Olhos Famintos
Acampamento de verão, sexta-feira,
13 de outubro de 1984,
O crepúsculo já invadia a pacata paisagem do acampamento
quando Jason arrastava seu corpo pesado pela floresta rumo ao seu próximo encontro
mortal. Seus movimentos já não eram mais tão precisos como quando seu coração
batia, mas foi o suficiente para locomovê-lo até um conjunto de arbustos
grandes o bastante para escondê-lo de olhares importunos. E lá ficou por um
tempo, próximo de uma serra elétrica enferrujada e uma canoa abandonada, como
se fizesse parte desse mundo de coisas que passaram da sua validade.
Sua
paisagem era bonita, o lago começava a refletir a lua enquanto Jason esperava
pelo momento certo para se levantar e andar até o acampamento, onde pretendia
causar pânico em alguns adolescentes. Porém, o assassino tinha uma premonição
de que algo melhor estava por vir quando viu duas figuras se aproximando do
lago.
A primeira figura era uma mulher, jovem, bonita, loira e
com as roupas mais apertadas que Jason já havia visto. Caminhava confiantemente
até o píer do lago, esporadicamente olhando para trás para ver se sua presa
ainda estava seguindo seus passos. Ela
poderia muito bem se chamar Ashley ou Brittany, mas vamos chamá-la de Stacy.
Mascava chiclete constantemente, não pelo gosto, mas pelo efeito que isso
causava nas pessoas. Stacy é o tipo de pessoa que todos sabem o que fez no
verão passado.
A segunda figura era um homem, jovem, bonito e também
loiro, que usava a jaqueta de algum time de futebol americano aleatório. Ele
andava com uma pose atlética todo o percurso, como se quisesse deixar claro que
esse é o seu papel na sociedade. Seu nome com certeza é Josh. Seguia os passos
de Stacy como se conseguisse sentir o seu cheiro, para ele, ela também era a
sua presa, aproveitando o clima do Halloween que estava se aproximando.
No momento que em ambos chegaram ao píer do rio, Stacy e
Josh se olharam nos olhos e começaram a se beijar. Não fazia sentido esperar, seus
corpos lutavam para descobrir quem era o predador e quem era a presa. Fazia
parte do jogo mortal criado por eles. Stacy sentia cada parte do seu corpo
ficando mais entregue ao momento, deixando seu lado carnal tomar conta do seu
ser. Josh não importava naquele momento, mas seu corpo sim, ter o seu braço
forte a tocando por inteiro era o que Stacy precisava para abraçar a violência
do momento.
Stacy olhou para os arbustos, enquanto deitava em cima do
corpo sem roupas de Josh, e viu a luz refletida em dois olhos vermelhos e
raivosos dentro de uma máscara. Era tudo que ela precisava. Para a jovem, os
olhos são a janela da alma e Stacy queria todas as janelas abertas para ela. Olhar
no fundo daqueles olhos fazia Stacy se sentir mergulhando no mais fundo dos
mares, com seu corpo completamente molhado. Seus dedos começaram a se apertar,
seu coração batia tão forte que parecia que ia sair do seu peito em um estouro,
seu gosto por sangue apenas aumentava. Era como flutuar e explodir ao mesmo
tempo, o prazer na forma mais pura.
Porém, para os olhos que os observavam, o prazer e o
massacre seguem o mesmo caminho. A morte deveria vir pelo sexo. Seu coração não
batia, mas ele sentia o ódio visceral se espalhando por todo o seu corpo
enquanto observava aquela cena. A ira fervia todo o seu interior e o que havia
restado dentro do seu corpo, seus membros começavam a ter movimentos
involuntários, não era mais possível esperar. Era hora do pesadelo começar.
SUSHI
SASHIMI
Uau, muito criativo. Amei que misturou terror com sexo, fez isso de uma maneira muito legal ao por o Jason como narrador. Ficou engraçado também a forma como o enredo satirizou a forma como muitos filmes e séries americanas retratam os adolescentes, o esteriótipo da menina patricinha (só faltou ser cheerleader né) e do menino atleta do time de futebol americano.
ResponderExcluirQuero aproveitar esta oportunidade para agradecer ao Dr. Padman. por me ajudar a recuperar meu amante depois que ele me deixou alguns meses atrás. Enviei amigos e meus irmãos para implorar por mim, mas ele recusou que tudo acabasse entre nós dois, mas quando conheci o Dr. Padman. ele me disse para relaxar que tudo vai ficar bem e realmente depois de apenas dois dias eu recuperei meu homem. muito obrigado Dr. Padman. aqui está o e-mail desse grande homem, se você precisar da ajuda dele, pode entrar em contato com padmanlovespell@yahoo.com
ResponderExcluircriativo. inesperado. inovador. adoro como nos seus textos você sempre pensa fora da caixa! muito bem escrito e por só por ter a figura do Jason deixa a gente com aquele frio na barriga, só esperando o pior acontecer ao longo do texto
ResponderExcluirCaralho que dark. E foda. Amei.
ResponderExcluirMesmo não se aprofundando muito no tema, esse foi um dos que mais me chamou a atenção.
ResponderExcluirMuito criativo, e a escrita e descrição, sensacionais! A forma como usa o ponto de vista dos três personagens foi ótima. Caso você venha a investir em livros/contos de terror no futuro, conte comigo! (Se não, conte comigo também.)
Acho que um dos mais criativos,adorei que você misturou sexo com algo inesperado como terror ficou bem legal,também gostei muito "Ela poderia muito bem se chamar Ashley ou Brittany, mas vamos chamá-la de Stacy"chama muito o leitor para o texto.Acho que vc poderia ter descrito mais a cena do píer,pois deixa a gente querendo saber mais.
ResponderExcluirAchei a narrativa bem diferente, tanto pela influência americana (que pelo visto foi proposital) quanto pela criatividade. Acho que até agora não li por aqui uma história de terror por aqui. Não entendi muito o conceito (não a vejo encaixada em nenhum dos temas pedidos), mas achei foda!
ResponderExcluirAchei bastante criativo, gostei muito da construção e da maneira como você brinca com os clichês. Porém, achei que o tema principal foi exposto de uma maneira muito superficial.
ResponderExcluirmuito bom poder ler esta crônica a partir da visão do Jason hahahaha. bem diferente.
ResponderExcluirGostei muito e apesar de não ter se aprofundado no tema, conseguiu trazer uma narrativa bem criativa assim como suas outras crônicas. Parabéns!
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