Há muito tempo a escrita tem sido uma verdadeira forma de escape. Minha imaginação conseguia me levar aos lugares onde eu queria estar, mas não chegava. Medos e inseguranças projetados pela minha própria lente de ficção.
Ainda lembro de momentos em que alguém chamava minha atenção, porque eu estava pensando em algum outro cenário que havia criado. Hoje, as insatisfações com a realidade são transformadas em narrativas. As situações infelizes e as decepções são processadas pelas palavras.
Ninguém gosta de se sentir mal, fazendo com que os momentos felizes sejam tão curtos que parece que precisamos sempre reconquistá-los. Nunca foi fácil lidar com a angústia e a frustração, então, a escrita se torna uma forma de dramatizá-la. Para mim, há certa beleza em sublimar tristeza por meio dessa romantização.
Afinal, é incrível ver que sentimentos que nos causam mal podem se tornar peças admiráveis. É difícil ter que reconstruir a realidade a partir da infelicidade, mas há algo bom em descobrir a capacidade da sua própria imaginação. Quem sabe a válvula de escape não se torna uma profissão?
Tela Azul
Opa, eu gostei! E já pensei muito nisso, de certa forma escrever vai ser nossa profissão, (talvez não no sentido literário, mas...) o que é muito legal. Eu concordo, mas torcendo um pouco o pescoço, porque dá certo comigo, por algum motivo a tristeza é muito mais fácil de sublimar e romantizar. É um pouco perigoso, mas faz parte, acho, de quem procura essa válvula de escape. Abraços!
ResponderExcluirTela, eu gostei muito do seu texto! Todo mundo tem algo, ou alguém, que usa como válvula de escape de seus problemas e sentimentos. Acho muito bom que tanto você quanto eu estejamos usando a nossa em busca de algo ainda maior...trabalhar e tocar os outros na nossa futura profissão. Parabéns pelo texto! Eu me identifiquei e me senti muito tocada!
ResponderExcluirTela, que bom saber que compartilho com alguém a mesma forma de válvula de escape. Que a escrita possa te acompanhar para sempre.
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