ideologia vão além de casa. A vida também ensina e marca, de formas boas e ruins, e vocês me
trouxeram os dois lados.
Posso não lembrar ao certo o dias que os ganhei, mas nunca esquecerei daqueles em que os
perdi. Mas tudo bem, a vida também é feita de memórias, é por elas que os mantenho comigo.
Tiveram uma vida juntos. Se conheceram jovens, ele com 17 e ela 14 na zona norte do Rio. Ali
pela vida seguiram e nunca partiram.
De casados foram 47, namorando outros 10 e eu, dentre tantos, desfrutei dos últimos 19.
Infelizmente o corpo tem data de validade e sucumbe aos enfermos.
Primeiro o câncer, ilustrando o final inesperado de “a culpa é das estrelas”. Depois a doença
degenerativa, um choque! Olhei em seus olhos e disse: – Vai ficar tudo bem – e ela, sem mais
nenhum controle sobre seus membros ou boca, fez o esforço de em um murmuro, responder:
“ – tá bom...”.
E se foi também.
Entre tantas palavras a única que pode minimamente representar tudo o que fizeram é:
obrigado.
Obrigado pelos jogos assistidos e discussões que me fizeram crescer. Obrigado pelas ligações
nas quais eu sabia que antes mesmo de atender seria, “filho, onde cê tá?! Volta pra casa!!”
Pelos conselhos e broncas. Por cada “sim” e “não”. Dos “vai com Deus meu filho, nós te
amamos!”.
Obrigado.
Almirante Uff
Parece que tivemos a mesma reação ao escrever o trauma. Uma certa obrigação de introduzir na crônica o sentimento que sentimos ao parar pra exteriorizar tudo... Mas você cumpriu o objetivo de me emocionar.
ResponderExcluirMe emocionei, muito bom, e triste.
ResponderExcluirUma das crônicas que mais envolveu sentimentos. Sem palavras para o final. Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirEstava relendo as crônicas do blog e me peguei de surpresa com esse texto, tinha me esquecido dele. É de impressionar a sensibilidade dele. Sem dúvidas o meu preferido seu.
ResponderExcluirMe emocionei com o seu texto. Como você conseguiu transmitir bem o seu sentimento. Parabéns, ótimo texto!
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