INVÍDIA
Tenho um amigo, o nome dele é
Mário. Nos conhecemos a um ano atrás em um curso de Logística, no início não
tínhamos nada em comum, dois mundos totalmente diferentes. Sabe quando
você jamais imaginaria que iria trocar duas palavras com uma pessoa? Mas o
engraçado que em pouco tempo já éramos amigos, assim do nada, sem mais nem
menos, simplesmente aconteceu. E hoje poderia escrever um livro só com as
coisas que temos em comum.
Passávamos horas reclamando da
vida, e enchendo a cara de comida. O hambúrguer com batata frita era nossa
melhor companhia.
- Pra que namorada se você tem
bacon? Dizia Mário. E eu só concordava com grunhidos, pois a boca estava cheia
de batata.
Nossos espíritos eram de dois
obesos mórbidos com 70 anos de idade. Mas era legal, discutíamos pra ver quem
tinha a vida pior. Ele dizia: - Meu pai é muito chato. E eu respondia: - Pelo
menos você tem pai. E ficávamos horas discutindo, até que tudo se resolvia com
um prato de nhoque a bolonhesa.
Torcíamos um pelo outro,
queríamos ver o outro sempre bem. Às vezes eu estava com o coração em pedaços,
mas tinha que ser forte para poder confortá-lo depois de não ter conseguido o
emprego que tanto esperava, ou por não ter conseguido passar na faculdade. Tudo
na nossa vida parecia dar errado, éramos dois fodidos. Mas tínhamos um ao
outro, quando tudo parecia desabar, fazíamos uma forma de bolo de chocolate e
consolávamos um ao outro, sempre fazendo palhaçada para tentar fazer o outro
rir e a tristeza de fato ficava de lado.
Até que eu consegui um emprego
que ambos haviam enviado currículo, contei para o Mário com tanta felicidade
que nem me toquei que ele não havia conseguido, ele disse que estava feliz por
mim, mas não consegui sentir essa felicidade... talvez ele só soubesse
disfarçar muito bem.
Jonh
Kramer
Gostei de como houve metáforas fora do senso comum como "enchendo a cara de comida". O texto pareceu terminar rápido demais, ficou uma certa impressão de que havia mais história e não deu tempo de contar, não sei. Mas no geral ficou bom.
ResponderExcluirAchei que a inveja foi pouco abordada.
ResponderExcluirAchei que a inveja foi pouco abordada.
ResponderExcluirAcho que a inveja não fez parte deste texto. Mesmo com a tentativa de uma sutil inscrição dela na última linha, sinto que a inveja continuou ausente, até porque não se sabe se o personagem Mário sentiu realmente inveja, tendo sido isso apenas uma suposição do autor.
ResponderExcluirA inveja poderia ter sido mais trabalhada no texto. Como ela veio no final, ficou parecendo que quis forçar o tema em um texto que não era sobre inveja.
ResponderExcluirA inveja poderia ter sido melhor trabalhada.
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