Ao que vale ser dito
Digo o que eu sinto. Digo o que eu vejo e vivo. Digo quem sou. Já dizia o ditado popular "Diga-me com quem andas, que te direis quem és". Há tanto a se dizer pelo mundo afora, então, por que calar-me-ei?
O "dizer" me atormenta, me sufoca. Às vezes me questiono: "o que vale a pena ser dito?" Tenho tanto a dizer, tanto a esvair e poucos querem me ouvir. Aliás, quem gostaria de ouvir as barbaridades que perambulam em meu subconsciente? Quem quer ouvir os uivos abafados do meu coração? Quem quer ouvir os desejos mais sombrios de m'alma? Quem quer ouvir o que tenho a dizer?
Quero dizer, por isso, digo: anseio por amor. Sei que já ficou clichê e que vocês devem estar enjoados de tanto ler sobre tal assunto em meus textos, porém é a única verdade que há em mim. Eu o admiro em todas as suas facetas. Multifacetado, multiforme e único ao mesmo tempo. O amor me encanta. Me comove. Me move.
Olhos nos olhos, pele na pele. Almas entrelaçadas, não só por um momento, mas para a eternidade. Chamem- me de menina sonhadora, eu os deixo. Os sonhos me permitem levitar, suas mãos me puxam para fora do poço. Marte e Vênus se beijam. Sol e Lua se amam. E nós? Calaremos o nosso amor? Jamais!
Diga-me meu bem, não se cale. Tome do meu cálice de inconsequência. Me diga tudo de mais obscuro, de mais puro, de mais verdadeiro... Não há motivos para calarmos. Quer falar? Fale! Quer dizer? Diga!
Conforme diz o nosso profeta da música Lulu Santos, "deixe que digam, que pensem, que fale"!
Não precisamos calar os tremores do nosso espírito. Não precisamos vendar os olhos das nossas almas. Deixe que seu corpo fale. Deixa que seu coração diga tudo o que sua maldita boca quer calar. Apenas deixe. Diga. Exista. Viva. Sonhe. Quebre o cálice. Não cale-se. Permita ser quebrado e se reconstrua como um lindo mosaico. Não sabote o seu "bote salva vidas". Não deixe que os traumas te paralisam, mas se olhe num "espelho" e reflita o seu real significado, não o imaginário.
Feche seus olhos, se jogue de alma e corpo. Siga sempre seus sonhos e lembre-se do mais importante, tudo vale ser dito quando vem do coração!
Da sua amada, e às vezes sumida, Glória Maria!
Por Glória Maria
Glória, que texto lindo! Parabéns, parabéns,parabéns. Eu senti cada palavra percorrer o meu corpo e ,com uma chave mágica, abrir meus cadeados. Eu também anseio por amor, você não está sozinha nessa. Acho que estamos na vida para arriscar mesmo, e o seu texto foi simplesmente perfeito em dizer isso.
ResponderExcluirCom carinho,
Liev.
Querida Glória, reprimir o que nos corrói por dentro é exaustivo, ainda mais quando se trata do maior veneno de todos, aquilo que se mistura ao nosso sangue e corre por todo nosso corpo: o amor. Não devemos jamais deixar de dizer, por qualquer que seja o motivo, aquilo que sentimos. Seu texto é inspiração e me remete à mais ardente paixão. "Olhos nos olhos, pele na pele. Almas entrelaçadas não só por um momento, mas pela eternidade" uma ode aos encontros inesperados e à beleza da vida, um brinde ao amor!
ResponderExcluirGlória minha querida, que texto fenomenal. Não, não estamos cansados de te ouvir falar sobre o amor, sinta-se livre para dize-lo sempre que quiser, pois a sua forma de ver o amor aquece nossa alma. Acho um pouco arriscado dizer que "tudo vale ser dito quando vem do coração", mas ás vezes é só como eu prefiro levar a vida, admiro a sinceridade. Beijos, Manu.
ResponderExcluirGlória, é um prazer poder ler suas crônicas a cada semana, é perceptível como a sua escrita vem evoluindo e isso me deixa muito contente. Novamente, um belíssimo texto, fiquei inebriada por suas palavras, me chama a atenção o uso do cálice em seus textos, você o explora de diferentes maneiras e eu considero isso algo positivo. Bravo!
ResponderExcluirQuerida Glória, parabéns por esse texto tão sincero e envolvente! Nunca vou me cansar de ler textos sobre o amor e de senti-lo assim como você! Em tempos de esvaziamento da palavra "amor", amar se tornou um ato de rebeldia e coragem. Beijos!
ResponderExcluir