sexta-feira, 1 de julho de 2022

 "Voltemos à simplicidade."


Eu já ia dizer que escolhi a crônica da semana pelo mesmo motivo que sempre apresento quando não estou a fim de elaborar uma resposta: Preguiça e Impaciência. Sim, eu realmente fui preguiçoso no fim do processo, mas foi em decorrência da minha vontade inicial de fazer algo bom e aproveitar a oportunidade para ter contato com algo novo. Seria muito fácil escolher qualquer coisa de Drummond ou Meireles, cujas literaturas eu já conheço e gosto. Agora, quando foi que eu tive contato com as palavras de Mário de Andrade? Estou nessa onda de abraçar qualquer oportunidade de fazer algo diferente. Qualquer coisa que seja diferente do igual. Redundante? Não importa, eu gostei do conceito. 

Eu teria usado a primeira crônica que achei, mas lendo assim por alto me deparei com uma ideia que meio que feria meus princípios. "Não sou obrigado", pensei. Pensei também em procurar alguma crônica de Oswald de Andrade, mas eu já tinha me apegado à pessoa construída por mim a partir da descrição oferecida pelo google ao buscar "Mário de Andrade", então resolvi dar mais uma chance a esse cara. 

Acabei me decidindo pela segunda crônica que encontrei: "Crônicas de Malazarte VII". Também encontrei uma passagem incômoda para mim mas, como já fiz muitas vezes nessa vida, resolvi apenas passar por cima. Confesso que de início só me interessei por associar o título à Pedro Malasartes, mas acabei percebendo que era apenas uma alusão à sua própria obra "Contos de Belazartes". 
Confesso também que não gostei do texto. A construção e encadeamento das ideias, sobretudo no início, foi para mim maravilhosa. O pensamento difuso (adoro a quebra discursiva a partir de uma transcrição quase que inconsciente da própria consciência) e a linguagem poética conseguiram me segurar até o final. Não consegui me conectar com o texto e acredito que não cheguei a sequer entendê-lo. Provavelmente foi isso: a minha dificuldade em me concentrar nas palavras à minha frente quando o condicionante cognitivo é uma tela luminosa. Nada me prende a uma tela. Nada me capta. Não consigo. Talvez eu conseguisse entender e gostar se tivesse em minhas mãos o livro. Talvez.

Das poucas coisas que vieram ao meu encontro, destaco uma frase: "Todos vivemos a empregar adjetivos sem necessidade."
Não acredito que eu faça isso no campo das palavras no entanto, aplico essa regra a todos os outros campos. Muito do que preciso verdadeiramente falar acaba sendo sublimado, enquanto que internamente tudo transborda por ser absurdamente adjetivado. Tudo é complexo. Tudo é complicado e cheio de detalhes a ser considerados. Tudo transtorna porque nada é simples...
Bom, vocês devem ter percebido que acabei usando o texto pra falar de uma coisa que não tem absolutamente nada a ver apenas porque era sobre isso que eu queria falar. Talvez ainda dê pra dar uma disfarçada...

Enfim, concluo esse texto sobre a crônica de Mário de Andrade com a frase seguinte à já citada anteriormente, que eu tomo como uma recomendação para voltar a ter paz: "Voltemos à simplicidade."
Acredito que seja essa a premissa que guia a linguagem em "Crônica de Malazarte".
Por Akil Ubirajara

2 comentários:

  1. Akil, parabéns pela construção do texto e pela sinceridade nas palavras! Por mais que você não tenha entendido o texto, acredito que você conseguiu captar muito bem uma essência da escrita e usá-la ao seu favor!

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  2. Muito obrigado pelo retorno, Elizabeth! Fico feliz em saber que consegui trazer algo de bom.

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