Manifesto da Censura (O Conto do
Macho)
Foram pra praia, Leo e Cecília. Ela amava ele mas ele não gostava muito
dela, falava muito. Mas
Os dois foram pra praia. Ele que escolheu, era o primeiro encontro. Ela
falava, mas ele só ouvia
Ruídos distantes enquanto a boca pintada e molhada mexia, e o suor
descia. Presa fácil, ela foi.
A tatuagem no braço dela, uma rosa branca, dançava com os gestos
animados de revolta. Leo
- 2 xícaras
de açúcar
- bata as claras em neve e reserve
- 3 xícaras de
farinha de trigo - misture as gemas,
a margarina e o açúcar até obter massa homogênea
- 4 colheres de
margarina
- acrescente a farinha de trigo e o leite aos poucos sem parar de bater
- 3 ovos
- adicione as claras em neve e o fermento
- 1 e ½ xícara
de leite
- despeje a massa em uma panela untada e enfarinhada
- 1 colher
(sopa) fermento em pó - asse em forno médio (180°)
preaquecido por 40 minutos
Tranquilos até que ele avistou de novo a tatuagem e o Leo de repente,
virou Leão, faminto de carne,
E aquele braço... O animal atacou, agarrou, puxou, sentiu, perdeu
sentidos e a presa gritou.
Mas é claro que gritou, Leo não pode virar Leão, ele assusta a fêmea,
gostosa. Foi abrupto,
Ele não sabe o que houve, disse que foi um bicho que o assustou, ela
achou fofo e sensível. O macho
Respirou aliviado, a presa ainda tava garantida, puta burra. Quase que
ele estraga hein.
Era por isso que ele não gostava dela, era política, feminista,
comunista provavelmente. Não
gostava de homem de verdade, selvagem. Mas dava pro gasto. Ela tava
falando do golpe, “golpe”, e
de democracias ou sei lá. Ele teve que se esforçar pra fingir interesse
nos papos da menina, o suces-
so do seu fim de semana dependia disso.
Leo chegou em casa, não tinha ninguém. Olhou as fotos no painel uma por
uma, angustiado,
tinha ódio daquelas fotos, a última em especial. Era uma mulher bonita,
com os amigos enfileirados
em frente à universidade, cada um com a rosa branca na mão. Ela se
destacava na frente. A mãe de
Leo, passaporte pro paraíso na mão, sorrindo. Nunca mais viu o filho e o
filho nunca mais viu a
mãe, nem a sua rosa, sua resistência. Mas o Leão viu a mãe, na rosa de
Cecília.
Aurora Beaumont
Há pessoas contra o golpe aqui, será? Legal o texto mas achei sem sentido ou um pouco forçado essa receita aí no meio, colega
ResponderExcluirkkkkkk mas você entendeu de onde veio a receita ou acha que eu só joguei ali no meio? (amei o nome)
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
Excluiré uma receita de pão de ló, né? e tem a expressão "tratado a pão de ló", foi isso que você quis dizer? explique aí, que talvez faça mais sentido pra mim kkkk
Excluiré uma referência à época da ditadura quando censuravam jornais e colocavam receitas e etc no meio, pra mostrar bem na cara q tava sendo censurado
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ExcluirAh, nunca eu ia fazer essa conexão kkkk fui lenta. Por que você quis "censurar" algo nesse texto? Seria pedir demais mais uma explicação?
Excluirimagina! haha eu fiquei com medo mesmo de ser difícil de entender :/ é só como referência mesmo, junto com o fora Temer mostra o medo de esse tipo de coisa voltar (é um exagero, óbvio), mas é mais pra fazer essa referência mesmo.
Excluirachei difícil de conectar com o tema, entender todas as referências. um texto pesado que necessita de muitas explicações e atenções.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA conexão q eu fiz foi entre o fora temer e o pão de ló pq nesse governo os políticos estão sendo tratados a pão de ló. Dei uma viajada pq nem me liguei no título do texto, talvez se eu tivesse me ligado, eu teria feito a conexão com a ditadura. Por isso achei forçado, mas a tatto da menina combinar com a foto da mãe foi uma sacada boa!
ResponderExcluirA conexão q eu fiz foi entre o fora temer e o pão de ló pq nesse governo os políticos estão sendo tratados a pão de ló. Dei uma viajada pq nem me liguei no título do texto, talvez se eu tivesse me ligado, eu teria feito a conexão com a ditadura. Por isso achei forçado, mas a tatto da menina combinar com a foto da mãe foi uma sacada boa!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGostei do ponto em q o texto abordou vários gêneros textuais
ResponderExcluir(narrativo, crônica, injuntivo mesmo q esteja sendo um código p/ determinar a informação como na ditadura). Mas faltou clareza no tema de recalque.
Gostei do ponto em q o texto abordou vários gêneros textuais
ResponderExcluir(narrativo, crônica, injuntivo mesmo q esteja sendo um código p/ determinar a informação como na ditadura). Mas faltou clareza no tema de recalque.
Gosto da escrita com detalhes e uma delicadeza na construção. Me perdi um pouco para entender por completo o texto, entao foi necessário ler sua explicação.
ResponderExcluirEu gostei muito do texto. Apesar de não ser de tão fácil compreensão, como já foi ressaltado acima, é super inteligente. Gostei muito da maneira como foi escrito, e a forma como você estruturou o texto para que passasse as mensagens que você queria. Além disso tudo, faz uma crítica social muito boa. Parabéns!
ResponderExcluirO texto é um pouco difícil de ser compreendido...
ResponderExcluirAchei muito boa a escrita e o jogo de palavras foi bem construído. No momento da leitura não entendi o porquê da receita, mas vi o significado nos comentários. Peguei a conexão com o tema no final.
ResponderExcluir