terça-feira, 27 de setembro de 2016

Cenas
Hoje fui ao cinema sozinha, pela primeira vez na vida. Talvez isso aconteceu por que escolhi, mas talvez não: poderia ter chamado uma das amigas que divide apartamento comigo. Viver em inconstâncias tem dessas, eu nunca me decido, sinto os opostos. Eu evito pensar muito porque pensar dói e acabo me encontrando nessas situações impensáveis. Quando fui ver, estava escolhendo o assento da sala de cinema. Escolhi um, mas reparei que tinha uma pessoa do meu lado, mudei de ideia e pedi o que era mais isolado da civilização expectadora. A atendente sorriu e disse: “eu também prefiro pular uma cadeira quando vou sozinha ao cinema”. Quis abraçá-la (e mais uma vez eu só desejei, pois realmente devia ter feito).
Enfim, eu notei com essa situação, que quando estou sozinha, eu observo muito mais. Observo o espaço, sua estrutura, suas paredes e cores. Observo as pessoas, seus movimentos e expressões. Observo o sistema, como as coisas funcionam. Observo o caminho que ando, aquele que deixo para trás e o que vejo a minha frente. Minha teoria sobre observar muito mais é que por me distrair muito facilmente com pessoas ao meu lado, eu esqueço o mundo, a realidade. Eu vivo com a pessoa aquele momento e acabo por não notar o meu entorno.
A experiência de hoje precisava ser vivida. Porque, através dela cheguei a conclusão de que sinto falta. Vi casais. Vi grupo de amigos. De todas as idades, orientações sexuais diferentes. E me vi, sozinha. Não sussurrei nenhum comentário sobre alguma cena do filme, não dei a mão ao amado, nem compartilhei risadas. Eu fiz tudo isso, comigo mesma, mas, não é igual. Eu, já não me basto mais.

- @lyss2743

14 comentários:

  1. Texto bom, mas não ficou muito evidente a temática da inveja, parece algo mais voltado para a solidão.

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  2. concordo. No inicio achei que não fosse um texto sobre inveja...ela parecia muito mais confortavel em ir ao cinema sozinha, foi contraditória a frase final que coloca em evidencia a inveja das pessoas acompanhadas.

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  3. Também fiquei um pouco confuso em algumas horas, se a personagem estava feliz ou não por estar sozinha.

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  4. Acho que a parte da inveja fica mais evidenciada quando a personagem fala sobre as pessoas acompanhadas que viu.
    Se a personagem tivesse ficado feliz por sair sozinha, acho que o texto exerceria uma função de cidadania, mas parece que o aspecto negativo sobressaiu.

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  5. Acho que a parte da inveja fica mais evidenciada quando a personagem fala sobre as pessoas acompanhadas que viu.
    Se a personagem tivesse ficado feliz por sair sozinha, acho que o texto exerceria uma função de cidadania, mas parece que o aspecto negativo sobressaiu.

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  6. Também achei que o texto estava mais para solidão do que inveja. Senti muita falta da parte do humor. Mas deu pra sentir de maneira nítida a profundidade do texto, principalmente na parte final.

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  7. O texto em si é bom
    Mas o autor deveria
    Se atentar ao texto e seu tom
    Q n da ênfase à inveja e sim à solidão.

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  8. Não sei porque sismam que crônica tem que ser engraçada, afinal o gênero é contextos da atualidade e o toque de humor é incluso de acordo com a vontade do emissor. Sobre o texto achei muito voltado para a solidão mesmo a inveja? Nem vi nesse textos

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  9. Não sei porque sismam que crônica tem que ser engraçada, afinal o gênero é contextos da atualidade e o toque de humor é incluso de acordo com a vontade do emissor. Sobre o texto achei muito voltado para a solidão mesmo a inveja? Nem vi nesse textos

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  10. Não sei porque sismam que crônica tem que ser engraçada, afinal o gênero é contextos da atualidade e o toque de humor é incluso de acordo com a vontade do emissor. Sobre o texto achei muito voltado para a solidão mesmo a inveja? Nem vi nesse textos

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  11. O texto é bom, mas tive dificuldade em ver a temática da inveja nele.

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  12. A inveja até aparece da crônica, mas de uma forma bem implícita, diferente da solidão, como foi falado nos comentários acima. O texto foi bem escrito, com uma linguagem bem leve que permite a visualização pelo leitor do que é narrado.

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  13. O texto é muito bom, bem escrito, tem certa perenidade e é muito fácil se identificar com ele. Mas não aborda o tema prescrito, como já apontaram, aborda mais a solidão do que a inveja.

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  14. Se não fosse o ultimo paragrafo não veria ai um texto sobre inveja. Começa bem, se fosse utilizado outro tema. Mas é um pouco "perdido"

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