Chaves do coração
Toco em meu peito e sinto um cadeado. Isso não é normal, certo? Onde está meu coração? Ele está trancado? Você já se sentiu assim, meu querido leitor? Já se viu num labirinto de emoções sem saber onde é a saída? Como faço para parar de sentir tudo isso, ou melhor, como faço para sentir alguma coisa? Será que eu sou um monstro que não consegue sentir mais nada, ou será que eu estou tão desesperada ao ponto de sentir tudo ao mesmo tempo?
Essa dualidade me afronta. Me confronta. Me perturba. Me inunda. Me desespera. Me acelera. Me faz paralisar.
“Estátua!” Não, isso não é mais uma brincadeira de criança, isso é a minha vida. Minha agridoce existência.
Eu não sei vocês, meus caros, mas eu acredito fielmente que coisas mal resolvidas sempre voltam. E adivinhem só: ele voltou para a minha vida! Não foi do jeito que eu imaginei nem do jeito que a minha mente idealizou, mas o que importa é que ele retornou. Se a história acabasse aí, estaria um lindo céu azul, cheio de borboletas e um arco-íris perambulando pelo ar. Mas como nada é perfeito, sinto que ele já está prestes a se encaminhar para a saída. Será que ele desistiu de explorar o labirinto do meu coração? Eu nem precisei entregar as chaves do meu coração para ele, sempre foram somente dele, nem eu mesma tinha pleno acesso aos meus conflitantes sentimentos… Mas ele sempre o teve.
Loucura, eu sei. Como pode uma pessoa se trancar para o resto do mundo e dar pleno acesso a um ser que pouco se importa? Se você não sabe, meu bem, eu muito menos. A essa altura do campeonato, você já sabe que eu sou romântica e ansiosa. Sem paciência e medrosa. Teimosa e sonhadora… Mas não para por aí. Eu, Glória Maria, sou apenas uma das multifacetas disponíveis na prateleira da vida. Aliás, todos nós temos uma face para cada situação que os engloba. E, a que eu resolvi mostrar-te é essa.
Mas voltando ao que interessa, meu acompanhante dessa jornada, algo que vêm latejando em meu isolado coração é para quem você entrega as chaves do seu coração? Eu sei que a princípio pode parecer uma pergunta besta, mas pare para pensar, a nossa alma é profunda demais para entregarmos à pessoas rasas. O nosso espírito é leve demais para o amarrarmos à âncoras. O nosso coração é lindo demais para trancarmos no peito.
A vida é curta, meu bem. E, nem sempre aproveitamos tudo de paradisíaco que ela nos oferece simplesmente por estarmos focados no que menos importa. Então, aqui vão os conselhos mais profundos do meu ser, espero encarecidamente que as palavras a seguir ultrapasse todas as barreiras dos pseudônimos e domine seu coração.
Apenas Viva. O que tiver que ser, será. Do que adianta olhar para trás? O que passou, passou. Dance na chuva, molhe os pés na água da praia. Admire o pôr do Sol. Lembre-se de olhar as estrelas. Abrace seus familiares que ama. Vá ao shopping com os amigos. Frequente a Igreja, se quiser. Se permita fazer idiotices de vez enquanto. Destranque seu coração. E o mais importante: Sonhe! Não custa nada sonhar… Os sonhos nos permitem alcançar esferas inimagináveis.
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”
Se você não se sentiu perdido, num verdadeiro labirinto, lendo esse texto, sinto te informar que você o leu errado. Eu mesma fugi do meu foco principal… Mas a marca que eu verdadeiramente quero deixar aqui é essa: não vale a pena trancarmos nosso coração, escondermos as chaves e entregarmos para alguém que não se importa com o verdadeiro significado delas. Sua alma é a sua maior riqueza, ela pode ser sua maior inimiga se você não dominá-la, mas também pode ser sua maior benção. Me promete que não vai entregá-la para qualquer um? Me prometa que você vai continuar sonhando?
A vida é curta demais para não vivermos intensamente. Então, destranque seu coração, liberte-se das suas amarras e viva o hoje! Eu tenho a plena consciência que ainda vamos provar do Amor que tanto ansiamos, mas enquanto ele não chega, viva! Se ele não quer explorar o meu amor, exploro eu mesma.
Como diria a nossa querida Colleen Hoover: “É assim que acaba".
E, para fecharmos esse ilustre ciclo, deixo aqui registrado um poeminha que escrevi especialmente para essa ocasião:
“Ciclos”
Eles se fecham e se abrem
Como num simples movimento de bombear
Quero que uns comecem, quero que uns acabem
Sua infinidade me faz pensar:
Tudo é tão efêmero
será que vale a pena amar?
Pensando nele, no Amor
As vezes ele inicia um ciclo que termina na dor
Começa com vigor
E termina com furor
Mas tudo isso é necessário
Para que possamos avançar
E sair do imaginário
“Ciclos se fecham” já dizia uma amiga
é necessário essa quebra
Para que possamos prosseguir na estrada da vida
Esse ciclo acaba por aqui
Lembre-se de sonhar, de amar e de curtir
Nos encontramos por aí
Beijos da sua amada Glória Maria. Foi um prazer estar com vocês!
Por Glória Maria
Glória, foi um prazer acompanhar seus textos durante as semanas. Parabéns pelo texto, foi muito bem construído e escrito! Não posso me esquecer de dar os parabéns pelo poema.
ResponderExcluirGlória, gosto muito dos seus questionamentos dentro do texto, os seus receios e angústias ficam muito palpáveis. Foi um grande prazer poder acompanhar sua evolução ao longo do semestre, torço para que você siga escrevendo e explorando o que há de melhor por aí. E você está certíssima, é loucura odiar todas as rosas só porque uma te espetou, há sempre novas histórias para serem vividas, curta a sua vida! Com carinho, Lilith!
ResponderExcluirQuerida Glória, a leitura desse seu texto em particular foi uma das mais prazerosas do semestre!! Meus parabéns e muito obrigado! Seu texto é uma celebração do amor próprio, um convite à vida! E isso aqui, minha cara, é poesia: "a nossa alma é profunda demais para entregarmos à pessoas rasas. O nosso espírito é leve demais para o amarrarmos à âncoras. O nosso coração é lindo demais para trancarmos no peito."
ResponderExcluirCom carinho, Ford.
Querida Glória, eu não sabia que precisava ler esse texto até começar. Muito obrigada por escrever um texto tão estimulante à vida! Precisamos compartilhar a vida e os momentos com pessoas que nos valorizem e nos enxerguem como somos! Com carinho, Elizabeth.
ResponderExcluirParabéns pelo texto, Glória! Foi muito bom ler as crônicas que você entregou e essa em particular me deixou muito feliz por acompanhar sua evolução no que diz respeito a se entregar à necessidade da sua escrita. Obrigado por nos presentear com suas palavras.
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