Por que não paro?
Por que prossigo?
Por que insisto?
Por que lamento?
Por que reclamo?
Por que ajo?
Por que me omito?
Por que desabafo?
Por que levanto?
Por que indago?
Por que questiono?
Por que respondo?
Por que este infindável
Por quê?
Por que prossigo?
Por que insisto?
Por que lamento?
Por que reclamo?
Por que ajo?
Por que me omito?
Por que desabafo?
Por que levanto?
Por que indago?
Por que questiono?
Por que respondo?
Por que este infindável
Por quê?
Não consigo. Porque parar de me
sentir poderoso na minha querência de infância. Que razão teria para isso? Não,
não sonhei que meus passos me diriam que seria rei de um povo, foi o tombinho
de uma dama, e a realidade da minha própria sorte que me levou ao trono. Será
que não foi?
Prossigo sem me importar. Não fui
em quem quis, me deram poder, eu adorei, aguentem.
Estou trabalhando dia após dia para
construção de uma nova Nação, não aquela popular vermelha e preta, mas as de um
arco-íris tremendamente viável, sustentável de grandes realizações.
As revezes das ações acontecem
naturalmente, não preciso me importar, o futuro que me julgue campeão ou vice,
não importo, importa é o momento.
Mudando de assunto, quando é que vai haver
novas investigações, pois dessa, saio facinho, facinho. Os grupos me sustentam,
as casas me temem, temer o que?
Que massa de fogueteiros falantes
essa, não? Todos na minha mão: “cai, cai balão, cai aqui na minha mão! “Vou lá sim
comer, meu caviar e beber meu uisquinho 50 anos.
Passa quatro, não a cidade
literária, que esqueceu meus poemas debaixo das tendas abarrotadas de cultura,
mas passa 8 anos de espera, e olha a sorte me dando outra oferta. Porque não
aproveitar mais?
Não fui eu que insisti, repito, me
deram de lambuja essa peleja. A mesma sorte que deu uma daminha jovem 40
aninhos a menos que eu. E um principezinho lindo, que vou alimentar com
danoninho dourado, cheirando a papel moeda. Oxalá o Michelzinho também goste da
sorte como eu, e suba ao trono como tantos subiram, mas sem a sorte como a
minha? Duas vezes? Acho difícil. Alavancando multidões pelo voto, ensandecidas
como o novo, o belo e as promessas de sempre, com ares milagrosos e bastante
artistas a enfeitar a festa com uma imensa nuvem plúmbea e suporte midiático de
coloração marrom.
Santa sorte, poder de rei, não se
indaga se obedece, se aproveita e jamais se questiona a divindade. Obedece-se.
Lava-se a jato tanta coisa: a
honra, a briga, a ofensa, a moral, a ética, menos a política. Mas porquê? Porque?
Ah, deixa pra lá a sorte que responda, não foi ela que que me elegeu? Agora
aguentem súditos.
Julinho da Adelaide
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