Terminou, como tudo termina. Não abruptamente, como um piscar de olhos. Pelo contrário, se arrastou, gerando meses de melancolia por saber o que está por vir. Meses aproveitando a dor de cada encontro, a saudade antecipada, o pesar de saber que em breve esses momentos seriam apenas lembranças.
Os sorrisos, os abraços e os beijos escondidos de todos os dias se tornariam menos frequentes e por isso eu me agarrei naqueles últimos meses como se minha vida dependesse de passar cada segundo ao seu lado.
1h15 não é um vôo particularmente longo, mas nossa vida jamais permitiria visitas regulares. E dói não poder fazer nada. Eu fui buscar a felicidade que havia me deixado há muito, mas não tinha a intenção de trazer a tua comigo.
Parados no portão de embarque, vestindo uma máscara cuidadosamente construída, tentávamos ao máximo parecer fortes. Ambos sabíamos que no momento em que eu embarcasse, nós dois desabaríamos em lagrimas. Ambos sabíamos que as próximas vitórias não teriam o mesmo gosto. E nos perguntávamos por que tinha que ser assim, mas também sabíamos a resposta: tudo termina.
E nesse ultimo momento sentimos como se os últimos meses tivessem passado num piscar de olhos. E ao mesmo tempo em que desejamos ter mais tempo, desejamos que nada disso tivesse acontecido. Que nunca tivéssemos nos apaixonado, porque era errado, porque esse relacionamento começou fadado ao fracasso e nos deixamos iludir nos últimos 5 anos.
Os próximos dias vazios seriam preenchidos pelas nossas lembranças. Músicas, filmes, comidas, cheiros e sensações que agora vêm acompanhadas de tristeza. Tristeza que já é parte de mim; está nos meus dias, nos meus atos e no meu coração... e eu me visto de saudade do que já não somos nós.
Peter Parker
Parabéns pelo texto, Peter!! Vou confessar que ainda acho difícil analisar um texto diante da estrela de sete pontas. Para mim o mais claro de ser observado é a superação do cotidiano. Além desse fator, a perenidade também poder ser vista. Em relação às demais pontas, faltou um pouquinho de profundidade =) mas de qualquer forma, adorei!
ResponderExcluir"Quem inventou a distância nunca sofreu a dor de uma saudade." Acho que essa frase explica bem esse sentimento. O texto, para mim, surtiu como um desabafo, o que trouxe mais proximidade do leitor com a história. Quanto à Estrela de sete pontas, percebo a perenidade, a universalidade do conteúdo, a preocupação com os detalhes, que é uma característica bastante presente no Jornalismo. Gostei muito! Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirAo meu ver, o texto teve profundidade e perenidade. Achei bem bonito a maneira de foi escrito. Definitivamente ultrapassou o cotidiano, já que você narra de forma bem sensível um relacionamento a distância, que é algo comum e rotineiro. Diferente do que foi dito, não vi tanto os recursos jornalísticos e também não vi o exercer da cidadania. Mas está uma crônica bem bonita!
ResponderExcluirAchei que a riqueza de detalhes e o tom de desabafo, como o Dante citou, deixaram o texto incrível. Sobre as pontas, notei o rompimento com os limites do cotidiano, a universalidade e a perenidade. Seu texto é muito bom, parabéns!
ResponderExcluirGostei do texto. Acho que muitos vivem essa situação, da distância, do amor, da saudade, da despedida. Ao meu ver, a crônica rompe as correntes do LEAD, evita fontes primárias, tem perenidade e o que mais me chamou a atenção, foi a profundidade. Parabéns.
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