Eu sei mais sobre você do que sobre mim.
Eu te vivo, eu te sigo, eu te respiro. Agora, você está aí e eu aqui, eu me sinto de forma incompleta. Seus livros na estante me fazem recordar de quando líamos nossos poemas. Os seus sempre impecáveis, já os meus... É melhor não comentar. Os CDs da Lana me fazem sobrevoar sobre seus pensamentos, adentrar em seu psíquico. As suas roupas, que estão esquecidas no armário, me fazem lembrar de todos os nossos encontros em que estava com tais figurinos.
A distância tortura e me faz agir insanamente.
Longe de ti, eu me perco. Ao não te encontrar, eu não me acho. Paciência, eu não a tenho. Vontade de te ter, isso eu tenho de sobra e só aumenta. O tempo não passa. Rio de Janeiro e Nova York nunca foram tão longes. Sete mil setecentos e cinquenta e dois quilômetros de distância, de separação, de saudade. Que saudade é essa? Sentimento indescritível, apenas se sente. A saudade nos mostra o que realmente nos faz falta. Agora, o que me faz falta é você.
Você é meu delírio.
Esse amor é puro, mas também sujo. Calmo, mas conturbado. É você, sou eu, somos nós. Nossos corpos se comunicam sem fala, apenas através de olhares, sensações, vibrações, batidas no ritmo de dois corações acelerados. Dois corações que batem mutuamente. Nós temos a libido ao nosso favor, nós somos carne e esse amor carnal entrelaça nossos desejos mais profundos.
Preciso te falar tudo o que ainda não falei.
Na despedida, eu não pude te falar tudo o que gostaria. O aeroporto é um lugar de despedida e foi tudo tão rápido. Quando me dei conta, você já não estava aqui. O que me restou foi olhar o avião levantar voo e te levar pra longe de mim. Agora, eu espero o movimento contrário e o aeroporto se transformar em um lugar de encontro. Será o nosso reencontro.
Volte logo. Volte para casa. Venha (com pressa). Transforme nossas solidões em uma coisa só.
Espero-te. Quero-te. Desejo-te. Amo-te.
Vamos caminhar juntos, seguir juntos. Vamos preencher o mundo com a nossa felicidade.
Chris
Gostei muito do texto! Mostra uma situação vivenciada por muitos casais pelo mundo: a distância e a luta diária contra a saudade. Aí já temos uma das pontas: a perenidade. Vejo também uma profundidade nos relatos e o fato de ultrapassar os acontecimentos do cotidiano. Não vi, porém, o exercício de cidadania e a potencialização dos recursos do jornalismo. Mas, de qualquer maneira, é um texto muito bonito e bem relacionável com a situação de vários casais!
ResponderExcluirConcordo com a Amelie. Por falar do amor dessa maneira e falar sobre estar longe da pessoa amada, é um texto com perenidade. Também foi escrito com extrema profundidade. Você utiliza de um acontecimento do cotidiano - uma despedida no aeroporto - como ponto de partida para um texto que amplia a visão da realidade, de forma bela. Senti falta do exercício da cidadania, porque em um relacionamento a distância existem várias questões relacionadas à fidelidade, ética, moral e princípios que podem ser abordadas.
ResponderExcluirBelo texto! É inegável que essa é uma situação que muitos casais acabam tendo que enfrentar e,por isso, vejo a perenidade como um dos principais pontos a serem destacados. Além disso, gostei do fato do seu texto não ter se mostrado superficial assim como a visão ampla da realidade que foi apresentada. Também concordo com a Helena no sentido de que faltou o exercício da cidadania, levando em consideração que diversos fatores(como já mencionados acima) que poderiam ter sido ditos quando é tratada a abordagem de relacionamento à distância.De qualquer forma, achei bem legal o seu texto. Parabéns!
ResponderExcluirGostei muito do seu texto! Você abordou o tema do amor deu ma forma bem universal e fácil com a qual se identificar, então acho que isso deu certa perenidade ao seu texto. Adorei em especial essa parte: "Espero-te. Quero-te. Desejo-te. Amo-te." É uma repetição e gradação que se intensifica com cada elemento adicionado (não sei se foi intencional, mas eu curti muito isso, rs) Como já falaram aí em cima, não tem o exercício da cidadania, mas como a crônica era sobre amor seria bem difícil adicionar isso aí no meio, então não importa, você tá de parabéns!
ResponderExcluirOlá querida(o) Chris!
ResponderExcluirAdorei a forma que você abordou o tema. Seu texto traz uma leveza, uma sensibilidade sobre a saudade que me fez senti-la também, parabéns. Agora voltando... acredito que seu texto contém perenidade visto que poderá ser lido por muitas pessoas em qualquer período e também tem uma visão ampla da realidade. Parabéns pelo belíssimo trabalho!!!
Beijos perfumados de sua amiga Maria Antonieta.