Meu pseudônimo é Filha de Oyá, escrevi 7 crônicas, 8 com essa e fiz 72 comentários nos textos de outros pseudônimos no blog do curso.
Antes de escrever minha primeira crônica para o blog, na semana que falamos sobre Traumas, eu ainda não tinha decidido qual seria meu pseudônimo e também lutava pra balancear se deveria ou não escrever sobre meu pai; entregue pelo vento, a coragem me veio faltando apenas 1 hora pra entregar e enquanto estava escrevendo Filha de Oyá veio a mim também, como um abraço, doloroso mas necessário e desde então passou a fazer muito sentido em mim.
Sinto que Filha de Oyá nasceu pela minha busca por colo e espiritualidade ancestral, essa que, ironicamente, ainda não encontrei. Oyá é transformação e libertação, o vendaval antes da tempestade e os trovões que se fazem nela. Oyá é fogo, vento e tempo. Sinto muito dela na minha escrita atualmente, esse turbilhão de coisas que ela é, e por mais que eu ainda falhe em estar conectada com minha ancestralidade (e com a minha família) eu sinto que o sangue que corre nas minhas veias vem de muitos outros cantos e outras lutas. Acho que de forma inconsciente me dizer Filha de Oyá, mesmo que apenas nesse blog, me da segurança de um lar, de um colo e de carinho, o que eu sempre encontrei na escrita. Traz também essa certeza bonita de que estou próxima do meu povo e dessas conexões com o passado imaterial em África.
Escrever "Um Estudo de Sol e Luz" foi minha maior aventura aqui. Há anos eu não escrevia narrações e não dava vida a esse monte de história que vive na minha cabeça. A frenesi e o coração quentinho que senti por todo o caminho de escrita foi indescritível. Eu li aquela crônica várias vezes só pra conseguir imergir na cena novamente, o que vi em Sol Luz me encantou e eu realmente queria viver no apartamento cheio de plantas dela. Escrever essa crônica me deu paz por alguns dias. (e aliás Sol Luz é totalmente lufa-lufa na minha cabeça, acho importante dizer isso).
Se eu for falar sobre tudo que ganhei vou me estender muito (o que já é costume por aqui) então eu queria começar pela minha principal perda: a oportunidade de não me sabotar. Toda semana é a mesma história, sempre acho que não tenho capacidade de escrever sobre o tema, me saboto até os últimos segundos do dia (como estou fazendo agora). Eu queria ter perdido isso ao longo do período mas é parte de mim, pelo menos por enquanto.
Quanto aos ganhos, de forma breve, tenho muito a agradecer. Ganhei, pelo menos uma vez na semana, um encontro com a minha escrita que tinha se perdido há uns anos. Ganhei muito também com os comentários dos outros pseudônimos que puxaram minha orelha quando necessário e semana a semana me deram coragem e lugar pra ser eu mesma.
Por tudo que produzi, acredito que minha nota deveria ser 8,7. Pelo fato de ter deixado de fazer 2 crônicas. Finalmente, pra mim, Formiga Atômica merece nota 10, pela escrita rica, metáforas incríveis e por sempre compartilhar textos tão cativantes.
É, isso. Obrigada gente. Espero encontrar vocês por aí!!