sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Mulher jogando bola? Ou é “mulher-macho” ou “só quer chamar atenção dos meninos”.
Não existem dúvidas de que o futebol é, historicamente, visto como um espaço
masculino. Mulheres que tentam ingressar na área não chegam perto do reconhecimento
dado à Neymar e Cristiano Ronaldo, por exemplo. Mas, uma brasileira é um grande
exemplo para as meninas que têm o sonho de serem jogadoras.
Uma jovem de apenas 14 anos, nascida no interior de Alagoas, viu no futebol a
oportunidade de melhorar de vida. Na sua cidade, participava das peladas e dos
campeonatos da escola no meio dos meninos e deixava muitos deles no chinelo. Se
sobressaiu. Correu atrás. Saiu de Alagoas para o Rio de Janeiro. Logo depois, começou
sua carreira internacional. Enfrentou preconceitos. Foi eleita a melhor jogadora do
mundo por cinco vezes consecutivas, ganhou o prêmio Bola de Ouro três vezes e levou
o troféu Chuteira de Ouro. Ainda assim, seus salários e patrocínios não chegam aos pés
de Neymar.
É inegável que a sua brilhante atuação deu mais visibilidade para o futebol feminino
brasileiro, mas, ainda hoje, ela sonha com o dia em que as mulheres terão o mesmo
incentivo que os homens. E, para a tristeza dos mais machistas e conservadores, ela é
embaixadora do Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento Humano, onde
mostra a sua força e incentiva as mulheres à ocuparem os espaços que elas quiserem.

Cecília Meireles

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