quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Um último recado

Lembranças me martelam como peões de obra ao erguerem alicerces, sempre batendo,
porém nunca abrindo mão da construção. Vou pegar emprestado os termos da obra para
elucidar que os pensamentos são como tijolos prestes a serem construídos pela reflexão.
Meus amigos me acham esquisito: “Esse moleque mistura Bob Esponja com o viés
nietzschiano” Sim, misturo, meus compadres sem convicção, Nietzsche dizia de crenças
culminaria no caos social. Deve ser por isso que o Bob Esponja ama tanto fritar seu
hambúrguer de siri. Por propósito, por fé. A falta de fé no diálogo colocou o despreparo
e a truculência na presidência. Fez o povo achar que o medo das minorias é sinônimo de
teimosia e demência. Falta de fé é falta de ponderação. Cabeça vazia, oficina do diabo,
já avisava minha avó. A fé anda de mãos dadas com a razão e isso nunca irá mudar.
Assim, professor Pena, você que me faz lembrar o trauma, o sonho maldito, o coiso, ah
o coiso... Melhor não falar nada, o cara está no Planalto; você me permite refletir,
existir. Isso tudo, meus leitores, é porque as lembranças que me martelam me
possibilitam enxergar o mundo pelas lentes da lucidez, me fazem ser que eu sou. Essas
lembranças, as quais presto minha homenagem, são vida. Fica aí a reflexão.

Rômulo Zaragoza

7 cronicas e 15 comments

2 comentários:

  1. Creio que teve um erro de concordância, mas no geral achei bom. O final foi um pouco previsível, mas bem escrito.

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  2. Achei audacioso. Estrutura que parece um apanhado de pensamentos que, aparentemente desconexos, no fundo fazem todo o sentido. Aplaudo pela inventividade

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