camadas superficiais da desilusão conspiratória de um mundo onde não há martelo a ser batido,
caminho certo a ser seguido. Mas de todos eles, o seu é o único que quebra as barreiras que
delimitam onde o meu começa e o seu termina.
Talvez esse olhar incomode. Sangre. Ou talvez a vida cicatrize e deixe se dissipar no ar. E se por
acaso se dissipa, e realmente nada se destrói e tudo se transforma, ele se tornou esse espectro que
assombra minha existência a cada passo errático que dou, a cada atitude desconcertada que tomo. E
toda forma de tentar mostrar ao mundo que tenho capacidade de ser algo além do que você era cai
por terra enquanto estamos a sós, e sua voz assustada me diz no pé do ouvido que não há como
escapar desse medo constante que é te sentir novamente.
Talvez seja seu olhar que assuste. E essa raiva que sentia de cada olhar que te estranhava seja culpa
sua. Ninguém é obrigado a suportar essa presença incerta, olhando de um lado pra outro, sem saber
pra onde vai, perdido em um universo de possibilidades intocáveis e amores impossíveis. Ah é, pois
não há como amar algo assim.
Mas, talvez seu olhar ainda seja o meu. Em cada espelho que olho e rezo pra que não volte, você
está lá. Nessa falta de confiança que me cega e me impede de impor minha própria visão nas
escolhas que tomo. Seu olhar corta e disseca todo o meu, e mesmo que você não esteja mais aqui
fisicamente e eu tente te apagar da minha história, quando fecho os olhos nós somos um só.
Talvez eu ainda te olhe da mesma forma.
Julian Castella
caralho
ResponderExcluirporra!!!!!!!! Parabéns! Eu só tenho isso a dizer.
ResponderExcluirTexto lindo de se ler.
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