Querida Elipse,
Ainda não havia tido a oportunidade de te responder. Sei que desde aquele fatídico dia na
praia de Icaraí não paramos mais de nos aproximar e isso foi muito bom! Por isso, venho
por essa carta para conversarmos um pouco mais e eu lhe mostrar como te vejo, agora que
já entendo como me vê.
Naquele dia em que estava gritando com uma de nossas colegas na Cantareira, podia estar
muito nervosa, mas percebi seu olhar de preocupação e pena diante de mim. Observei
também como isso te aquietou. Seus jeitos e olhares me diziam para eu me acalmar, mas
senti que também não se achava capaz de sair daquela conversa com a mesma plenitude
que entrasse e, por isso, preferiu se calar. Aquele dia foi difícil para você também, pois, sei
que se sentiu mal por não ter feito nada na hora, mas nesse caso, ninguém teve culpa,
então se perdoe.
Eu lembro da primeira vez que conversamos em uma chamada pelo Whatsapp e acabamos
quase nos atrasando para uma aula. E isso se repetiu. A cada semana um atraso diferente
e o assunto nunca acabava! "Falava pelo cotovelo”, como sua mãe gritava do outro lado da
ligação. Eu amo essa nossa relação de "tagarelices".
Isso me lembrou um momento em que foi silenciada por isso. Me recordo porque ao invés
de te defender, também me calei. Era uma terça-feira de tarde e você estava explicando o
trabalho final mais difícil do semestre que ninguém entendia. Você parou a aula e a turma
toda só observava a sua explicação. Brilhante não? Nem todos acharam, pois percebi que
se chateou e reprimiu um choro quando o professor visivelmente irritado, brigou com todos
e, principalmente com você por estar “roubando” o tempo de aula e explicando a tarefa
errada, mas você explicou certo, não? Toda turma percebeu.
Ou quando voltamos à praia de Icaraí e fomos abordadas por um grupo de garotos que
ficaram nos assediando. Foi horrível, mas parecia que para você foi mais. Eu tentava
encontrar uma solução, ligar para os nossos pais e amigos ou chamar a polícia, mas você
dizia que não daria certo, “aqueles meninos não foram ensinados a nos respeitar”. Eu só
pude concordar.
Mas o momento que mais me marcou foi quando estávamos em uma dinâmica de turma
que precisamos relembrar uma memória de criança e você falou sobre da sua infância de
conto de fadas, vestidos e muito cafuné. Me impactou na hora, pois, além de me identificar,
percebi o pesar e a dor que carregava no olhar ao dizer tais palavras. Seus ombros caíram,
sua mão se fechou em uma e seus pés se mexiam freneticamente. Foi angustiante te ver
assim. Eu gostaria de ter te dado um abraço forte e ter dito que tudo ficaria bem.
Por isso, como uma tentativa boba, te digo o quanto você é especial, principalmente, por ser
uma mulher tão tagarela, inteligente e corajosa. Tenho orgulho da sua caminhada até aqui e
obrigada por cruzar o meu caminho.
Beijos, Estrela!
Estrela do mar
Muito bom esse diálogo incrível que você e a(o) elipse tiveram. Gostei muito!
ResponderExcluirOi Jubiabá, estou respondendo só agora os comentários dos meus textos, mas espero não ser tarde demais! Obrigada pelo seu comentário. Fico muito feliz que tenha gostado, a nossa troca realmente foi maravilhosa, espero manter isso na vida real com a Elipse! Beijos! <3
ExcluirGostei dessa proposta de carta que usou, Estrela. Parabéns !!
ResponderExcluirOi Renascida das Águas, estou respondendo só agora os comentários dos meus textos, mas espero não ser tarde demais! Obrigada pelo seu comentário. Fico muito feliz que tenha gostado da proposta, muito dela veio do meu desejo em responder a Elipse com o mesmo meio hehe Beijos! <3
ExcluirEstrela, adorei o texto! Estou amando essa amizade e essa troca de cartas entre você e a Elipse. Tudo bate tão bem, parece até conexão! Gostei muito da forma que você abordou o tema, por um formato de episódios!
ResponderExcluirParabéns! Mil beijos e abraços <3
Oi Jubiabá, estou respondendo só agora os comentários dos meus textos, mas espero não ser tarde demais! Obrigada pelo seu comentário. Fico muito feliz que tenha gostado, a nossa troca realmente foi maravilhosa, espero manter isso na vida real com a Elipse! E sim, parece mesmo, cada texto um ep novo rsrs Boa observação, Tessa! Beijos! <3
ExcluirOi, Estrela! Adorei o texto e a forma que falou da Elipse! Parabéns!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOi Letra X, estou respondendo só agora os comentários dos meus textos, mas espero não ser tarde demais! Obrigada pelo seu comentário. Fico muito feliz que tenha gostado, a nossa troca realmente foi maravilhosa, espero manter isso na vida real com a Elipse! Beijos! <3
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Excelente texto! Amei a forma que você escolheu para escrever!!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOi Ellis, estou respondendo só agora os comentários dos meus textos, mas espero não ser tarde demais! Obrigada pelo seu comentário. Fico muito feliz que tenha gostado! Beijos! <3
ExcluirParabéns! Gostei muito da forma que escolheu para estruturar o texto!
ResponderExcluirOi Xará, estou respondendo só agora os comentários dos meus textos, mas espero não ser tarde demais! Obrigada pelo seu comentário. Fico muito feliz que tenha gostado da proposta, muito dela veio do meu desejo em responder a Elipse com o mesmo meio hehe Beijos! <3
ExcluirEstrela, mil desculpas pela demora para responder. Eu imaginei que teria a chance em outro texto, porém nossa trajetória de pseudônimos chegou ao fim haha. Obrigada por esse texto lindo, pelo cuidado e carinho ao escrever sobre mim. Acertou em cheio e eu amei, de verdade. Tenho que concordar com a Tessa, essa nossa amizade é tudo! Beijão e parabéns por ser essa escritora incrível! sz
ResponderExcluirOlá Elipse, desculpe eu a demora em lhe responder e sim, também esperava que a nossa troca pudesse se alongasse mais, mas foi muito bom enquanto durou aqui no blog e por mim, podemos virar amigas na vida real também, seria incrível!
Excluirobs: fica o convite hehe
Beijos, Estrela!
Estrela, muito legal a forma que continuou essa narrativa, estabelecendo uma conexão muito sincera com a Elipse. Parabéns!
ResponderExcluirAi esse diálogo entre textos de vocês duas foi um dos pontos altos dessa disciplina. A conexão que senti nesses textos foi incrível.
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