sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Roda Gigante

Diante de uma grande expectativa e grande entusiasmo, uma viagem de carro
para o Espírito Santo começava no ar puro da nossa querida cidade. Dentro do conforto
de um Sandero Stepway, novidade da época, estávamos todos instalados e bem seguros
com o cinto de segurança, aquele mesmo que muita gente não gosta mas salva muitas
vidas. Muito verde, ventinho na cara e ao som de Belchior, surgiam atrativos para um
cochilo no carro.
Ao cair da tarde, com o campo de visão mais escuro, curvas acentuadas e a alta
velocidade eram motivos para uma preocupação, principalmente materna. Até que em
uma determinada curva, uma dessas acentuadas, vinha um caminhão, que de maneira
infeliz soltou duas das quatorze rodas que ele tinha, cada uma de 1,2 metros. A
primeira bateu em um caminhão menor mais na frente, com o barulho, o extinto
materno aflorou e soltou um grito: “Que barulho foi esse?”, no inconsciente do cochilo,
já acordei no susto vendo meu pai jogar o carro pra cima de um pequeno barranco,
como última opção, assistindo de perto o monstro de 1,2 metros passar pela minha
janela com uma velocidade absurda e levar o retrovisor e um pedaço da porta. Parecia
cena de filme, foi questão de centímetros ou de ter um barranco com queda, que hoje eu
não estaria contando essa história.
Até hoje, mesmo com o passar do tempo, quando mencionam caminhão, estrada
ou roda, a lembrança revive e surge um questionamento interno. Você conseguiria
esquecer essa imagem?

Mim Acher Descubra

5 comentários:

  1. Nossa! morro de medo das viagens para longe por isso. Quem conseguiria esquecer? ótimo texto, fiquei agoniada enquanto estava descrevendo eu já estava imaginando o pior. uffa

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  2. Acho que, com essa história, eu só conseguiria viajar para o ES de avião e rezando todos os "Pai Nosso que estás no céu..." (literalmente). Mas, fico feliz que esteja aqui para contar essa história, mesmo que seja um baita trauma.

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  3. Gostei da escolha mas acho que poderia melhorar a execução. Mas de fato, traumático!

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  4. Consegui imaginar e recriar a cena perfeitamente. Bom texto.

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  5. Como disse Alaska, acho que a narrativa poderia ser um pouco mais envolve, mas consegui imaginar seu trauma.

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