Confesso que o primeiro dia de aula sempre me deixa ansiosa com direito até a noite mal dormida e embrulhos no estômago, afinal era fevereiro, o 7 ano estava prestes a começar. Eu podia ver cabelos com tererês e rostos bronzeados sem a preocupação de expressões matemáticas, no entanto também fui capaz de ver o triste olhar de minha amiga Maria, que tinha seus cabelos loiros mais claros acredito que por causa do sol de verão, ela veio até mim e disse:
- Senti sua falta. Aconteceu algo... Não sei como dizer sem parecer culpada. Mas a intenção não era... Juro de dedinho.
- O que foi? Minha mãe me mostrou fotos que seu pai postou, que pousada linda sério, e você parecia de boa.
- É... Até que eu estava, mas passei o resto da viagem com medo. Você guarda um segredo?
Assenti e vi os olhos dela se enxerem de lágrimas enquanto via se alguém escutava tudo.
- Desde o primeiro dia que eu cheguei lá no hotel, vi um funcionário que era um pouco mais velho que nós... Tipo uns 18 anos, e achei bem bonitinho. O que eu não esperava era que ele pensava o mesmo de mim, e ficava me encarando.
- Eai? Você não queria perder o bv?
- Até que queria. Deixa eu falar, sério. Os dias se passaram e quando fui buscar comida sozinha no hotel, ele foi atrás e me chamou pra conversar em um lugar reservado, então fomos ao corredor de quartos de funcionários. Lá, ele me contou como seu trabalho era importante, como já tinha aparecido na Tv em um noticiário, como uma luta era sua vida. Até aí, tudo bem. Mas ele me convidou para entrar no quarto e eu fiquei sem graça de dizer não... Sentei na cama dele, e logo depois nos beijamos, minhas mãos ficaram bem suadas nessa hora, então, eu ia começar a contar da nossa amizade, de como sentia saudade, mas ele me empurrou e começou a se esfregar com muita força em mim, comecei a gritar que estava doendo, que queria que ele parasse, mas amiga... Ele disse que não, que estava bom assim.
Eu a interrompi, naquele momento eu a abracei pensando no pior que poderia ter acontecido nas férias. Lembrei-me de tudo que minha mãe tinha me contado sobre como não dar moral a estranhos e perguntei:
- Fala o que aconteceu... E seus pais?
- Logo depois dele me empurrar, tirei uma força não sei de onde e empurrei ele e sai correndo... Meu coração ficou muito disparado... Parei para beber água e vi um velho senhor que disse “o próximo sou eu” comecei a chorar... E quando contei a minha mãe ela falou que “procurei sarna pra se coçar” e repetiu várias vezes como eu fui imprudente.
Hippolyte Leon
Eu estou triste demais depois desse final, o texto apesar de triste, ficou muito bom.
ResponderExcluirGostei bastante do texto.
ResponderExcluirFiquei um pouco confusa em algumas partes do texto, mas, no final, consegui entender bem e me envolvi com a história, fiquei triste com o final.
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