Mistura que dá certo

Almoço em dia de domingo sempre é realizado na casa da vovó com a família toda reunida: chega tio, pai, avô sem contar a cachorra Pituca (integrante essencial no núcleo familiar dos Silveira). O cardápio de domingo passado foi uma saladinha com costela e de acompanhamento o arroz. Mas perai! Cade o feijão? Não tem como realizar uma refeição de arroz sem o querido pretinho das mesas brasileiras. 

Tive então de degustar um arroz seco que nem o sal deu tempero e invejei o cheiro de feijão que vinha da janela do vizinho da vovó do 501 que escutava Led Zepplin. Estava quase me mudando pra lá.

No entanto, parei para refletir como existem uniões que dão certo. Não ligo pra farinha com feijao nem mesmo para banana com esse pretinho magnífico. Será que essa minha fascinação por arroz e feijão não passa de um senso comum do meu psicológico? Mas na real creio que o sabor existente nessa mistura é único e nem minha avó era possível de destruir. 

Logo, na semana seguinte, cheguei a casa de vovó pronta para ir pra janela invejar o vizinho quando senti o cheiro do feijão no fogo com o arroz pronto pra secar e, tive a certeza que teria uma refeição plena (pelo menos naquele domingo).

João de Santo Cristo