BOSTEJANDO PELOS DEDOS
Era o terceiro bar da noite. Era uma
madrugada como outra qualquer. Cachaça e sinuca. Preferia cerveja, mas o frio
não me permitia. No final do dia (ou início), algo um tanto quanto inusitado me
acontece. Resumindo: eu totalmente bêbado, fui abordado por uma velhinha
beirando os 80 pedindo ajuda para voltar para casa. Ela estava sozinha, e além
disso era cega e esquizofrênica. Repetindo, eu estava totalmente bêbado.
Repetindo novamente, cega e esquizofrênica. Ou seja, fodeu. Nunca se imagina
que uma coisa dessas possa acontecer com você, mas tudo acabou bem. Tirando a
parte que me estressei na polícia e alguns endereços errados que bati na
madrugada. Pulando para o final da história, eu consegui deixar a coroinha na
casa de uma amiga, final feliz (pelo menos para ela).
Esse pouco que escrevi,
talvez seja apenas um terço de toda odisseia que foi. Por meio desse texto pretendo
deixar claro apenas uma frustração da minha vida, a odisseia eu deixei para
outro. Quando cheguei em casa depois do acorrido, ainda tonto me sentei para
escrever de fato, tudo que aconteceu. Todo o perrengue me deixou um pouco
sóbrio, e para me manter melhor peguei uma garrafa de vinho barato. Sei lá se
Cantina da Serra pode ser considerado vinho, enfim.
Escrevi, escrevi e
escrevi. Mas que bosta! O que será que tem de errado na minha escrita? Querer
uma vida como Bukowski, Hunter Thompson ou Hemingway eu posso estar
romantizando demais também. Mas o que esses caras têm que eu não tenho? Está
bem, não precisa responder, eu sei que eles têm uma boa escrita e eu não, mas
como? Como? Existem milhares hoje em dia se entorpecendo tentando se tornar grandes
escritores, e eu sou um desses. O que me alivia é pensar que o Bukowski passou
anos e anos de sua vida com trabalhos braçais e pesados até conseguir viver de
seus romances e poemas. Ainda há tempo, Arnold! Mas que merda, do que
preciso a mais para me tornar um desses babacas geniais?
Arnold de Moraes, O babaca
Foi engracadinho, o que é otimo considerando que era meio que um desabafo e drama.
ResponderExcluirPs. melhor frase foi a da cantina hahah adoro
hahaha Cantina da serra é sinônimo de custoXbenefício
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirO texto ficou leve, divertido e por isso gostoso de ser lido até o final. Gostei de como exemplos cotidianos estiveram presentes e da estratégia narrativa de aproximação com os leitores.
ResponderExcluirTexto mt bom, principalmente no q diz respeito aos recursos utilizados de aproximação ao leitor. As referências tb foram mt boas. Parabéns.
ResponderExcluirO texto é leve e engraçado, e usa bastante uma certa oralidade. As referências -tanto à Cantina, quanto aos autores- foram muito boas. Bom texto.
ResponderExcluirO texto é engraçado e leve, além de trazer muitas referências.
ResponderExcluirAchei divertido, e foi inteligente em trazer referências universais.
ResponderExcluirO incio é um pouco chato e cansativo. Mas de uma forma geral foi um dos melhores a abordar a temática
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