“Somos los de Independiente
De pierna fuerte y templada
Guapos
para una jornada
Avellaneda,
Província de Buenos Aires. Dia 12 de Junho de 2019
Hoje não é um
dia comum na cidade de Avellaneda. A cidade está tensa, ninguém consegue
trabalhar direito. Não, ninguém importante morreu nem tão pouco ocorreu uma
tragédia. Mas, sim, é dia do clássico da cidade: Independiente X Racing
disputariam o título do campeonato argentino no Estádio Libertadores da
América. Dentre diversas famílias argentinas apaixonadas, a família Martínez
não é diferente, o Racing, para eles, é uma religião. Cantam, vibram, torcem e
sofrem pela Academia e, nesse domingo, estão todos prontos para ver a grande
paixão de perto. Mas, a caçula Iris não é tão fascinada assim pelo time azul da
cidade. Viveu seus 20 anos de vida, até então, guardando pra si um amor pelo
time vermelho.
No dia
anterior ao jogo, Iris não conseguiu dormir. Sozinha na cama com seus
pensamentos, imaginava o que iria fazer pra esconder seu amor pelo “rojo”. “Não
vou poder gritar gol?”; “E se o Racing ganhar? Vou fingir estar feliz?”.
Sonhou, naquela noite, com um diabinho, embora, não conseguisse compreender.
E, então, a
família chega ao Estádio. Se posicionam no setor destinado a torcida visitante,
a do Racing. Estádio lotado, as torcidas cantavam a plenos pulmões. Momento
tenso para Íris, afinal, não poderia transparecer seus sentimentos. E rola a pelota... está iniciada a final. Aos
44 minutos, a família Martinez explode em alegria, numa cobrança de falta
magistral, Marcelo Díaz abre o placar para o Racing e, assim, terminou o primeiro
tempo.
Mas, os
diabos vermelhos, para fazer jus ao apelido, voltaram para o segundo tempo
encapetados. Aos 3 minutos, Sebastian Palácios dribla dois adversários e chuta
no canto esquerdo do gol, explodindo de alegria o lado rojo da cidade. Porém,
após o gol, o jogo ganhou aspectos de briga, muitas faltas, mas, aos 47
minutos, surgia um herói, o capitão Silvio Romero desempata o jogo para os
vermelhos e o juiz encerra a partida. O Independiente, depois de 17 anos, volta
a ganhar o campeonato.
A família
Martinez chorava muito, mas, Íris Martinez,
ao contrário de seus familiares, não chorava de tristeza, mas sim de raiva.
Raiva por não ter tido a coragem de gritar, comemorar e se juntar aos seus, a
torcida do Independiente. Teve medo. Nunca mais se perdoou por não ter
enfrentado seu pai, sua família. Nunca se perdoou por ter recalcado aquele
sentimento tão lindo de amor pelo “Rojo”. Queria, naquele momento, gritar, no
meio da torcida vermelha, para o mundo inteiro ouvir: “Hurras al Independiente
Del pueblo de Avellaneda!”
O medo é , e continua sendo, o maior inimigo de Íris M.
Vamos, Rojo!
Te amo, Independiente!,
Jubiabá
Quanta criatividade falar sobre a Íris num senário argentino?? Brilhante!
ResponderExcluirSensacional! Como amante do futebol argentino, estou maravilhado! Muito criativo você inserir a Íris nesse cenário, Jubiabá! Mais uma semana em que você se destaca com uma excelente crônica!
ResponderExcluirOi, Jubiabá! Que texto incrivel, adorei a forma como decidiu contar a história! Parabéns!
ResponderExcluirJubiabá, quanta criatividade! Difícil achar escritores com tamanha facilidade para criar narrativas como você. Mais um texto impecável. Parabéns!
ResponderExcluirJubiabá, me encanta a sua criatividade! Seus textos me prendem! Parabéns!
ResponderExcluirIncrível a sua criatividade, parabéns pela maestria em fazer essa crônica perfeita!
ResponderExcluirMuito bom, Jubiabá! Amei a forma como decidiu contar a história dela e o resultado final. Muito original e bem feito! Parabéns!
ResponderExcluirJubiabá, mais um texto sensacional! Achei de uma criatividade única o contexto do clássico argentino e como os medos de Íris foram relacionados a ele!
ResponderExcluirJubiabá, Achei cativante a ambientação que você criou pra representar a Íris. Deu pra sentir a emoção e a vibração da torcida. Parabéns!
ResponderExcluirJubiabá, gostei muito do texto! A ambientação do futebol nunca me passaria pela cabeça para falar sobre as neuroses, psicoses, atos falhos,...
ResponderExcluirParabéns! Abraços <3
Jubiabá, quanta criatividade! Gostei do seu texto e da sua habilidade em criar tantos detalhes para Iris e sua família. A imaginei naquele estádio ansiosa e depois triste pela sua própria covardia, mas todos nós temos os nossos próprios medos ne, admito que não cabe a mim aqui, julga-la.
ResponderExcluirBeijos, Estrela!