Bem, não sei o que dizer. Nunca estive tão perdido em meus próprios sentimentos. Eu juro que daria tudo para saber o que se passa entre as várias incertezas  de meus sentimentos. Escrevo, para não chorar, o que sinto é tão indecifrável, escrever agora parece um pouco inútil, mas, ao menos, diminui a minha aflição de não conseguir escolher. Se me pedissem para descrever o que sinto, eu diria: estou com vontade de gritar, mas também preciso tanto falar e ser escutada, no aconchego de um abraço, não qualquer abraço, mas não vou começar um texto falando de amor pois ando me poupando de fraquezas. 

Meus casos amorosos são sempre um desastre, o que me deixa ainda mais descompensado. Não consigo dizer que minhas mudanças repentinas de humor não tem motivo aparente. Sempre existe um motivo, uma razão. Talvez eu gaste tempo demais na companhia de meus heróis românticos literários, e consequentemente meus ideais e expectativas são extremamente altos.

E por que não falar de amor? Já que, me decepciona demais em saber que, por mais que eu tente, por mais que os anos tentem passar e te afogar com outras memórias dentro de mim, você consegue emergir lá do fundo com tanta facilidade, tomando tudo de mim. Me deixando sem nada. Frágil. Triste. Forte pra aguentar o mundo, mas fraco para te olhar nos olhos. Determinado a enfrentar leões e tudo que vier, mas tão ingênuo para acreditar em você. Porque perto de você não quero ser eu. Quero ser metade, porque sei que a outra metade é você. Era o que eu acreditava. É o que eu venho tentando deixar de acreditar por tantos anos, totalmente em vão.

Por Pedro Bial da depressão