sexta-feira, 6 de maio de 2022

O que é Autossabotagem? Basicamente agir contra si mesmo, conceito muito simples de entender. Mas ainda assim quando o tema foi revelado eu fiquei um bom tempo refletindo, tentando identificar os momentos em que me sabotei nesses últimos dias, meses e anos.
Mas a real é que recentemente a minha vida foi ladeira abaixo, em um momento eu estava vivendo minha melhor vida e estava mais feliz do que nunca, no outro só via o fundo do poço, isso em poucos meses. Essa queda brusca surge por um fator externo, mas eu não posso ficar culpando a vida e o mundo por esse caos que foi criado por mim. Eu assassino diariamente a minha mente, a todo momento tento destruir cada vez mais o pouco de sanidade que me resta. É difícil chegar nessa conclusão, mas essa é a realidade da minha vida.
Esse estado em que eu cheguei é nada mais nada menos que o resultado de 2 anos me sabotando diariamente, ao ponto de que a sensação que eu tenho é que foram poucas as decisões que eu acertei recentemente. E tem uma hora que sua mente e seu psicológico não aguentam, e como vão aguentar? Todo dia eu escolho não cuidar de mim, da minha saúde, da minha mente, da minha vida social, dos meus problemas, uma hora a vida cobra e a conta chega.
E não é que ela chegou? Com juros altíssimos ainda por cima. Por isso agora eu basicamente me encontro no pior momento da minha vida, para vocês pode não parecer isso, até porque eu coloco uma máscara ao sair de casa, porém ao chegar em casa e enfrentar as madrugadas frias e solitárias a realidade bate, e bate muito forte por sinal. E então, no auge do silêncio, e no mesmo momento em que a maioria das pessoas estão descansando, minha mente trabalha a todo vapor reprisando em questão de minutos todas essas decisões ruins e os piores momentos que aconteceram comigo nesses últimos tempos, como uma tortura em forma de time lapse. Tento fugir através de músicas, vídeos, podcasts e conversas  mas quando tudo isso acaba eu volto a enfrentar minha maior inimiga, a minha mente.
Fica o meu questionamento: Como eu deixei minha vida estar na situação que se encontra?

Um duelo interior 


Auto sabotagem é um grande inimigo que carregamos, mesmo sem querer, dentro da gente. 


É aquela “ voz” interna que diz: 

“ ah deixa como está, assim está tá bom! Mudar para quê?”.


Toda mudança implica em correr riscos, saltar no desconhecido, se movimentar sem saber se realmente iremos chegar onde imaginamos e queremos estar.


E mudar traz medo, dá frio no barriga, balança as nossas certezas, na maioria das vezes não irá trazer conforto no começo.


Ficar nas águas mornas da acomodação não machuca, é agradável, mas também não traz satisfação nem crescimento.


Será que temos medo de ser feliz? Nós nos boicotamos em tantas situações, até mesmo sem perceber. 


Nos sabotamos quando deixamos um sonho esquecido guardado dentro da gaveta, quando não vamos de encontro a nossa essência, quando dizemos sim e no fundo queremos dizer não, quando passamos por cima da nossa vontade para agradar outra pessoa ou todas as vezes que deixamos para outro dia, outra hora, “quando der”, o que preciso ser feito hoje.


Como aquele ditado “ mar calmo, nunca fez um bom marinheiro”. 

Quando desejamos algo de verdade,temos que enfrentar nossos medos, mergulhar na nossa essência, nos nutrir de coragem e dar um passo em direção ao que almejamos.

Certeza que dará certo, nunca teremos.

O importante é realizar, viver, experimentar!

Esse movimento já traz uma alegria e uma liberdade tão grande!

E se não der certo, façamos novas escolhas! 

Felicidade é feita para ser vivida!

Eu gosto de sentir o gosto de palavras.


'Felicidade' tem gosto de menta. 'Surpresa' tem gosto de pasta de amendoim com avelã. 'Casa' tem gosto da linha que passa pela minha língua quando eu ajudo minha avó a costurar. 'Paixão' tem gosto de limão e álcool. 'Shakespeare' tem gosto de bolo de banana com gotas de chocolate meio-amargo. 'Auto', o 'eu', tem gosto amargo de uma bala que ficou no fundo da mochila, amassada pelo peso dos cadernos. 


O melhor gosto de todos, entretanto, eu ainda não senti — permissão. A acidez de 'novidade' não é tão ruim assim nas minhas papilas gustativas e eu já me acostumei ao doce sabor de 'euforia', mas a permissão ainda não atravessou a minha garganta. Acredite quando digo que eu já tentei experimentá-la várias vezes, chegando até a procurar esse gosto em receitas de terceira mão, em livros de culinária perdidos na gaveta da sala, e não o encontrei nem em lugares desconhecidos.


Toda vez que a permissão bate na porta do meu esôfago, eu desenvolvo uma alergia. É natural e já virou rotina: o nariz passa a coçar, as bochechas ficam vermelhas, os espirros saem a quilômetros por hora e os olhos pesam como se eu estivesse com sono. Os neurotransmissores responsáveis pelo prazer — esse tem gosto de canela e café queimado, com a medida certa de açúcar — cortam as conexões com o cérebro, desistindo de trabalhar. Eu nunca cheguei sequer perto da permissão.


— Mas, Inez — indaga o homem sentado à minha frente, pernas cruzadas elegantemente, a mão posicionada em volta de um copo gelado de cerveja do qual ele toma um gole antes de continuar: —, você não precisa se permitir para sentir o gosto de todas as outras palavras?


Fecho minha jaqueta e aperto meu próprio corpo. Estaria ele certo? Será que todos os gostos que eu senti, todo o cardápio que eu preparei ao longo desses anos, foram imitações baratas? Seria essa a minha sina, estar fadada a essa pseudo-sinestesia que me enviava informações falsas? Eu nunca me permiti. Nunca me permiti à diversão, à felicidade, a estar em casa, a me embebedar de paixão, a gostar de Shakespeare, a gostar de mim.


Desejo estar dividindo um refrigerante nesse momento. Dessa forma, eu não seria obrigada a sentir sozinha o orgulho descendo garganta abaixo, se alojando discretamente na boca do estômago, o reconhecimento de que eu estava errada se apoderando do meu corpo. 'Errar' tem gosto de bile. Eu odeio errar. Mas ao acreditar demais nas minhas próprias anotações, ao entender como escritura sagrada minhas experiências únicas, eu errei.


A permissão deveria ser o primeiro gosto que eu sinto. Não somente isso, mas eu também deveria buscar o gosto dela em todos os outros sabores. Acredito que ela não seja forte como o prazer e nem agridoce como o gostar… Deve ser um subtom, um toque de coentro e manjericão, uma combinação de ardores que não estraga a experiência primária mas não passa despercebida. A permissão, a única coisa que eu não me permiti sentir — que seja celebrada a ironia —, está escondida.


Preciso encontrá-la.


No final daquela noite, não senti sabor algum no beijo dele. Passou em branco, mutando os sons que vinham da rua ocupada e das cadeiras do bar, deixando somente as batidas estáveis daquilo guardado em meu peito e a eletricidade nas pontas dos dedos. Lá nas entrelinhas, porém, senti uma canela suave, cevada amarga e, no fundo, bem no fundo, o coentro e manjericão. Não irei me apressar e assumir coisas que não existem, mas posso dizer que a permissão vem aos poucos. Dessa vez, não vou anotar nada no papel. Certos sabores não são fáceis de refazer.

Acredito que autossabotagem caiba exatamente no que me aconteceu hoje: achei que fosse escrever esse texto e enviar antes da meia noite, mas já é uma da manhã e eu nem sei o que falar. Não sei o que falo porque é fácil falar sobre o que te causa estranheza, mas a autossabotagem não me causa nada, ela é como uma velha amiga.


Por vezes, vejo meu corpo cansado, olhando a vida que me cerca, os amigos existindo e conquistando coisas e me pergunto se um dia a minha hora vai chegar. É nessa hora que, como toda pessoa normal, eu me levanto e decido tomar um rumo, fazer algo novo. Então, ela chega, como se não fosse ficar por muito tempo, mas faz um café, se senta ao meu lado e acaricia meu rosto com carinho e calma. Eu devo admitir: eu a deixo ficar. O conforto trazido por saber que, com ela, não preciso fingir ser quem não sou ou sequer criar máscaras de ambições, vontades, desejos ou perspectivas incríveis de vida.


Ela me deixa ser vulnerável, ser fraco, ser nada. Eu finjo que não passa um pensamento pela minha cabeça, aceito seu aconchego e me encolho, como um nada debaixo de uma coberta. 


Mas não se engane: ela não fica para sempre. Quando sua despedida, rápida, acontece, ela faz questão de dizer que não foi culpa dela, seus carinhos não eram tão bons assim, eu que me deixei levar pelo momento e entendi tudo errado. Eu deveria ter feito aquele trabalho, deveria ter tomado aquela atitude, deveria ter respondido aquela mensagem antes que ficasse tarde e embaraçoso demais para dizer que estava com saudades de ouvir a voz dele. Então, vem a culpa. “Se eu não decidisse que eu não tinha a capacidade de fazer aquilo, já estaria feito.” Mas aqui vai um comentário sobre as decisões: elas já foram tomadas quando chegamos ao ponto de falar sobre elas. 


Não sei mais se esse texto segue a lógica que deveria ou a lógica que eu, em minha infinita autossabotagem de achar que não sou o bastante, achei que deveria seguir. Só sei que, hoje, aceitei seus carinhos e até bebi um pouco do café que ela me ofereceu. Faz bem encontrar velhos amigos de vez em quando.

Trabalhar, estudar, ir à sua casa, ver filme, dormir, acordar, ir a praia e passar o dia com sua família. Essa foi minha rotina durante muitos finais de semana. Nao vou negar que já fui bastante feliz com esse cronograma, porém depois de um tempo passou a ser sufocante.  Passou porque tudo era muito previsível, quase nada fugia da certeza. E tamanha certeza me deixou com dúvidas depois de um certo tempo. Pensava comigo mesmo: "Será que é isso que quero para minha vida?" Depois de muita reflexão, percebi que tinha acabado sem minha vontade. Digo isso porque eu tentei. E tentei muito que as coisas voltassem a dar certo. Contudo, mesmo com tanto esforço e vontade de querer voltar a sentir a chama da paixão, acabou. Já tinha acabado há algum tempo, embora eu negasse a realidade. Depois de algum tempo percebi que eu me autosabotei. Me autosabotei quando pensei que fosse para sempre. Me autosabotei quando me tornei uma outra pessoa para te agradar. Me autosabotei quando me afastei dos meus amigos por você. Me autosabotei quando não tive coragem de terminar. Como sempre, a rotina matou. Matou o que antes, quando novidade, era ótimo. 

Bomba Relógio

Eu tinha prometido a mim mesmo que não falaria de amor novamente. Mas, como não falar sobre esse sentimento que me leva a me autossabotar com frequência? É no amor que eu vejo o quanto a minha mente é frágil e luta contra mim mesmo. Quantas vezes já não me achei bom o suficiente para ser amado ou retribuir o amor que estava recebendo? 

Sempre que me permito uma nova chance de tentar ser amado e me sentir desejado, a minha mente me relembra das minhas amarras do passado e me impede de seguir em frente. É muito difícil sentir o amor e o desejo baterem em sua porta e você sair correndo como uma criança amedrontada que tem medo de como esses sentimentos podem te consumir. 

Recentemente, resolvi que me deixaria novamente me levar pelo amor. Decidi que era hora de poder finalmente sentir aquele frio na barriga e passar horas fazendo planos para viver com a pessoa que gosto. Há poucos dias atrás eu tive o momento perfeito para me abrir com sobre meus sentimentos, como já tinham me recomendado. Tudo se encaixava: desde a atmosfera do lugar até a chuva que tinha parado de cair, nos permitindo encontrar um espaço só para nós. Mas, enquanto decidia se iria falar toda a verdade que estava guardada, minha mente resolveu mais uma vez me relembrar das vivências passadas em que fui honesto sobre meus sentimentos e que não deram certo. De repente, o ambiente que parecia ser perfeito, se tornou numa das piores crises de ansiedade que experimentei até hoje. 

Desde então, me pego pensando nesse momento e na oportunidade que perdi por minha mente ter me autossabotado como em todas as últimas vezes em que achei que não era digno de ser amado. Mais uma vez esse movimento me fez me sentir solitário, frágil e incapaz por não conseguir lidar com os meus próprios medos. Mais uma vez guardei dentro de mim os sentimentos que gostaria que tivessem sido externalizados aos quatro ventos. Mais uma vez, me sinto como uma bomba relógio pronto para explodir a qualquer momento e causar uma combustão de tristeza, insuficiência e medo onde o único a sofrer com as consequências será única e exclusivamente eu.

Meu maior inimigo sou eu mesmo



Sempre que estou perto de conquistar a verdadeira felicidade uma pequena parte de mim diz " você não merece isso " e a outra diz " eu concordo ".

É uma luta interminável de mim contra mim mesmo.
Eu sou o herói e o vilão da minha próxima história.
Aquele que pode conquistar tudo e aquele que pode destruir tudo.

Bem afinal tudo isso depende de mim né ?
Tudo isso depende de mim...
A minha vida depende de mim...

Esse pensamento sempre me assustou , todo meu futuro depender de mim é algo extremamente apavorante principalmente levando em conta todas as vezes em que eu me sabotei. 

Mas não me entendam errado eu não me odeio ao ponto de fazer mal a mim mesmo de propósito, isso sempre foi algo irracional quase como um instinto primário, sempre que as coisas andavam bem na minha vida eu dava um ou dois passos para trás, e eu realmente nem sei o motivo disso, talvez seja o medo de fracassar ou me machucar? Ou talvez o medo de finalmente alcançar algo que eu sempre sonhei e ver que aquilo também não me faz feliz ?
São perguntas que eu não sei a resposta e talvez nunca saiba.

É um pouco estressante a todo momento ver as coisas desmoronando por minha culpa e sempre acabar me perguntando 
Por que você é assim?
Por que você fez isso?
As vezes acabo não me reconhecendo ou simplesmente não sendo eu mesmo nesse tipo de situação, dando sempre desculpas e mais desculpas para fugir.

Fugir de quem ? 

Do mundo, das pessoas e de mim mesmo.

A fuga sempre me pareceu uma boa alternativa e eu quase a todo tempo fugia; sempre que estava no processo de conhecer alguém legal tentava descobrir ou inventava um milhão de motivos para essa pessoa não ser a certa para mim; ou então quando estava estudando para as provas de exatas ou para o Enem simplesmente não conseguia me concentrar em estudar pois sempre havia uma voz na minha cabeça dizendo que eu não era capaz, e talvez seja esse o motivo de eu nunca ter tentando me esforçar em estudar na vida.

E essa voz sou eu ? 
Como ela pode ser eu, se eu só quero meu bem?

Talvez no fundo eu realmente não queira ou talvez só tenha medo de enfrentar as minhas dificuldades, inseguranças e o desconhecido. Porém são mais perguntas que eu ainda não tenho resposta.

As lutas contra essa voz se tornaram cada vez mais constantes e é como se ela fosse meu pecado ou minha maldição, algo que e eu tenho que carregar pelo resto da minha vida.

Mas pera aí, ela não sou eu ? Por que eu simplesmente não faço ela ir. 
Eu gosto de sofrer ? Gosto de me machucar? 

Com certeza não, mas essa voz é cômoda e sempre me faz duvidar de mim mesmo, e de fato é sempre mais fácil você não fazer nada ou não criar expectativas com nada por que não há decepções assim ( mas também não há vida ) , e para ser sincero eu vivi grande parte da vida tendo esse tipo de pensamento; sei que não é saudável e demorou bastante tempo para tentar vencer esse tipo de comportamento e sendo sincero eu ainda acho que ele está aqui dentro de mim , quase como um monstro debaixo da minha cama apenas esperando o meu breve cochilo para me consumir por completo.