sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Nós (im)perfeitos

15 anos, os fascinantes 15 anos... Foi quando te conheci. Muito pouco sabia e, tive o azar de você também não saber. Suscetíveis a erros já éramos, - como todo bom ser humano - mas talvez a idade acabasse por intensificar isso. Imaturidade? Ouvi dizer que ela levou muitos relacionamentos por aí... "Encontrou a pessoa certa na hora errada", perdi a conta de quantas vezes escutei essa frase vida afora. Poxa, mas isso não pode ser uma regra, afinal, só depende de mim... Ou melhor, de nós. Nós.

Banca de jornal. Corro para a mais próxima. Checo se a edição do mês da Capricho chegou. Folheio, folheio, folheio e... EUREKA! "Dez coisas que você precisa saber antes da primeira vez", me diz o título da página. Inseguranças... Aqui diz que é normal...Tudo bem! “Não se assuste, a primeira vez tende a ser desastrosa mesmo, ainda mais se for o caso de ambos”. Merda! É... Merda?!?
Mantenho a Capricho na cabeceira. Você chega, e a gente já se olha e ri. Te beijo, terreno conhecido - segurança. E o beijo se demora, como sempre, como nós... E assim vai acendendo, pouco a pouco, todo o restante de nossos corpos. Você me puxa mais e mais para si, desafiando as leis da física - e olha que delas você sempre entendeu bem. Sua respiração vem de encontro a minha nuca - p u t a  m e r d a...  Te vejo se atrapalhar, até mesmo, com o fecho do meu sutiã, e a gente ri, - ri mesmo - s e m  p r e c i s a r  d e  p u d o r... Minha parte favorita de nós dois. A gente vai procurando se ajeitar, embaralhados como nós, e acaba encontrando conforto em posições um tanto quanto estranhas, que nos fazem rir de novo... E porra, sabe quando o som do riso vai dando seus indícios de ida e deixa um sorriso acompanhado de vários pensamentos gostosos como resquício? Ponto alto. É isso que eu quero... Tive certeza.
Ainda estagnado a me observar, você toca suavemente os meus lábios, e explora os meus contornos como quem deseja, sem tirar nem pôr, redesenhar algo. Assim, segue a mapear meus traços lentamente... Desliza a mão por entre as minhas coxas e, nesse momento, chego a jurar que aquela poderia ser qualificada como a melhor sensação sentida em minha vida, mas não... Logo percebo que a melhor sensação que me preenchia era a sorte de poder ser imperfeita com você. Fazer e criar sentido com você. Descobrir... Errar, rir e buscar aprender... JUNTOS, como só nós sabíamos fazer... ENCAIXADOS, como só nós sabíamos ser. 

                                                                                                                       Annie Drao

9 comentários:

  1. Texto bizarro!!!!! Incrível como você conseguiu descrever a cena da forma que o Pena recomendeu...Parece que estou no quarto com os personagens!!

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  2. Achei um bom texto, porém o excesso de reticencias me incomodou um pouco e também como o uso traços para explicitar alguma situação.

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  3. Muito boa a forma que você inseriu o romance a sua crônica. Como nosso amigo Danado comentou, cuidado com o uso excessivo de reticencias pode atrapalhar a fluidez do seu texto.

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  4. Sua crônica transmite uma sensação nostálgica e leve, como se essa lembrança acontecesse devagar, em câmera lenta. Talvez seja culpa das reticências tão apontadas pelos colegas. Acho que elas tem muito a ver com o texto. Não me incomodaram, mas entendo como algumas pessoas podem se queixar delas. Acho que poderia avaliar isso para uma próxima escrita, mas elas fazem todo o sentido de estarem aqui. Só a quantidade mesmo que pode ser um problema, ou não. Além disso, você conseguiu explorar bem essa temática da "primeira vez", mesmo seguindo um caminho idealizado. No geral, gostei de seu texto e acho que ele cumpre bem o que você mesma se propôs a trabalhar. Parabéns! ;)

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  5. Posso dizer que começar com a revista foi bem interessante, uma ótima ideia. Realmente, tem-se a sensação de que tem uma câmera ali e estamos vendo tudo o que acontece nos seus detalhes.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Seu texto consegue remeter a lembranças inocentes e doces, envolvem o leitor com a ternura do momento, é quase como imaginar uma lembrança feliz, daquelas de filme. Muito bom, parabéns!!

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  8. Obrigado pelos comentários, pessoal! Sobre as reticências, como P.J. Souza disse "... elas fazem todo o sentido de estarem aqui", pois com elas busquei representar o fluxo de pensamento e a entrega da personagem, busquei representar a intensidade, sabe? Mas percebi, em uma releitura, que alguns podem sim ser retirados visando um menor "incômodo"... Estarei mais atenta quanto a seu uso a partir de então, ok? Mais uma vez obrigada!!! Os comentários de vocês são essenciais.

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  9. Ótimo texto. Desde a sedução e erotismo das cenas até as falas amorosas. Você soube mesclar bem estes temas.

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