sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Casa Verde

O candidato honesto apareceu em frente às câmeras e se apresentou. Os jornalistas
presentes no local, os tuiteiros de plantão, a dona Rosa que zapeava com o controle, e
acabou parando em tal canal, todos observavam o candidato com a Bíblia na mão.
Desconjuntado, o típico personagem que só aparece de 4 em 4 anos, como uma Copa do
Mundo que ninguém se anima a assistir. O candidato baseia toda a sua honestidade em
seu advogado fiel (Sérgio Moro não, Jesus Cristo). O aspirante a presidente destila seu
discurso inspirado em contos delirantes, numa realidade que a Dona Rosa bem queria
que fosse alternativa. Mas alternativa mesmo, não há. Tudo nesse país parece virado de
pernas pro ar, ela diria. Talvez uma intervenção militar não seja o suficiente, quem sabe
uma intervenção psiquiátrica...

Ricardo Reis

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