Quando eu ainda era bem pequena, minha mãe costumava cantar as canções dos
seus ídolos para mim. Ao som de artistas como Beatles e Caetano Veloso, eu ficava
sorrindo e dançando pela casa. Quando eu cresci, o meu gosto pela música cresceu de
forma incontrolável e sempre a usei como o meu porto seguro.
Sentia dificuldade para aprender inglês, usei as letras das músicas dos meus artistas
preferidos para estudar. Tive uma desilusão amorosa, escutei música para chorar e,
depois, para me animar. Acordava de mau-humor, colocava música e o dia parecia
diferente. Decidi estudar outras culturas por causa das músicas que eu escutava.
Sempre fui a que conhecia todas que tocavam nos lugares e fazia várias indicações.
Sabia falar desde o processo da produção da mesma, que eu teria procurado antes,
até cantar a letra inteira. As músicas sempre foram a minha base.
Talvez o problema seja que eu tenha usado elas para me esconder também. Criticaram
os meus gostos. Eu me senti isolada. Tinha poucos que me acompanhavam. Mas o
som no máximo nos fones tampava a confusão de pensamentos e sentimentos dentro
de mim. E, com isso, eu me libertava, dançava e me divertia em todas as situações.
Mundo Ressonante