domingo, 25 de setembro de 2016

INVÍDIA

Tenho um amigo, o nome dele é Mário. Nos conhecemos a um ano atrás em um curso de Logística, no início não tínhamos nada em comum, dois mundos totalmente diferentes.  Sabe quando você jamais imaginaria que iria trocar duas palavras com uma pessoa? Mas o engraçado que em pouco tempo já éramos amigos, assim do nada, sem mais nem menos, simplesmente aconteceu. E hoje poderia escrever um livro só com as coisas que temos em comum.
Passávamos horas reclamando da vida, e enchendo a cara de comida. O hambúrguer com batata frita era nossa melhor companhia.
- Pra que namorada se você tem bacon? Dizia Mário. E eu só concordava com grunhidos, pois a boca estava cheia de batata.
Nossos espíritos eram de dois obesos mórbidos com 70 anos de idade. Mas era legal, discutíamos pra ver quem tinha a vida pior. Ele dizia: - Meu pai é muito chato. E eu respondia: - Pelo menos você tem pai. E ficávamos horas discutindo, até que tudo se resolvia com um prato de nhoque a bolonhesa.
Torcíamos um pelo outro, queríamos ver o outro sempre bem. Às vezes eu estava com o coração em pedaços, mas tinha que ser forte para poder confortá-lo depois de não ter conseguido o emprego que tanto esperava, ou por não ter conseguido passar na faculdade. Tudo na nossa vida parecia dar errado, éramos dois fodidos. Mas tínhamos um ao outro, quando tudo parecia desabar, fazíamos uma forma de bolo de chocolate e consolávamos um ao outro, sempre fazendo palhaçada para tentar fazer o outro rir e a tristeza de fato ficava de lado.
Até que eu consegui um emprego que ambos haviam enviado currículo, contei para o Mário com tanta felicidade que nem me toquei que ele não havia conseguido, ele disse que estava feliz por mim, mas não consegui sentir essa felicidade... talvez ele só soubesse disfarçar muito bem.

Jonh Kramer

6 comentários:

  1. Gostei de como houve metáforas fora do senso comum como "enchendo a cara de comida". O texto pareceu terminar rápido demais, ficou uma certa impressão de que havia mais história e não deu tempo de contar, não sei. Mas no geral ficou bom.

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  2. Achei que a inveja foi pouco abordada.

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  3. Achei que a inveja foi pouco abordada.

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  4. Acho que a inveja não fez parte deste texto. Mesmo com a tentativa de uma sutil inscrição dela na última linha, sinto que a inveja continuou ausente, até porque não se sabe se o personagem Mário sentiu realmente inveja, tendo sido isso apenas uma suposição do autor.

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  5. A inveja poderia ter sido mais trabalhada no texto. Como ela veio no final, ficou parecendo que quis forçar o tema em um texto que não era sobre inveja.

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  6. A inveja poderia ter sido melhor trabalhada.

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