quinta-feira, 1 de abril de 2021

#Guiabá

Sabe aquela sensação de acordar e desejar voltar para o sonho que estava tendo? Todos nós, sem exceção, já a sentimos pelo menos uma vez na vida. No caso de Jubiabá, ela  apareceu na manhã anterior, quando depois de muito tempo sonhou com seu Guizinho. Ele não entendia o real motivo de acontecer, poderia até ser pelas aulas do professor Pena que indiretamente trabalhavam com seu psicológico, mas seu antigo amor havia simplesmente surgido em sua tão real fantasia e a marcado de forma absurda.

Durante todo dia tentou se concentrar em seus afazeres da faculdade, mas sem sucesso. Incansavelmente, a imagem de Guilherme vinha em seus pensamentos junto de flashes do sonho. Futebol, camisas do Santos, gritos, risadas, gols marcados, comemorações, cachinhos cor-de-mel balançando em câmera lenta, ...beijos. Eles eram um casal? Eles eram felizes? Jubiabá não conseguia parar de pensar em como desejava que tudo aquilo fosse real. Não conseguia deixar de se perguntar como sua vida seria se tivesse feito escolhas diferentes. Se tivesse crescido de forma diferente.

Mesmo depois de muitos anos, as falas de seu “dindo” ainda ecoavam. O controle de seus pais e as restrições ainda eram lembradas. Indiretamente, Jubiabá foi moldado. Em vez de brotar, ele encolheu. Guardou-se e deixou de ser si mesmo por medo do que o mundo poderia dizer. Não ajudou Guilherme quando estava apanhando pelo mesmo motivo. Se autossabotou e construiu uma introversão. Talvez seu amor pela literatura viesse do fato de encontrar nela um refúgio. Talvez seu apreço pelas causas militantes seja para que no futuro meninos como ele não precisem passar pelos mesmos maus bocados. Nada acontece ao acaso, isso é fato. Nós somos marcados por vivências e, ao mesmo tempo que elas formam nossa persona, também são culpadas pelo o que deixamos de ser e ter.

Jubiabá deixou de ter Guilherme, mas foi através de suas batalhas que conquistou forças e hoje consegue dizer que é orgulhoso de quem é. Muros são derrubados para que um mais forte seja construído, não é mesmo? Então provavelmente seu sonho não foi sobre o que perdeu, mas sim sobre o que poderá construir futuramente pelo marco de suas vivências, de suas lutas. Uma mensagem para seguir em frente de cabeça erguida. No futuro vibrará, sem medo, pelo Santos ao lado de seu “Fulaninho”, que, levando em consideração a loucura da vida, pode tornar a ser seu eterno Guizinho. Seria épico, né?

E pode ser.

Já que nada é impossível nesse mundo.

Honey Lemon 

9 comentários:

  1. Honey, adorei seu texto! Muito bem construído e cheio de significados reais para o nosso querido Jubiabá! Incrível! Bom demais

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  2. Honey, seu texto tá excelente! Apesar de focar no texto sobre o Guizinho, você aborda outros temas importantíssimos ao longo da cronica , e isso ficou muito bom. Achei incrível, parabéns!

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  3. Consegui ver uma figura fidedigna do Jubiabá bastante presente no seu texto, Honey. Parabéns!

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  4. Honey, seu texto ficou incrível!!! Você conseguiu abordar pontos necessários na crônica de forma brilhante. E o final foi impecável (na verdade, o texto inteiro).
    Parabéns!!!

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  5. Oi, Honey! Adorei o texto, parabéns! obs: adorei o titulo haha

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  6. Caramba, Honey!! Que texto incrível! Você criou uma narrativa tão fluida para abordar temas tão importantes e tocantes. Eu amei, de verdade. Parabéns!!

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  7. Achei que você tocou em um ponto muito específico e isso tornou tão único seu texto.

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  8. Honey, gostei muito do texto! Acho que você conseguiu passar por todas as crônicas do Jubiabá e captou de um jeito maravilhoso a essência dele. Adorei a construção em torno do Gui também!
    Parabéns! Um abraço apertado <3

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  9. Honey Lemon, gostei muito do seu texto. Acredito que você tenha se utilizado bem em relação a lembrança do Jubiabá e do Guilherme, mas não só deste, percebo vários fragmentos dos seus outros textos nesta obra. Muito interessante!

    Beijos, Estrela!

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