domingo, 9 de outubro de 2016


A VOLTA DE QUEM NUNCA VOLTOU

Meu primeiro relacionamento sério acabou sendo interrompido por uma viagem. Ela, um mês na Austrália, e eu aqui. Morrendo de saudades, contava dias e dias para sua volta, justamente nas minhas férias ela resolve partir. Que perrengue encarar essa onda de se apaixonar fortemente. Além do perrengue que foi se comunicar com ela com um fuso horário de 13 horas.
Enfim, passado esse mês complicado ela estava de volta. Bateu aquele nervosismo de revê-la, ainda que para muitos casais um mês pareça pouco, para mim era algo de novo, foi meu primeiro relacionamento sério junto com o maior tempo distantes. Marquei com ela um almoço no restaurante Outback, onde tem minha cebola preferida. Perfeito! Ela e a cebola, tem coisa melhor?
Durante as mensagens trocadas ela me parecia estranha, algo de ruim parecia que fosse acontecer. No caminho desisti de pedir a cebola, imagina só as lembranças ruins que eu teria sempre que eu fosse pedir a cebola. Quando a encontrei ela me pareceu mais esquisita ainda, dessa vez eu estive certo que não pediria realmente a cebola. Alguma merda ia acontecer.
Comemos e conversamos, com certo clima de anormalidade. Paguei a conta e nos despedimos, ela se recusou a ir para minha casa. A saudade não foi matada. Cada um seguiu para seu ônibus. Quando sento, recebo uma mensagem de termino pelo celular. Sim! Pelo celular! Resumindo: sem cebola e sem namorada.
Aprendi que nada adiantou não ter pedido a cebola, pedindo ou não, eu sempre iria lembrar dessa frustração na minha vida. Aprendi também que o pé na bunda doeu muito mais do que a conta cara que paguei sozinho. A espera pela sua volta nas férias me pareciam ser eternas, mas como dizia Vinicius de Moraes: A vida só se dá pra quem se deu, pra quem amou, pra quem sofreu.

Arnold de Moraes

19 comentários:

  1. Gostei do texto, achei leve e com referências legais (tipo a conta que pagou sozinho).

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  2. É uma crônica leve. Interessante a separação momentânea (viagem dela) e a separação total (fim do relacionamento).

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  3. Crônica bem escrita, legal o jeito que tratou de duas separações diferentes. O melhor foi a citação no final.

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  4. Gostei que a citação no fim do texto sintetizou bem o que ele trata. Só acredito que poderia ter sido mais bem escrito, achei informal demais

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  5. achei que podia ter desenvolvido um pouco mais, não sei, a história foi meio rápida e simples, mas abordou bem o tema e adorei o foco na cebola, não sei porque hahah acho que deu uma quantidade perfeita de humor.

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  6. Achei legal elementos como a cebola e a conta. Bom texto, mas parece que enrola um pouco

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  7. Leve! Gostei da sensação de tempo que o autor (pelo menos me) passou no texto. A rapidez da viagem, a falta de tato com que a separação lhe foi comunicada, terminando com a brevidade da crônica. Algo de modernidade líquida, talvez?

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  8. Uma crônica leve de se ler. Vejo perenidade pelo tema abordado, recurso narrativo de aproximação ao leitor e visao ampla da realidade.Cuidado em a pontuação

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  9. Outro dia você me contou essa história numa conversa casual e agora, lendo essa crônica, tive uma grata surpresa! Você teve uma sensibilidade muito boa ao transformar a história em crônica

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  10. Gostei muito da relação entre o personagem e a cebola. O texto foi bem desenvolvido, parece uma história natural, no sentido de que isso pode acontecer com qualquer um, então nos leva a ter um pouco de reflexão.

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  11. Gostei muito da relação entre o personagem e a cebola. O texto foi bem desenvolvido, parece uma história natural, no sentido de que isso pode acontecer com qualquer um, então nos leva a ter um pouco de reflexão.

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  12. Que texto legal! Não é cansativo e relata a separação de forma mais leve.

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  13. Que texto legal! Não é cansativo e relata a separação de forma mais leve.

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  14. Achei o título criativo e adorei a citação, porém achei o texto muito rápido. Deu a sensação de "quero mais informação".

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  15. Uma leitura bem leve e gostosa! Gostei do título, também, e das mudanças do personagem em relação a cebola, que começou com "onde tem minha cebola preferida" e terminou com "estive certo que não pediria realmente a cebola". Muito bom.

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  16. O inicio é um tanto entediante mas no decorrer do texto fica mais interessante. Uma leitura leve um com um tom cômico e com para mim, fica bom ao aborda uma separação

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