
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